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RIPTwitter: decisões de Musk indicam crise na plataforma

Colaboradores deixam o Twitter após ultimato do magnata e escritórios da empresa são fechados; situação coloca operação da rede em xeque


18 de novembro de 2022 - 10h28

A ambição de Elon Musk de criar um “Twitter 2.0 inovador” parece não ter sido comprada por muitos colaboradores da empresa. Na última quarta-feira, 16, o empresário deu um ultimato de 36 horas aos funcionários remanescentes na plataforma para deixar a empresa ou participar da nova etapa da rede social, conforme indicam reportagens do The New York Times e Washington Post.

Elon Musk, novo dono do Twitter

(Crédito: Dimitrios Kambouris/GettyImages)

Na quinta-feira, 17, as respostas vieram em forma de uma espécie de “demissão voluntária”. Centenas de membros dos times do Twitter optaram por deixar a companhia com três meses de indenização – proposta feita por Musk em seu ultimato.

A nova onda de cortes acontece poucas semanas após a demissão em massa, que ocorreu dias após a conclusão da aquisição da plataforma por Elon Musk. O CEO da Tesla concluiu o acordo de compra de US$ 44 bilhões e desligou cerca de metade dos 7.500 membros em todo o mundo.

A crise no Twitter se estende aos escritórios da plataforma, que tiveram o acesso dos funcionários suspenso e estão fechados até a próxima segunda-feira, 21. As informações são da BBC.

O veículo apontou que uma carta enviada aos colaboradores informava o fechamento. Ainda, recomendava que eles continuassem a cumprir a política da empresa, “evitando discutir informações confidenciais da empresa nas mídias sociais, com a imprensa ou em qualquer outro lugar”.

Segundo um ex-funcionário do Twitter que permanece como fonte anônima, “quando a poeira baixar, provavelmente haverá menos de 2 mil pessoas”, diz a BBC. Ainda que Musk tenha recrutado engenheiros e profissionais de suas empresas, como a Tesla, a saída de alguns colaboradores torna a operação da plataforma crítica.

Hashtags como #RIPTwitter e #TwitterDown movimentaram a rede social entre ontem e hoje, com as tags entrando, inclusive, nos Trending Topis. Usuários estão postando memes e indagações sobre para onde migrarão caso a plataforma, de fato, acabe.

 

Histórico da crise do Twitter

O processo de compra do Twitter por Musk já teve uma história turbulenta. O anúncio da aquisição foi feito em abril. Contudo, só foi concluído no final de outubro em meio à questões judiciais dos Estados Unidos.

Com a conclusão da compra, uma das primeiras medidas tomadas pelo bilionário foi a cobrança de US$ 8 mensais pelo selo de verificação. Além disso, houve a ideia da criação de um novo rótulo de verificação como forma de diferenciar as oficiais e verificadas frente à nova cobrança. Contudo, a decisão foi descontinuada.

Em seu primeiro discurso aos funcionários desde que assumiu a companhia, Musk afirmou que a falência da empresa era uma possibilidade, conforme indicou uma pessoa familiarizada com o assunto. O Twitter sofreu o corte de altas lideranças, como CEO Parag Agrawal; Vijaya Gadde, chefe do departamento jurídico, política e confiança; bem como o diretor financeiro Ned Segal, e Sean Edgett, que era conselheiro geral da plataforma desde 2012.

Ao mesmo tempo, a crise no Twitter enfrenta questões com o senado dos Estados Unidos, segundo o The New York Times. A reportagem do portal indica que, na última-quinta feira, sete senadores democratas teriam pedido que a Federal Trade Commission investigasse uma possível violação de um acordo de privacidade do consumidor com a agência.

Relação do Twitter com anunciantes

A questão da moderação na plataforma é algo que vem preocupando os anunciantes e gerando crises no Twitter.

Em poucos dias desde a aquisição, as principais montadoras deixaram de anunciar na rede social, como General Motors, Ford e Audi. Vale lembrar que as montadoras são concorrentes da Tesla, empresa da qual Musk é CEO e fundador.

De acordo com o Advertising Age, um dos parceiros de marketing mais antigos e próximos do Twitter, a Mondelēz, também congelou milhões de dólares em anúncios. O veículo vem acompanhando de perto a reação dos anunciantes.

Algumas das principais agências de publicidade do mundo, como a Mediabrands da IPG, disseram aos clientes para adiar qualquer campanha no Twitter. Uma reação de marca como essa não era vista desde o boicote aos anúncios do Facebook em 2020, afirma o Ad Age.

Nesse sentido, o portal salientou a percepção do bilionário acerca do caso: “O Twitter teve uma queda enorme na receita, devido a grupos de ativistas pressionando os anunciantes”, tuitou Musk no final de sua primeira semana no cargo, “embora nada tenha mudado com moderação de conteúdo e fizemos tudo o que podíamos para apaziguar os ativistas”.

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