Espírito olímpico ignora revistas segmentadas
Mesmo com Jogos em Londres e Rio, nicho editorial das modalidades enfrenta dificuldades
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Nathalie Ursini
23 de fevereiro de 2012 - 4h52
Ao todo, 29 modalidades esportivas serão disputadas nos Jogos Olímpicos de Londres, a partir de julho deste ano. Em 2016, a incorporação de dois outros esportes — golfe e rúgbi — eleva a quantidade para 31. Atletas e fãs de muitos desses esportes, no entanto, não encontram veículos que não sejam o sempre onipresente futebol e os populares vôlei e basquetebol, por exemplo.
Dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) apontam que, entre as quatro revistas esportivas auditadas sobre esportes olímpicos, a circulação total — excetuando as sobre futebol — soma pouco mais de 87 mil exemplares/mês (dados de outubro/11). A Associação Nacional de Editores de Publicações (Anatec) registra apenas oito títulos esportivos, um deles olímpico. O mercado de revistas não testemunha, por ora, a euforia olímpica.
Esportes como badminton, ginástica, halterofilismo, handebol, hóquei, polo aquático, remo, rúgbi e saltos ornamentais são alguns dos que são completamente negligenciados. Canoagem e vela têm cobertura esporádica feita pela Revista Náutica, da Editora Online. E alguns como atletismo, ciclismo, lutas, natação e tênis têm títulos de nicho. Mas, mesmo assim, o mercado lamenta a falta de investimento publicitário.
Anunciantes
Um dos únicos esportes que parece mais sedimentado editorialmente é o atletismo, motivado pelo boom das corridas urbanas como um hobby. “O que começou como editora hoje sobrevive da organização dos eventos que realizamos, como as corridas de rua que atraem grandes patrocinadores, mas que nunca anunciam em nossas publicações”, lamenta Carlos Sergenti, diretor comercial da Esfera BR, detentora de quatro títulos, apenas dois deles ativos: a Revista O2, que aborda o mundo da corrida, e a VO2 sobre ciclismo. As revistas Aqua (natação) e Invicto (futebol) não conseguem performance comercial suficiente que garanta regularidade.
Segundo o IVC, a O2 possui cerca de 16,8 mil exemplares de circulação paga, de uma tiragem de 50 mil, de acordo com a editora. “Organizamos corridas de rua e distribuímos o encalhe nos kits dos eventos”, explica. A VO2 imprime 20 mil exemplares e tem circulação paga de 4,3 mil, segundo o IVC (outubro/2011).
Já para o segmento de lutas, o mercado parecer ser uma verdadeira briga. Há 17 anos, a editora 2NT publica a Revista Tatame, além da revista oficial do UFC. “Já tentamos diversas vezes falar sobre judô, taekwondo, boxe e luta olímpica, mas o interesse do leitor foi muito abaixo do que esperávamos. Poucos patrocinadores desses esportes também se interessaram em anunciar”, revela o editor Eduardo Ferreira. Ainda segundo ele, o mercado amador de lutas está crescendo, mas o mesmo não acontece com o esporte olímpico.
Por outro lado, segundo Patrick Winkler, sócio-diretor da revista Swim Channel, especializada em natação, a publicação completou um ano, comemorando o sucesso, embora a circulação esteja na média de títulos esportivos menos populares. “Temos 2,5 mil assinantes, e a natação vem crescendo representativamente em todo o País”, conta Winkler. Assim como as outras revistas, grande parte da sua distribuição é feita durante os eventos esportivos e em academias.
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