Câmara pode votar Marco Civil da Internet
Mesmo assim, foram votados dois projetos que estabelecem critérios para os crimes cibernéticos
Mesmo assim, foram votados dois projetos que estabelecem critérios para os crimes cibernéticos
Meio & Mensagem
7 de novembro de 2012 - 8h45
Atualizada às 16:12
Prevista para essa quarta-feira, 7, a votação do Marco Civil da Internet foi adiada para a próxima semana. A votação desse projeto já havia sido adiada outras duas vezes, em junho e julho deste ano.
Apesar de mais uma vez protelado o Marco Civil, a Câmara aproveitou para votar outros dois projetos que tratam de crimes cibernéticos (PL 84/99 e PL 2793/11).
O primeiro deles (PL 84/99), do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) tipifica o uso de dados de cartões de crédito ou outros documentos eletrônicos quando obtidos indevidamente. A pena para esse tipo de crime foi equiparada às punições dos crimes de falsificação: penalidade de um a cinco anos de reclusão e multa.
Já o PL 2793/11 qualifica como crime a invasão de computadores e e-mails, roubo de senhas e outras coisas do gênero. O projeto estabelece penas que variam de dois meses a três anos de prisão. Os dois projetos, agora, serão submetidos à aprovação da presidente Dilma Rousseff.
O marco regulatório para a web vem sendo discutido há dois anos por deputados, pelas comissões da Câmara, por entidades ligadas ao direito digital e sociedade civil, que enviou contribuições. Sua função é estebelecer direitos e deveres mínimos e um conjunto de regras que devem ser obedecidas pelo setor como garantia da livre expressão e tráfego de conteúdos na rede, além de anonimato, entre outros direitos.
Marco Civil
Um dos aspectos mais polêmicos do Marco Civil é a chamada “neutralidade da rede”, uma garantia de que as provedoras de acesso à web devem oferecer de que não privilegiariam o tráfego de conteúdo próprio em detrimento de conteúdos gerados por concorrentes. Esse ponto tem sido alvo de discussão entre governo e entidades ligadas ao direito digital e oposição. Para o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a neutralidade da rede pode ferir o direito de concorrência e esse será um ponto a ser discutido pelo plenário da Câmara e está sujeito a alterações.
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator da proposta do Marco Civil, sugere, em substitutivo, que a neutralidade da rede seja objeto de uma regulamentação por decreto, a ser estabelecida posteriormente pelo governo, pelo Comitê Gestor de Internet (CGI.br) e por representantes do setor privado, do terceiro setor e da comunidade científica e tecnológica.
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