Brasileirão 2022 começa com oportunidades e indecisão comercial
Responsável pela comercial das placas de campo, Sport Promotion tenta assegurar contratos com clubes; transmissão do principal torneio de futebol do País terá 7 patrocinadores na Globo
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Valeria Contado
8 de abril de 2022 - 16h27
O Brasileirão, que começará neste sábado, 9, com a partida entre Santos e Fluminense, chega à sua 51ª edição. Os 20 clubes da Série A se enfrentam em 38 rodadas na competição, que tem patrocínio máster do Assaí – marca que leva os naming rights do torneio – e será transmitida pelo Grupo Globo na TV aberta e fechada, além do Premiere, que é o serviço de streaming da emissora.
Essa temporada de 2022 não contará mais com a WarnerMedia, que transmitiu alguns jogos do torneio nos últimos anos mas que, em setembro de 2021, comunicou que não daria continuidade ao contrato, que inicialmente seria válido até 2024.
O Campeonato Brasileiro, o mais relevante no cenário nacional, gera oportunidades para as marcas se conectarem com os torcedores, seja de forma orgânica, ou mais direta, por meio de patrocínios. Além das cotas de patrocínio na TV, que geralmente configuram um dos pacotes mais valiosos da mídia nacional, a competição também movimenta as marcas nos uniformes dos clubes, estádios e em outros ambientes.
Placas de campo
Uma das ações comerciais tradicionais do futebol, a publicidade nas placas de campo, no entanto, encontra-se em situação indefinida à beira do início do Brasileirão. Desde 2019, as negociações desses espaços publicitários são feitas pela Sport Promotion e os aportes conseguidos são, em parte, direcionados aos clubes. Para essa temporada, no entanto, um novo elemento entrou em disputa, conforme apurado pelo colunista Rodrigo Mattos, do UOL.
Segundo ele, o consórcio Brax entrou na concorrência para negociar as placas de campo. O grupo é formado pela Esportecom que já vende os espaços do Campeonato Carioca, Market Sport r Printac e teria oferecido outra negociação aos clubes que, por sua vez, inclinaram-se à rescindir com a Sport Promotion.
Por meio da assessoria de imprensa, a Sport Promotion informou que conseguiu, nesta sexta-feira, 8, uma liminar, junto à 40ª Vara Cível do Rio de Janeiro, que mantém os contratos atuais da empresa e dos clientes para esta edição do Brasileirão. A empresa já fechou contrato com 19 anunciantes para a competição. Dentre eles estão Rei do Pitaco, Sportingbet, Gol, Tigre, Havan, Odontocompany, Claro e 51.
Na TV, os anunciantes têm no Brasileirão uma oportunidade de expor suas marcas na tela por meses. Para o pacote de transmissões de 2022, a Globo conta com sete patrocinadores: Chevrolet (General Motors), Itaipava (Grupo Petrópolis), Hypera Pharma, Itaú e Vivo, que já estavam com a emissora em 2021, renovaram por mais um ano. A elas, juntaram-se Amazon e Sportingbet.
Mesmo com menos jogos na disponibilizados na temporada, já que a Globo não é mais detentora do Paulistão, Carioca e Libertadores, a emissora aumentou o valor da cota de patrocínio em relação à última temporada. Cada uma dessas seis cotas tinha preço (de tabela) de R$ 307 milhões.
Para este ano, o grupo investir em produtos que fazem parte da cultura do torcedor, como é o caso do Cartola, e de sua nova versão, o Cartola Express. O fantasy game tradicional passou por repaginação para a temporada. Além de mudanças em aspectos do jogo, como a computação dos pontos através dos scout, o game promete distribuir mais de R$ 1 milhão em prêmios, com o parceiro Méliuz, que passa a oferecer opções de cashback (de 10% na contratação do Cartola Pro e R$ 0,50 a cada rodada que o time for escalado). As premiações variam de acordo com o ranking da competição, mesmo na modalidade free.
O interesse pelo principal campeonato nacional de futebol vai além da TV. Segundo uma pesquisa realizada pelo Twitter, 54% das pessoas que usam a plataforma no Brasil se interessam pelo Brasileirão, e isso fez com que o volume de tuítes direcionados à competição chegasse à marca de 32 milhões no ano passado. A plataforma indicou, ainda, que para 71% dos consumidores, o Twitter é bom ouótimo para interação com as marcas.
Dentro das quatro linhas, as camisas também são uma das fontes de encontro com essa audiência. Em 2021, por exemplo, 172 marcas estiveram presentes nos uniformes de times da Série A (mais o Botafogo, que garantiu a vaga para a elite do futebol em 2022). O número foi apontado pelo estudo do Mapa dos Patrocinadores, divulgado pelo Ibope Repucom.
Para Arthur Bernardo Neto, diretor de desenvolvimento de negócios do IBOPE Repucom, ao aparecer nos uniformes dos clubes, as marcas cumprem o objetivo de estar presentes e reforçar a estratégia, ultrapassando a exposição da marca. “Segundo nosso estudo Sponsorlink, atualmente 75% dos fãs de futebol concordam que os patrocínios são fundamentais para o desenvolvimento do esporte, e cerca de 50% afirmam serem mais leais, gostar e confiar mais em marcas que estejam envolvidas em patrocínio esportivo”, comenta.
Para atrair ainda mais a atenção da audiência, as empresas investem em campanhas e comunicações. Nas redes sociais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio do perfil do Brasileirão, já está puxando uma contagem regressiva para o início da competição. Além disso, a entidade está soltando vídeos e estatísticas sobre a competição.
Já a Globo, anuncia o novo valor de seu pacote de streaming, o Premiere, com diversas opções, com plano anual de R$29,90. Para isso, a emissora apresenta uma campanha de comunicação com novas vinhetas de abertura.
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