Globo rescinde contrato e deixa de exibir Libertadores
Após tentativa frustrada de renegociar os valores com a Conmebol, emissora disse que não houve alternativa a não ser romper o contrato, que duraria até 2022
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Bárbara Sacchitiello
6 de agosto de 2020 - 23h01
A Globo rescindiu o contrato com a Conmebol e não exibirá mais a Libertadores da América, principal torneio de futebol do continente. Na noite dessa quinta-feira, 6, a emissora divulgou um comunicado informando a rescisão de contrato e a saída da Libertadores de sua grade de programação.
A razão do rompimento é financeira. Em virtude da pandemia da Covid-19, que interrompeu os campeonatos esportivos em todo o mundo por mais de quatro meses, a Globo tentou renegociar os valores do acordo junto à Conmebol. “Diante do cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de Covid-19, a Globo vem fazendo uma revisão completa de seu portfólio de direitos”, diz o início do comunicado.
MP muda direitos de transmissão do futebol
A emissora destaca que “grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela Covid-19 e que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar.
A Globo afirma que a Libertadores continua sendo importante para sua grade, mas que, “para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos esportivos e à situação econômica vivida pelo País”. Por fim, a nota da Comunicação da emissora diz que havia no contrato uma cláusula específica de rescisão em caso de suspensão.
Bola indefinida
A perda dos direitos de transmissão da Libertadores acontece em um momento de turbulência em relação às exibições esportivas na TV. Nessa mesma quinta-feira, 6, a Globo havia anunciado que entrou na justiça contra a Turner por conta do Campeonato Brasileiro na TV por assinatura. A emissora tenta impedir a Turner, que detém o direito de oito clubes da Série A, de exibir partidas que envolvem os times com quais firmou acordo.
No comunicado sobre a ação na Justiça, a Globo diz que seu entendimento é de que “a Medida Provisória não pode retroagir para alterar situações estabelecidas em contratos celebrados antes de sua edição, pois são negócios jurídicos perfeitos, protegidos pela Constituição Federal”. A Turner não comentou sobre a ação judicial.
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