O metaverso na visão de Mark Zuckerberg
Em evento virtual chamado Inside the Lab, companhia apresentou os projetos de inteligência artificial que, na visão do fundador, são fundamentais para viabilizar o conceito de universo virtual
Em evento virtual chamado Inside the Lab, companhia apresentou os projetos de inteligência artificial que, na visão do fundador, são fundamentais para viabilizar o conceito de universo virtual
Bárbara Sacchitiello
24 de fevereiro de 2022 - 6h02
Tudo o que foi criado até hoje em termos de software, hardware e ferramentas foi planejado para auxiliar as pessoas no mundo real. Mas, para um novo universo (ou melhor, para o metaverso), as tecnologias e soluções desenvolvidas precisarão vir de uma inteligência artificial. Essa premissa sustentou o Inside the Lab, apresentação virtual realizada pela Meta nessa quarta-feira, 23, em que o fundador da companhia, Mark Zuckerberg, mostrou o que já vem sendo realizado para a construção do metaverso.
A ideia da apresentação era mostrar os avanços da área de inteligência artificial da Meta, que, na visão de Zuckerberg, será determinante para a criação do universo online imerviso em que a companhia já está focando suas energias e investimentos. Segundo o fundador do Facebook, como os mundos virtuais são dinâmicos e estão em constante transformação, a inteligência artificial utilizada no metaverso terá de ser moldada no contexto dos seres humanos.
Por isso, a companhia apresentou algumas inovações que já vem utilizando a inteligência artificial para colocar as pessoas dentro de experiências imersivas e virtuais. A primeira das ferramentas apresentadas por Zuckerberg é o CAIRaoke, uma nova forma de pesquisas por voz que pretende propiciar conversas mais naturais e diálogos mais completos entre as pessoas e os assistentes virtuais.
Outro recurso apresentado durante o Inside the Lab foi o Builder Bot, que permite a construção de um mundo virtual com base em comandos de voz. Zuckerberg testou o recurso durante a apresentação, criando o cenário de uma ilha. Pela voz, o fundador da Meta, por meio de seu avatar, pediu para ver, no ambiente, nuvens, uma ilha e algumas bebidas no cenário. Até mesmo o ruído das ondas do mar foi adicionado à experiência. “No futuro, poderemos criar novos mundos e experiências para explorar e compartilhar com outras pessoas apenas com a voz”, declarou.
Para construir esse metaverso, no entanto, será necessário superar alguns desafios. Zuckerberg destacou que a empresa vem investindo em ferramentas de inteligência artificial que sejam capazes de prever e interpretar alguns tipos de interação que podem ocorrer somente no metaverso e nos universos virtuais em 3D. Essa tecnologia, chamada pela companhia de Self Supervised Learning, visa aprimorar os algoritmos de reconhecimento para que as interações no ambiente virtual nao sejam limitadas.
Aprendizado com a diversidade
Na apresentação, Zuckerberg frisou a importância de que o metaverso seja construído com tecnologias capazes de compreender e interpretar movimentos, imagens, vozes, linguagens corporais, textos e outras manifestações de pessoas dos mais diferentes locais e que falem variadas línguas. A respeito dessa barreira do idioma, que precisa estar bem resolvida no universo da inteligência artificial para permitir, de fato, interações no metaverso de pessoas de todas as partes do mundo, a Meta está trabalhando em dois programas. O primeiro, chamado No Language Left Behind, é um novo sistema de inteligência artificial capaz de compreender e traduzir os mais diferentes idiomas.
O segundo programa, que na visão de Zuckerberg, é ainda mais inovador, é o Universal Speech Translator, que oferecerá traduções instantâneas, via fala, de qualquer idioma para qualquer outro idioma. “A habilidade de se comunicar com qualquer pessoa, em qualquer idioma, é um super poder com que as pessoas sempre sonharam e a inteligência artificial está entregando isso em nossas vidas”, declarou.
Durante a apresentação, que contou com a presença de outros diretores da Meta, também foram explicados outros recursos e iniciativas do pilar de inteligência artificial, como o programa AI Learning Alliance, uma iniciativa aberta de aprendizado em machine learning, voltada a professores e alunos de universidades.
No ano passado, quando mencionou seus planos de liderar a corrida pelo metaverso, projeto que envolveu, inclusive, o rebranding da companhia para Meta, a empresa revelou que pretendia dedicar de US$ 29 bilhões a US$ 34 bilhões em 2022 para a construção do universo virtual.
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