Rafinha satiriza seu “desemprego”
O humorista, que estaria demissionário da Band, já postou fotos parodiando sua própria situação
O humorista, que estaria demissionário da Band, já postou fotos parodiando sua própria situação
Edianez Parente
14 de outubro de 2011 - 10h08
Se, como diz a sabedoria popular, a capacidade de rir de si mesmo é um indicativo de maturidade, o humorista Rafinha Bastos pode estar buscando aí algum caminho para se redimir. No final da tarde da quinta-feira, 13, ele postou na sua conta no Twitter uma foto onde supostamente busca emprego, no conhecido “Jornal dos Concursos e Empregos”. Também complementou: “P/ informações completas sobre o meu futuro, enviem suas questões p/ o perfil @OscarFilho. Obrigado.”, em referência ao colega de CQC, Oscar Filho, que o substituiu na última segunda-feria, 10. Antes, Bastos já havia colocado uma foto cercado de moças de biquíni num momento de lazer enquanto os outros trabalhavam e postou no seu blog um vídeo-sátira numa churrascaria.
Embora ninguém confirme oficialmente, o humorista – que tem protagonizado uma série de sequências polêmicas, desde que fez uma piada ao vivo envolvendo a cantora Wanessa Camargo -, afastado atualmente da bancada do CQC, manifestou à TV Bandeirantes sua vontade de sair da emissora, onde é profissional contratado, deixando a cúpula da rede com um problema difícil de contornar. A gota d’água para a insatisfação do comediante foi a não exibição de um quadro pré-gravado sobre o Dia das Crianças estrelado por ele.
A atração era prevista para ir ao ar no CQC desta semana. Extra-oficialmente, a justificativa foi que, no calor da edição, o diretor do programa usou de sua autonomia editorial para estender outras atrações – ali, um quadro com um repórter-mirim no Congresso estava agradando a audiência relatada no minuto a minuto do Ibope. Porém, nos bastidores, prevaleceu a premissa de que o melhor mesmo seria poupar o controverso humorista de mais exposição neste momento delicado de sua carreira. A ordem seria não fornecer combustível para queimar mais ainda o talento da casa.
A cúpula da emissora espera ganhar uns dias. Reconquistar o humorista e sua serenidade são requisitos para manter a linha que tem consagrado o formato. Mas Bastos ainda não teria assimilado que ultrapassou os limites do humor e errou. Tanto a emissora quanto a produtora detentora do formato do CQC, a Eyeworks/Cuatro Cabezas, tentam mantê-lo fora dos holofotes, para que os ânimos esfriem, e estudam uma forma de resolver o caso. Também procuram fazer o humorista entender melhor que a atuação de todos os apresentadores, mesmo quando estão fora da emissora, afeta diretamente a imagem tanto da rede quanto do programa. O sucesso que cada um dos talentos da atração carrega na vida privada também tem essa carga de responsabilidade. E os episódios acabaram minando inclusive fatos positivos em relação ao também apresentador de TV. Por exemplo, ninguém mais se lembra que em A Liga (também um formato Cuatro Cabezas na Band), Rafinha Bastos foi o primeiro a denunciar o trabalho escravo nas oficinas de costura que prestam serviços para a marca Zara, no Brasil, assunto que virou imediatamente pauta na mídia nacional.
De acordo com o site Consultor Jurídico, a cantora Wanessa Camargo entrou na quinta-feira, 13, com ação por danos morais contra o humorista, com um pedido de indenização de R$ 100 mil.
Seja como for, nenhum anunciante tem ameaçado sair do CQC. Mesmo porque há lista de espera de seis meses para inserção no programa.
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