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Serviços de streaming nichados conquistam audiência brasileira

Apesar da alta no número de plataformas de VOD segmentadas no mercado brasileiro, elas ainda enfrentam desafios para conquistar a audiência


16 de setembro de 2022 - 6h00

O mercado do video on demand (VOD) vem crescendo exponencialmente em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, já superou os espectadores da TV por assinatura, de acordo com relatório da Nielsen, realizado em julho deste ano. No Brasil, essa realidade não é diferente. Uma pesquisa da KPMG, realizada no ano passado, mostrou que dentre os 1.012 respondentes, 86% têm acesso a esses serviços.

Além disso, mais de 70% dos respondentes disseram acessar dois ou mais serviços de vídeo por streaming. Toda essa demanda tem aquecido o mercado nacional. Nos últimos três anos, o mercado de streaming brasileiro passou a contar com diversas plataformas de VOD tanto gigantes, como Disney+, HBO Max, e Starzplay, quanto menores, nacionais e até mesmo segmentadas, como Mubi, A la Carte, Darkflix, Wolo TV, UOL Play, SPCine e LGBTFlix.

 

Serviços de streaming nichados conquistam audiência brasileira

(crédito: Studio/Shutterstock)

A diretora-executiva de desenvolvimento de produto da Vrio, holding da SKY, DIRECTV GO e DIRECTV, Flávia Guerra, entende que esse boom dos serviços de streaming menores e mais nichados aconteceu justamente porque há uma tendência de estar cada vez mais próximo do consumidor. Já para Licínio Januário, CCO e fundador da Wolo TV, um dos motivos para o surgimento dos serviços de streaming mais nichados e segmentados é o fato de o Brasil ser um país continental e com muitos núcleos e bolhas. “Temos um mercado audiovisual que é muito centralizado em São Paulo e no Rio de Janeiro. O streaming vem para dar autonomia a essas vozes, traz outras bolhas, os outros possíveis mercados”, ressalta.

Apesar de estarem aparecendo novos serviços de VOD no mercado a cada momento, tanto Januário quanto Flávia salientam que os serviços já consolidados, como Netflix, Prime Video e HBO Max, por exemplo, não irão perder espaço para esses menores e mais segmentados. “As plataformas independentes nunca vão ter a grana de marketing que as grandes plataformas têm, mas tem uma outra questão que é o cunho popular. As grande acabam tentando abranger todas as bolhas e os nichados entram para abranger cada uma dessas bolhas individualmente”, pontua o CCO da Wolo TV, reforçando que uma via vai potencializar a outra.

Com a abundância de conteúdo e de plataformas, conquistar a audiência tem se tornado ainda mais desafiador, principalmente para os serviços menores e mais nichados, como é o caso da Wolo TV. “Ainda não temos a fórmula. Estamos testando há dois anos”, explica Januário. “Mas em nossos estudos, o que observamos é que trabalhar com influenciadores é um caminho muito bom, porque eles têm essa questão de falar diretamente com o público, e a música, que é o que estamos buscando investir daqui para frente”.

Além disso, para tentar se diferenciar, a plataforma brasileira que exibe conteúdo de protagonismo preto para 27 paíse anunciou na quarta-feira, 14, o lançamento do seu aplicativo. Desenvolvido por um time de profissionais angolanos, com a coordenação de Leandro Lemos, fundador, CTO e CFO da Wolo TV, o app permite que o público assista a produções nacionais e internacionais voltados para a cultura urbana e diversidade regional. “O aplicativo vem como uma estratégica exatamente para facilitarmos esse contato com o grande público”, comenta Januário.

Agregação de conteúdo

Com essa produção quase que infinita de conteúdo “começa a ter uma guerra pelo dinheiro do consumidor que é finito”, comenta Flávia. Nessa horas, segundo a diretora, a qualidade do conteúdo é o que se destaca. Para ela, se uma plataforma não tem conteúdo relevante, ela não irá sobreviver no médio e longo prazo, justamente porque não é um mercado barato. “O mercado de streaming não é para amadores”.

A afirmação de Flávia se confirma na pesquisa da KPMG. De acordo com o levantamento, 58% dos brasileiros mencionam o lançamento de filmes inéditos como um serviço que os motivaria a pagar mais por um pacote de streaming. Além disso, 68% dos brasileiros apontam o conteúdo diversificado como um fator que eles costumam levar em consideração quando analisam opções de serviços de vídeo por streaming.

Em um mar de conteúdo e plataformas e num momento de crise econômica, a tendência da agregação se fortalece. A DIRECTV GO é um exemplo disso. O diferencial da plataforma é justamente o seu DNA de agregação. “É como se fosse um shopping. Caminhamos para um processo de agregação, tanto de experiência, como de alguma vantagem econômica e outras formas também de cobrança”, reforça Flávia.

O CCO e fundador da Wolo TV, Licínio Januário, também acredita que a agregação é uma ferramenta de inclusão. “A massa também quer consumir streaming. É uma estratégia para tornar esse mercado mais inclusivo, mais diversificado. O audiovisual é uma ferramenta de transformação, é a maior ferramenta de educação que temos. Precisamos assumir esse lugar educador do audiovisual e assumindo isso precisamos levar essa mensagem para o grande público. E torná-lo mais acessível é um bom caminho para isso”.

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