Interativo e inteligente: os assistentes de voz na publicidade
Mercado de smart speakers deve chegar a US$ 6,6 bilhões e abre espaço para ações pautadas no dinamismo e proximidade para com o consumidor
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Taís Farias
22 de junho de 2022 - 6h03
O mercado mundial de smart speakers, alto-falantes inteligentes equipados com assistentes de voz como Siri e Alexa, deve saltar de US$ 6,16 bilhões registrados no ano passado para US$ 6,6 bilhões neste ano. A estimativa foi publicada pelo Report Linker, plataforma de inteligência de mercado, e representa taxa de crescimento anual composta de 7,1%. O estudo prevê ainda que, em 2026, o mercado de smart speakers chegue à marca de US$ 8,6 bilhões. Para justificar o crescimento, a plataforma elenca fatores como a evolução dos assistentes de voz e a adaptação às mudanças trazidas pela Covid-19.
Em 2021, o The Infinite Dial, estudo da Edison Research e a Triton Digital que mapeia o consumo de áudio nos Estados Unidos, mostrou que 33% dos norte-americanos já contam com smart speaker em casa. Entre os brasileiros, os dados indicam que a adoção dos assistentes inteligentes foi impulsionada pela pandemia. Em outubro de 2020, uma pesquisa desenvolvida pela consultoria Ilumeo revelou que o uso de comandos de voz cresceu 47% desde o início da crise sanitária.
Entre os 1,1 mil entrevistados, 63% disseram não se espantar mais ao ver pessoas dando comandos de voz aos seus dispositivos. Também no estudo, 48% afirmaram que utilizam comandos de voz pelo menos uma vez por semana, enquanto 20% usam a tecnologia diariamente.
De olho nos dados, os assistentes de voz têm se tornado alternativa para a publicidade e, por conseguinte, oportunidade para marcas se aproximarem do consumidor final. Criada em 2020, a Adventures vem apostando no formato. Uma das primeiras ações da companhia nesse sentido foi feita para a rede de pizzarias Domino’s, em janeiro do ano passado. Na campanha, os consumidores que fizessem pedidos por meio de assistentes de voz eram atendidos pela cantora Jojo Todynho.
Além de interagir com a voz da influenciadora, os usuários ainda tinham 50% de desconto nos pedidos feitos por assistente de voz. No Dia das Crianças, foi a vez da Disney investir no formato. Na ação “Agora é hora de brincar”, as crianças podiam interagir com a narrativa de histórias, com personagens clássicos da Disney, Pixar, Marvel e Star Wars, e decidir o rumo de cada atração. As crianças ainda eram convidadas a usar seus brinquedos para dar vida à contação de histórias.
O branded content interativo usou as vozes dos dubladores originais dos filmes no Brasil para gerar identificação. Segundo a Adventures, 17 milhões de pessoas foram alcançadas.
Para Conrado Caon, chief technology officer da Adventures, a vantagem desse meio é permitir que o consumidor possa participar em tempo real e sentir-se parte das ações. “O dinamismo e a interatividade são bastante únicos no canal”, explica o executivo. No entanto, essas especificidades não são apenas positivas. “O principal desafio é tomar o cuidado de não apenas traduzir ou translatar algo que foi criado para o canal web”, explica Conrado.
Com a transição para Web3 e a chegada do 5G, o executivo aposta que os smartphones darão lugar a interfaces e devices cada vez menos táteis, como os wearables (dispositivos vestíveis, em tradução livre). “Sem teclado, a voz ganha muita importância”, aponta o CTO.
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