Microsoft compra Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões
Aquisição colocará a Microsoft como a terceira maior empresa de games do mundo, atrás apenas da chinesa Tencent e da Sony
Microsoft compra Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões
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Amanda Schnaider
18 de janeiro de 2022 - 15h15
A Microsoft afirmou, nesta terça-feira, 18, que vai adquirir a Activision Blizzard — uma das maiores desenvolvedoras de games do mundo, dona de títulos como Call of Duty, World of Warcraft e Candy Crush — por US$ 68,7 bilhões ( aproximadamente R$ 379 bilhões). Em sua maior compra na história, a Microsoft pagará US$ 95 por ação para a desenvolvedora.
Esse valor é oito vezes maior que o pago pela big tech em setembro de 2020, quando adquiriu a ZeniMax Media, empresa proprietária da Bethesda Softworks, desenvolvedora e publicadora de jogos, por US$ 7,5 bilhões, cerca de R$ 40 bilhões.
Mesmo com a aquisição, de acordo com a Microsoft, o CEO da Activision, Bobby Kotick, continuará exercendo sua função e, assim que o acordo for fechado, a Activision Blizzard se reportará a Phil Spencer, que lidera a Microsoft Gaming. Ainda segundo a big tech, a compra já foi aprovada pelos conselhos das duas empresas, mas precisa da aprovação dos acionistas da Activision Blizzard e da conclusão da revisão regulatória. Após a conclusão, a Microsoft se tornará a terceira maior empresa de games do mundo, atrás apenas da chinesa Tencent e da Sony, dona do PlayStation.
Atualmente, a Activision Blizzard tem cerca de 400 milhões de jogadores ativos mensais em 190 países e a adição dos títulos da companhia ajudará a Microsoft a expandir suas próprias ofertas para o console Xbox e competir melhor com o PlayStation, da concorrente Sony. “Esta aquisição irá acelerar o crescimento do negócio de jogos da Microsoft em dispositivos móveis, PCs, consoles e nuvem e fornecerá blocos de construção para o metaverso”, disse a Microsoft em comunicado na terça-feira.
Há 25 anos no mercado de games, Fernanda Domingues, CEO da FD Comunicação, entende que a aquisição de uma publisher de games por uma gigante de tecnologia sinaliza que a indústria tem um futuro brilhante pela frente. “Essa atitude vai fazer com que as marcas não endêmicas acreditem mais no poder desse entretenimento como plataforma publicitária, como acontece com o cinema há décadas”, ressalta. Guilherme Sagas, diretor de criação e estratégia da GMD, agência que já colaborou com Xbox e Activision, além de dezenas de outras empresas de games, concorda com Domingues. “O investimento mostra o comprometimento da Microsoft com o mercado de games, logo após Xbox completar 20 anos. É um sinal de amadurecimento e sinaliza um olhar para o futuro sem deixar de considerar o presente. É um dia histórico para o mercado dos videogames”.
Vale lembrar que a transação acontece em meio a um momento delicado da Activision Blizzard. Em julho do ano passado, um processo de assédio sexual foi movido pelo Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia contra a empresa. A suposta conduta da companhia gerou revolta entre os funcionários, que fizeram greve e protestos em apoio ao processo em frente à sede da companhia nos Estados Unidos. Kotick, que lidera a empresa há três décadas, está sob pressão dos funcionários para se demitir.
*Atualização: 17h34
*Com informações do Advertising Age
**Crédito da imagem no topo: Yudha Satia/Shutterstock
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