TikTok recorre à TV aberta para ampliar visibilidade
Patrocínio de um mês ao Jornal Nacional soma-se investimentos no futebol e campanhas publicitárias para expor a plataforma a uma quantidade maior de pessoas
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Bárbara Sacchitiello
11 de junho de 2021 - 11h34
Nesta semana, alguns espectadores do Jornal Nacional, da Globo, se surpreenderam ao ver, na chamada do programa, o TikTok como a marca que oferece o telejornal. A estratégia de aparecer no jornalístico de maior visibilidade da Globo faz parte de uma estratégia de comunicação que a plataforma já vem conduzindo há algum tempo e que pretende ampliar a visibilidade de sua marca perante o público brasileiro.
Ainda no ano passado, o TikTok, rede social de maior destaque global nos últimos tempos, sobretudo pela forte aderência entre a Geração Z, foi patrocinadora da 12a edição do reality A Fazenda, da Record. Em 2021, o TikTok voltou a aparecer na TV ao patrocinar o reality-show No Limite, da Globo, e também investiu em campanhas publicitárias na TV aberta para exibir sua plataforma aos espectadores. A partir de julho, a rede social também estará presente na Band, patrocinando a nova temporada do MasterChef Brasil.
Para esse projeto de investimento na mídia brasileira, a plataforma conta com duas agências parceiras: a Publicis, que é responsável por toda a estratégia de mídia do TikTok, e a DPZ&T, que ficou responsável pelos trabalhos criativos da rede social. Foi a DPZ&T, inclusive, que criou a campanha que está sendo veiculada atualmente, que conta com a participação da influenciadora e ex-participante do Big Brother Brasil, Camilla de Lucas e com a atriz Carolina Ferraz. Veja:
A estratégia de patrocínio do Jornal Nacional foi arquitetada pela Publicis e terá duração de um mês. O objetivo, segundo a empresa e a agência declararam ao Meio & Mensagem, é “atrair e reter a atenção do consumidor, além de gerar conversas que transbordem os meios”. A exposição no Jornal Nacional complementa o investimento da marca em outros produtos de grande visibilidade da Globo. O TikTok também se tornou patrocinador do top de 5 segundos do futebol da casa e das Eliminatórias da Copa do Mundo, cujos jogos são exibidos tanto na Globo quanto no SporTV. “A parceria, que contou com a participação da Publicis, terá ainda mais novidades como ações de merchandising e comerciais ao longo da programação”, dizem o TikTok e a agência.
O universo esportivo também é outro pilar de investimento do TikTok. Recentemente, a plataforma anunciou uma parceria com a TNT Sports para a exibição, em sua plataforma, de amistosos entre as seleções europeias.
Valorização como mídia
O trabalho para ganhar mais visibilidade entre o público brasileiro acontece em um momento em que a plataforma social vem se valorizando como mídia em todo o mundo. Uma reportagem do Advertising Age revelou que, nos Estados Unidos, os preços cobrados pelo TikTok para os anunciantes que querem exibir suas marcas em sua página inicial estão bem mais altos do que os praticados anteriormente e devem subir ainda mais.
O aplicativo está cobrando mais de US$ 1,4 milhão pela exibição das marcas em sua página inicial no terceiro trimestre deste ano, de acordo com informações da Bloomberg News. Esse valor deve aumentar para US$ 1,8 milhão no quarto trimestre e deve ultrapassar a marca de US$ 2 milhões nos feriados. O valor subiu por conta da ampliação crescente da base de usuários do app nos Estados Unidos. Em agosto de 2020, o TikTok tinha cerca de 100 milhões de usuários ativos mensais no país. Em 2018, esse número era de apenas 18 milhões. A rede social estima que as marcas que anunciarem na página inicial da plataforma poderiam gerar 109 milhões de impressões.
Nos EUA, o TikTok ainda não está faturando o que poderia com publicidade e está estruturando sua equipe de marketing. Os anunciantes, ainda, não dedicam aos vídeos do TikTok os mesmos investimentos que dedicam ao YouTube. Mas, mudar essa equação é questão de tempo, de acordo com Brian Wieser, presidente global de inteligência de negócios do GroupM. Outras plataformas sociais, como Facebook, Instagram, Snapchat, Pinterest e YouTube passaram pelo mesmo ciclo de, primeiro, ampliar sua base de usuários para, depois, atrair investimentos dos anunciantes.
Com informações do Advertising Age
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