Perfis falsos travam negociação do Twitter por Elon Musk
Bilionário segue pedindo o acesso ao percentual de contas falsas da plataforma, que diz já ter revelado, em relatórios, que bots correspondem a menos de 5% de sua base
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Meio & Mensagem
8 de julho de 2022 - 10h39
Com informações do Ad Age
A quantidade de bots (perfis e contas falsas) do Twitter pode ser responsável por estragar a proposta de aquisição da rede social pelo bilionário Elon Musk. O empresário está com dúvidas de que a empresa esteja sendo sincera nos relatórios em que informa a quantidade de bots, por achar o número apresentado muito baixo – e por mais que os executivos do Twitter tentem explicar a mensuração e convencê-lo dos números.
A plataforma tem afirmado repetidamente que a quantidade de spam representa menos de 5% do total de sua base de usuários. Musk, porém, está preocupado que esse número seja muito maior e ameaçou desistir do acordo de compra da companhia, de US$ 44 bilhões, até que consiga as informações sobre o percentual de bots do Twitter.
A equipe de Musk concluiu que o Twitter não é capaz de verificar suas contas de spam e “parou de se envolver” nas discussões em torno do acordo, de acordo com reportagem publicada nessa quinta-feira, 7, pelo Washington Post, que ouviu uma pessoa próxima do negócio. Essa questão coloca a venda do Twitter para o CEO da Tesla em “sério risco”, nas palavras do jornal.
“O Twitter tem compartilhado – e continuará compartilhando – cooperativamente informações com Sr. Musk para consumar a transação de acordo com os termos do acordo de fusão”, declarou um porta-voz do Twitter, em comunicado enviado à Bloomberg, após o Washington Post ter publicado a história. “Acreditamos que esse acordo é o de melhor interesse para todos os acionistas. Queremos fechar a transação e fazer cumprir o acordo de fusão nos termos e preços acordados”. As ações do Twitter caíram 4% após a publicação da reportagem do Post.
Na quinta-feira, 7, os executivos do Twitter disseram em coletiva de imprensa que a companhia revisa manualmente milhares de contas a cada trimestre e determinou que 5% de sua base é composta por bots e que estima que o número real de contas falsas esteja abaixo do divulgado. A empresa também usa dados internos para confirmar o possível bot, incluindo avaliação de telefone e IPs a fim de confirmar se aquele perfil pertence a um humano.
Musk pediu uma auditoria nas estimativas da plataforma. O Twitter, por sua vez, responde que tem compartilhado alguns de seus dados com Musk e trabalhado com sua equipe dentro dos limites do contrato de compra. Um executivo da empresa se recusou a comentar quais dados teriam sido compartilhados com o bilionário, mas reforçou que a companhia não divulga dados internos com pessoas de fora da negociação por questões de privacidade.
Anteriormente, o Twitter deu a Musk acesso à base de tuites da plataforma, mas isso inclui apenas os perfis públicos e não considera as contas privadas.
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