Disney+ estreia estratégia de conteúdos originais nacionais
Vice-presidente de produções originais nacionais do Disney+, Cecilia Mendonça opina sobre tendências no streaming e no conteúdo original
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Thaís Monteiro
1 de junho de 2022 - 6h00
Na semana passada, o Disney+ estreou Tudo Igual… SQN, sua primeira série original brasileira na plataforma. A trama acompanha a adolescência da personagem Carol (Gabriella Saraivah) e seus desencontros com o novo companheiro da mãe, seu próprio namorado e com amizades. A produção dá a largada para os próximos seis originais nacionais que estão por vir.
Os episódios de Tudo Igual… SQN já estão todos disponíveis no Disney+, ao contrário de algumas das séries originais da plataforma que tem capítulos disponibilizados semanalmente. Ao longo de 2022, a plataforma adiciona ao seu catálogo a série musical O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu, dirigida por Miguel Falabella; a série Mila no Multiverso; o programa Art Atack: Modo Desafio, com a participação de criadores de conteúdo; a série Tá Tudo Certa, protagonizada, escrita e com participação de músicos da nova MPB; e a série A Magia de Aruna, com Cleo, Erika Januza e Giovanna Ewbank. Essa última está prevista para ser lançada em 2023.
VOD no Brasil: competição e originalidade
De acordo com a vice presidente de produções originais nacionais do Disney+, Cecilia Mendonça, a trama de Tudo Igual… SQN marca uma mudança na abordagem de questões da adolescência e é uma evolução dos produtos feitos para Disney Channel, por exemplo.
Ao Meio & Mensagem, a executiva detalhou a abordagem dos conteúdos do Disney+ em relação aos demais produtos do universo Disney, opina sobre estratégias de divulgação e co-criação.
Meio & Mensagem – Tudo Igual…SQN é a primeira produção original e nacional do Disney+. Com certeza, há algo de significativo nisso. Por que ela foi eleita para encabeçar as demais produções que virão?
Cecilia Mendonça – É uma progressão natural dos conteúdos que vinhamos fazendo. Antes era para o Disney Channel e agora podemos expandir o target e fazer um age up dos nossos produtos, porque o mercado pede, mas sem mudar os valores que são otimismo, trazer a moral da histporia, uma luzinha no final do túnel. A personagem passa por situações difíceis, momentos mais obscuros e complicados e podemos aprofundar mais nesses momentos. Quando eu conheci a Luly Trigo (autora do livro em que a série é baseada), ela me apresentou seus livros e eu vi que parece muito adolescência. É legal mostrar como a vida é mais leve e que podemos encarar as situações de forma mais leve. Vamos adptar o livro e trazer esse conteúdo nacional sem sair do que é Disney e o que as pessoas reconhecem como Disney ou Disney Channel. São adolescentes que sentem tudo e estão num momento entre deixar de ser criança e começar a ser adulto e poder tocar nessas situações. Foi uma boa proposta para abrir porta para o tudo mais que vem, porque vem coisas diferentes.
M&M – Quando você menciona que o mercado pede esse amadurecimento do conteúdo, de qual mercado está falando? O consumidor ou o publicitário?
Cecilia – O mercado consumidor. No mundo das plataformas e desde antes, muito do sucesso que tivemos nos EUA e América Latina tem a ver com escutar o target e dar melhor conteúdo para eles. Hoje a maioria dos pais são millennials, então não podemos pensar com a cabeça de outra geração. Sabemos que estamos falando com outro público e que existe espaço para aprofundar em temas que anos atrás jamais tocariamos ou tocariamos sucintamente.
M&M – Como esse conteúdo busca se adaptar às mudanças de comportamento e consumo do consumidor? Vocês escolheram disponibilizar tudo de uma vez ao invés de fazer isso semanalmente. Qual foi a estratégia por trás disso?
Cecilia – É uma decisão que é mais de estratégia de conteúdo do que produção, mas conversamos muito e participamos dessas decisões. Vai ser um dilema futuro para as plataformas. Entregar todos os conteúdos de uma vez tem um impacto muito maior porque o apetite é enorme, o que é otimo mas você quer manter a qualidade. As duas coisas tem que conviver. Há series que você pode consumir de poucos, pessoas que veem tudo de uma vez e decidem ver de novo de forma mais calma. Eu acho que vamos ter que continuar criando histórias que te convidam a ver uma vez por semana porque é gostoso essa expectativa. Eu espero que possamos constrir para gerar expectativa de lançar semanalmente.
M&M – Qual é a importância do produto original e local para os streamings diante da crescente competitividade? Qual é o papel dele se comparado ao preço, usabilidade e outros fatores importantes na escolha do consumidor?
Cecilia – Cada vez vai ser mais importante porque esse mercado que está tão faminto. Vamos precisar trabalhar junto com muita gente e, ao mesmo tempo, continuar sendo Disney com nome, peso e compromisso de qualidade. Vai ser sempre uma colaboração, construir junto. Eu acho que isso é o que deveria ser. Todos saem ganhando, aprendemos com os novos produtores que não saem da nossa máquina e também ensinamos algo ao mercado que ainda é jovem.
M&M – Como as produções originais nacionais do Disney + se diferem das demais produções na plataforma?
Cecilia – Eu tenho muita esperança e fé na produção nacional. No meu caso, se conseguirmos colaborações e trabalharmos juntos só temos oportunidade de crescer. O Tudo Igual… SQN vai ser lançado globalmente. Fazendo esses lançamentos internacionais, vamos ter novas oportunidades. Minha experiência está muito positiva. Estou muito feliz com o nível de produção. Estou recebendo elogios com o cuidado. As produtoras tem vontade de entregar algo de qualidade e acho que vamos chegar lá. Agora, o público também tem que dar a chance para esses produtos e seria muito bom conseguir colocar as nossas produções em geral nesse mesmo lugar que colocamos outros conteúdos, que são fantásticos, mas não ficamos atrás.
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