Folha retorna ao Facebook após três anos
Decisão do veículo vem depois de ações da rede social na adoção de medidas para combater notícias falsas e fomentar o jornalismo profissional
Decisão do veículo vem depois de ações da rede social na adoção de medidas para combater notícias falsas e fomentar o jornalismo profissional
Depois de um hiato de pouco mais de três anos, a Folha anunciou a volta das postagens de links no Facebook. A suspensão das publicações na rede social foi comunicada ao público em fevereiro de 2018, sob a justificativa de que a plataforma não contava com políticas contra a disseminação de fake news, o que, de acordo com o jornal, contribuía para a diminuição da visibilidade do jornalismo profissional. Na época, a decisão foi motivada também pela mudança de algoritmo da plataforma e pela iniciativa do Facebook de privilegiar conteúdo de páginas pessoais, diminuindo a distribuição e alcance orgânico de fanpages.
Ao longo do tempo, o cenário foi se modificando, à medida que o Facebook, também proprietário do Instagram, passou a adotar medidas para evitar a circulação de notícias falsas, bem como combater discursos de ódio. Além disso, segundo matéria da própria Folha, a empresa investiu US$ 600 bilhões em mecanismos de apoio à indústria de notícias e deverá alocar mais US$ 1 bilhão até 2024. O veículo também ressalta a criação do Facebook News, espaço voltado para o jornalismo dentro da rede que ainda não chegou ao País.
As políticas do Facebook se intensificaram em 2020, com a pandemia do coronavírus. Os esforços foram concentrados na expansão de parcerias para checagem de fatos e a empresa passou a derrubar conteúdos relacionados à saúde que contassem com informações falsas, alegando que poderiam causar danos aos usuários fora do ambiente virtual. No ano passado, o presidente-executivo Mark Zuckerberg apontou que o Facebook contava com 35 mil pessoas comprometidas com a revisão de conteúdo e implementação de medidas de segurança.
A Folha não foi a única empresa que tomou decisões de se ausentar do Facebook. Em 2013, as Organizações Globo suspenderam a divulgação de links de matérias de títulos da Editora Globo, do jornal O Globo e do G1 em plataformas geridas por Zuckerberg. Foi alegado que usuários das redes não clicavam nos links, utilizando-as como um RSS de notícias. Apesar da ação, a companhia liberou o acesso às matérias um ano depois.
*Crédito da imagem do topo: Hitarth Jadhav/Pexels
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