Yahoo reúne marketing e mídia em plataforma móvel
Com a solução, um dos maiores portais do mundo tenta recuperar o terreno perdido para empresas como Google, Facebook e Microsoft
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8 de junho de 2011 - 8h19
De Nova York (*) – Nem mídia, nem marketing, e sim um modelo para os editores agirem como marqueteiros. Ao menos no meio digital. É o que pretende o vice-presidente executivo e diretor de produtos do Yahoo, Blake Irving, com a plataforma Livestand, para dispositivos móveis, notadamente os tablets.
O Livestand promete publicar, em qualquer dispositivo (independentemente do padrão), revistas e jornais personalizados. “Em escala, o Yahoo é a principal empresa de mídia digital”, afirma Irving. Os canais de mídia do Yahoo vão do esporte ao mercado financeiro, das notícias à saúde. No entanto, a despeito de ser um portal com escala equiparável ao Google e à Microsoft, no que se refere a conteúdo e serviços, o Yahoo não tem crescido como esses sites.
Com quase 20 anos de existência, o Yahoo tem que criar uma novidade. Assim como surgiu o Facebook e o Twitter, o Yahoo tem que criar algo que chame a atenção do usuário e, sobretudo, gere receitas. Talvez por pensar justamente sobre isso, o próprio Irving foi trazido da Microsoft para entregar o fato (e o hit) novo ao Yahoo.
A plataforma Livestand foi anunciada em Barcelona, durante o Mobile World Congress, em fevereiro deste ano. Agora, Irving prepara o lançamento oficial durante esta Internet Week, que acontece entre 6 e 13 desta semana em Nova York, e na qual o Yahoo pretende começar a reagir com as esperadas novidades.
Ainda que a empresa seja considerada top na publicação de mídia digital, a plataforma atual varia de segmento para segmento. E o Yahoo trabalha com dezenas de segmentos.
Perdeu o bonde
Se o Yahoo entendeu primeiro a relação internet-usuário final, ao meio do caminho perdeu o bonde: foi ultrapassado pelo Google, a quem não gosta de definir como concorrente, e ainda ganhou competidores importantes em alguns segmentos como é o caso do Facebook e do Twitter.
Portanto, o Livestand é a aposta do Yahoo, e de Irving, para tentar recuperar esse terreno e entrar, finalmente, no mundo móvel. O Yahoo pretende, ainda, que o Livestand seja a plataforma pela qual os publishers façam suas edições para tablets. A ideia é conquistar os publishers e, simultaneamente, oferecer o variado cardápio que tem em conteúdo próprio.
Muito provavelmente, o Yahoo deve apresentar no Livestand os vários sites afiliados – Yahoo Sports, Yahoo News, Yahoo Finance e até mesmo a combalida rede de compartilhamento de fotos Flickr, que foi renegada pelos usuários que migraram para o mesmo serviço no Facebook.
Quanto à experiência do editor como marqueteiro referida por Irving, o Yahoo pretende que, com o Livestand, a experiência da publicidade seja tratada com a mesma abordagem dada pelo publisher ao conteúdo, ou seja, personalização.
Afinal, como disse um dos debatedores do Conversational Marketing Summit (CM Summit), que acontece dentro da Internet Week, “as apps (aplicações) são mídia, e não conteúdo”, e por isso o Livestand precisa vir pronto com as apps. De preferência, do Yahoo. Estima-se que até 2013 as apps ultrapassem o número de PCs no mundo. Em três anos, ou seja, em 2014, as projeções indicam que o mercado de apps chegará a algo entre US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões. Apenas para comparar, a indústria global de música fatura US$ 25 bilhões por ano e continua em queda.
(*) O repórter viajou a convite do Yahoo
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