Os caminhos para a mídia OOH se tornar mais sustentável
Energia limpa, neutralização da pegada de carbono e reciclagem são alguns dos investimentos de empresas especializadas no ramo
Os caminhos para a mídia OOH se tornar mais sustentável
BuscarOs caminhos para a mídia OOH se tornar mais sustentável
BuscarEnergia limpa, neutralização da pegada de carbono e reciclagem são alguns dos investimentos de empresas especializadas no ramo
Caio Fulgêncio
3 de agosto de 2022 - 12h53
O debate sobre como a comunicação pode ser mais sustentável e, assim, contribuir na luta contra a degradação do meio ambiente tem feito parte do cotidiano do mercado publicitário há alguns anos. O tema esteve presente em discussões durante o Cannes Lions, em junho, com direito, inclusive, a protestos do Greenpeace, que cobravam mudanças reais na área.
Responsável por alcançar pessoas em espaços públicos por meio de cartazes e painéis digitais, a mídia out-of-home é parte fundamental nessa conversa. Na busca por novos arranjos na forma de trabalhar, algumas empresas têm investido em iniciativas que prometem minimizar os impactos ambientais e servir de exemplo para a toda a cadeia publicitária.
Felipe Davis, CEO da PAD, considera que, por estar presente na vida da população em deslocamento, é urgente que a mídia OOH assuma o protagonismo nesse movimento. Neste ano, a empresa anunciou, após investimentos em fazendas fotovoltaicas, que 100% dos ativos digitais em Belo Horizonte, em Minas Gerais, passaram a operar com energia limpa, com a intenção de ampliação para as mais de 40 cidades onde a empresa atua.
“O OOH tem que ser protagonista em tudo o que influenciar de alguma forma o cenário urbano e, consequentemente, o dia a dia das pessoas”, defende Davis. Um dos símbolos da iniciativa é a empena digital Raja – uma tela de 12 metros de altura e 8 de largura instalada em um jardim vertical de 180 m², por sua vez construído com reaproveitamento de quase 3 toneladas de lixo reciclado.
“Para que avancemos, é preciso que todas as ações que as empresas trouxerem estejam alinhadas a uma transformação do cenário urbano, a um propósito. É por isso que optamos que tivéssemos ações autorais, porque queríamos estar à frente, como mercado, desse movimento. E há mais força se o mercado for junto, para que ele seja o agente transformador”, acrescenta o CEO da PAD.
Para reduzir o impacto ambiental da produção de energia, a Neooh decidiu investir na compensação da emissão de CO₂, com a neutralização de 100% da pegada de carbono nos mais de 120 circuitos de mídia out-of-home. Segundo a head de marketing da empresa, Raisa Genta, a empresa compra mais de 340 créditos de carbono por ano e cada um equivale a 1 tonelada de gás carbônico que deixa de ser emitida. A iniciativa beneficia áreas ameaçadas pelo desmatamento na Amazônia. “Com essa pequena ação, tentamos chegar aos nossos clientes e ao mercado para mostrar que é possível”, diz.
Com anúncios feitos em painéis físicos, o movimento de impacto ambiente da holding Outdoor Social, presente em várias favelas brasileiras, é voltado para a reciclagem. Até julho, a empresa doou mais de 80 mil placas de polionda para cooperativas e catadores de resíduos sólidos, gerando aproximadamente 32 toneladas de material reciclado e em torno de R$ 86 mil.
A CEO da holding, Emilia Rabello, ressalta que a política de “lixo zero” é uma premissa do trabalho desde o início e que pode ser seguida por todo o mercado. “A questão do lixo é uma urgência. Com esse tipo de ação, você preserva o meio ambiente, diminui custos e gera valor agregado ao produto”, complementa.
É de comum acordo entre os executivos da PAD, Neooh e Outdoor Social que existe um crescente interesse do mercado publicitário e dos anunciantes por operações mais sustentáveis. No entanto, diversos desafios ainda existem para que novas jornadas sejam construídas e trilhadas.
Para Raisa, da Neooh, ainda há dificuldade de entendimento técnico em relação à neutralização da pegada de carbono, o que afasta a possibilidade de investimentos reais por parte das empresas. “Nós pesquisamos muito para entender que era possível e seguro. E, por isso, temos ajudado outras pessoas a entenderem que não é difícil nem caro”, fala.
Davis alerta que o discurso não pode ser romantizado e, dessa forma, esvaziada a relevância do tema. Logo, conforme o CEO da PAD, o primeiro desafio é a necessidade de posicionamento. “As pessoas precisam escolher esse caminho, senão vai haver pouca ação”, afirma. A segunda necessidade é de investimento, compreendendo que aplicar recursos em ações positivas ao ambiente podem não trazer lucros imediatos. “Esse retorno é intangível, ele vem em propósito. Caso existam lucros, é preciso entender que é a longuíssimo prazo”, finaliza.
Compartilhe
Veja também
Governo dos EUA oficializa pedido de divisão entre Google e Chrome
Após ter expressado sua intenção um dia antes, Governo dos Estados Unidos oficializa pedido de separação do Google, por meio da venda de seu navegador Chrome
WhatsApp lança solução para transcrição de áudios
Em fase de lançamento global, recurso está disponível em inglês, português, espanhol e russo