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Estúdios Flow se estabelece como produtora

Empresa dona do Flow Podcast visa investir em pequenos criadores de coneúdo, formatos e narrativas novas e diversificar fontes de receita


27 de setembro de 2022 - 6h00

Em uma live extra realizada na sexta-feira, 23, o podcast e videocast Flow Podcast anunciou o novo posicionamento da empresa. O Estúdios Flow, agora, atende como uma produtora de conteúdo, visa investir na ampliação dos seus projetos e auxiliar pequenos criadores. Para isso, também foi estabelecida uma nova roupagem na identidade visual da empresa.

 

Mais colorida, identidade resata elementos que representam a empresa (Crédito: Divulgação/Estúdios Flow)

Anteriormente designado como hub de podcasts, o Estúdios Flow passou a considerar uma reformulação da sua estrutura e objetivos maiores há cerca de um ano. O projeto foi interrompido devido à crise de imagem relacionada a um dos apresentadores, Monark, mas o intuito seguiu o mesmo: mostrar as capacidades e qualidades da empresa para além do sucesso do Flow, já que o Estúdios Flow coordena outros podcasts, como o Vênus, Prosa Guiada e outros.

O reposicionamento conta com uma identidade visual mais colorida e que envolve diversos elementos que remetem às produções da empresa e virá acompanhada de um novo site. O momento do lançamento da nova proposta coincidiu com os quatro anos do Flow Podcast.

Apoio a pequenos criadores

Uma das medidas efetivas com a mudança é reafirmar o comprimisso da empresa no apoio de pequenos criadores. De acordo com o CEO, Andre Gaigher (ex-CFO do Uber), o Estúdios Flow quer oferecer suporte para criadores com uma plataforma, no caso a NV99, que concentre todas as produções desse influenciador e ofereça uma gama maior de monetização, seja por assinaturas, venda de produtos, lives privadas, dando aula no projeto Flow Academy, iniciativa ainda em desenvolvimento que propõe aulas para que criadores e o mercado possam aprender e evoluir, entre outros formatos.

Gaigher considera que as big techs não atendem mais de forma completa as demandas do criador e esse tem que se desdobrar com estratégias em diferentes canais. Assim, sua comunidade fica dispersa. O objetivo da NV99 é reunir todos os canais em uma página, além dos produtos monetizáveis. Assim, se uma plataforma banir o criador por algum motivo, ele tem um local onde os seguidores podem continuar acompanhando seu conteúdo.

“Queremos recuperar o foco do criador, assim como o YouTube era na sua origem. Queremos que a plataforma seja a casa do conteúdo desses criadores”, afirma. Eventualmente, a empresa quer deixar com que esses criadores possam ter direito sobre a plataforma em forma de ações.

Atendimento integral

O Estúdios Flow ainda oferece serviço de produção de conteúdo profissional e trabalha como agência para alguns dos criadores, ficando com 20% dos acordos firmados. Os contratos são flexíveis, conta o CEO. Hoje, a empresa tem 20 criadores no casting. O objetivo é chegar a cerca de dois mil.

“Há 50 milhões de pessoas no mundo que se consideram criadores de conteúdo. Dessas, dois miçhões se consideram profissionais. Há muito potencial criador para ser auxiliado”, diz Gaigher.

Estrurura e novos conteúdos

A empresa ainda investirá na ampliação dos seus estúdios para receber mais convidádos e para a realização de eventos presenciais, além de destinar esforços para atualizar os equipamentos.

A nova fase também é marcada pelo investimento em conteúdos em formatos e sobre assuntos diversos. Em detrimento do foco das plataformas em conteúdo curto, o Estúdios Flow trabalha em projetos nesse sentido, mas também em diferentes formatos, incluindo programas exclusivamente em áudio em parceira com uma plataforma de streaming, minisséries e outros. Alguns dos temas são: culinária, super-heróis, games e, principalmente, a intersecção entre eles, como uma entrevista com um CEO enquanto ele ensina uma receita.

Quanto aos conteúdos já existentes e funcionais, esses devem ganhar versões físicas para aproximar o fã dos apresentadores, como ocorreu na temporada de episódios do Vênus gravado em teatro e com plateia ao vivo.

“Não quero ser gigante, mas sim ter um laboratório que permita iniciar projetos e validar negócios para fazer crescer. Em breve espero estar concorrendo a prêmios de curta metragem de animação. Essa é riqueza da economia circular”, opina o CEO.

Captação e receitas

Para auxiliar nas empreitadas, o Estúdios Flow está passando por um momento de captação, em que a empresa está abrindo 20% para o mercado, a fim de reinvestir o ganho na produção de conteúdo.

Atualmente, a receita da empresa está distribuída entre 25% vindo de publicidade, 40% de patrocínios, 20% da produção de conteúdo e o restante das assinaturas de membros, parceiras como revenue share e royalties. A intenção é manter 50% vindo de publicidade e patrocínio, mas ativar de modo mais intenso as possibilidades de membros, venda de produtos e outras frentes.

Divulgação

Para marcar o posicionamento, o Estúdios Flow criou um vídeo-manifesto que exibe a nova marca e alguns valores da empresa. O vídeo circula no perfil de redes sociais da produtora, mas não há planos de extrapolar disso a curto prazo.

Gaigher afirma que a empresa irá contratar profissionais que irão ajudar o Estúdios Flow a contar a história. “Queremos, de repente, investir em imagem e eu sinto que empresas e agências ficam com pé atrás mas queremos só ajudar a construir narrativas e aprender ao longo do tempo. Não temos um plano de lançamento mas investimos muito no conteúdo”, diz.

Caso Monark

A crise advinda com o caso do apresentador Monark, que defendeu a criação de um partido nazista em um episódio do Flow Podcast, fez com que a empresa perdesse diversos acordos publicitários. O CEO relata que a empresa teve que realizar uma redução salarial dos salários mais altos para não desligar nenhum colaborador e repensar a operação. Depois de seis meses, a empresa deixou de ter prejuízo mensal.

Sobre o caso, Gaigher alega: “O diálogo é a pedra fundamental e muitas pessoas se confundiram com a questão do Monark. Acreditamos que a liberdade está dentro de um quadro. Ela tem três pilares: o diálogo, transparência e ser plural. Aprimoramos essa consciência de que a liberdade está nos três eixos”.

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