Para Meta, TikTok e Apple ameaçam receitas de publicidade
Companhia proprietária do Facebook conseguiu uma receita de US$ 32,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, mas prevê dificuldades no início do ano
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Meio & Mensagem
3 de fevereiro de 2022 - 6h06
Do Advertising Age
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, declarou nessa quarta-feira, 2, que as recentes mudanças das políticas de privacidade da Apple, bem como a concorrência acirrada de companhias como o TikTok, podem desgastar a plataforma de anúncios da empresa.
A companhia proprietária do Facebook conseguiu uma receita de US$ 32,6 bilhões no quarto trimestre de 2021 – um incremento de 20% em comparação com o mesmo período de 2020 – de acordo com resultados divulgados nesta quarta-feira, 2.
A empresa fez uma previsão de que sua receita com publicidade ficará entre US$ 27 bilhões e US$ 29 bilhões neste primeiro trimestre, o que representaria um aumento de 3% a 11% em comparação com o mesmo período inicial de 2021. Essa previsão tímida fez com que as ações da Meta caíssem 20% na Bolsa.
A Meta culpou a pressão sobre a indústria publicitária e uma série de fatores para sua previsão e destacou a Apple, que implementou uma nova regra de privacidade para os iPhones e devices com sistema iOS na segunda metade do ano passado. A Apple bloqueou os dados que compartilhava com desenvolvedores, como Facebook, Snapchat, Twitter e outros, tornando mais complicado direcionar anúncios publicitários baseados no comportamento dos usuários. Ficou mais difícil para os anunciantes, também, medir a performance dos anúncios.
“Prevemos um aumento modesto na segmentação de anúncios com os obstáculos de medição e mudanças regulatórias”, declarou a Meta em um release divulgado na quarta-feira, 2.
Zuckerberg também citou o rival TikTok, especificamente, como uma ameaça na conquista da atenção dos consumidores. “Aplicativos como o TikTok estão crescendo muito rápido”, disse Zuckerberg, durante a conferência.
O Facebook e o Instagram criaram o Reels para competir com o TikTok, plataforma de vídeo que cresceu em termos de popularidade e de anunciantes nos Estados Unidos.
Os executivos da Meta explicaram que o Reels representa um desafio, contudo, porque o formato ainda não monetiza quanto outras ferramentas da plataforma. Zuckerberg disse que o negócio do Reels ainda não está totalmente ajustado, mas prevê uma capacidade de gerar receita com os vídeos, citando o Facebook como exemplo.
A Meta declarou ter 3,6 bilhões de usuários únicos em todas as suas plataformas, o que é um aumento de 9% em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas ainda no mesmo estágio do terceiro trimestre.
Zuckerberg está tentando fazer uma grande correção em seu negócio de tecnologia, que foi renomeado, no ano passado, para Meta. A companhia planeja investir mais de US$ 95 milhões em 2022, em parte no desenvolvimento do metaverso, a realidade virtual com que Zuckerberg espera suplantar a internet antiga.
A companhia irá veicular um comercial no Super Bowl no próximo dia 13, que será a primeira campanha da empresa para o device Meta Quest, o novo nome do antigo Oculus Quest.
“Estou animado com o progresso que fizemos no ano passado em várias áreas, como Reels, e-commerce e realidade virtual e continuaremos investindo nessas e em outras prioridades em 2022, enquanto trabalhamos para construir o metaverso.”
A Meta também enfrenta obstáculos regulatórios na Europa e nos Estados Unidos. A Federal Trade Comission está processando a rede social alegando monopólio. No relatório, a Meta destacou como enfrenta a forte concorrência. “Esperamos contínuos ventos contrários, tanto pelo aumento da competição pelo tempo das pessoas quanto pela mudança do engajamento com outros apps de vídeos, como Reels, que monetizam a taxas mais baixas do que o Feed e os Stories”, declarou a companhia.
A Meta divulgou detalhes sobre sua plataforma de anúncios: a quantidade de impressões cresceu 10% em 2021, em comparação com 2020, e o preço pago pelos anúncios subiu 24% no ano passado, em comparação com 2020, sinalizando uma inflação nos leilões de anúncios. A Meta também disse que a inflação e os problemas na cadeia de fornecedores na economia global também impactaram a publicidade.
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