Novelas para gringo ver
Globo comemora 40 anos de exportação de seu principal produto televisivo e aposta nas novas plataformas para continuar negociando com as emissoras internacionais
Globo comemora 40 anos de exportação de seu principal produto televisivo e aposta nas novas plataformas para continuar negociando com as emissoras internacionais
Bárbara Sacchitiello
28 de janeiro de 2013 - 12h48
Há 40 anos, em um encontro televisivo internacional, a Globo vendia a trama O Bem Amado para uma emissora uruguaia. Era a primeira vez que outra nação poderia assistir a uma telenovela do País – um feito que, posteriormente, viraria rotina e seria responsável, até hoje, pela maior parte do faturamento da Globo Internacional.
Rumo a mais uma edição do Natpe, a feira da Associação dos Produtores de Programas de Televisão, que acontece entre os dias 28 e 30 de janeiro, em Miami (Estados Unidos), a Globo continua apostando na força de seu portfólio de novelas, mas já reconhece as mudanças pelas quais os intercâmbios televisivos passaram nessas décadas. “As novelas sempre foram um produto de forte apelo no mundo. O que acontece é que, com o passar do tempo, os outros países também tiveram interesse em começar a produzir novelas. E, obviamente, quanto mais investimento nessa área, mais os custos de produção baixaram, gerando um mercado local”, explica Ricardo Scalamandré, diretor da Central Globo de Negócios Internacionais. “Agora, enfrentamos a concorrência das produções locais”, complementa.
Para exemplificar a nova realidade do mercado internacional, o diretor usa o percentual dos negócios internacionais feitos pela Globo. Até o início dos anos 2000, as negociações de novelas representavam 90% de todo o faturamento da Globo Internacional. Atualmente, esse índice é de pouco mais de 50%. "Continuamos vendendo novelas, em quantidade até maior do que antes. O que acontece, porém, é que as receitas mantiveram-se estáveis por conta da nova valorização desse produto. Como a maioria dos países já produz suas próprias novelas, eles compram as nossas para colocar em outras faixas de horário, o que altera a valorização", explica Scalamandré.
Por essa razão, a Globo Internacional vê nas novas plataformas (TV a cabo, internet e vídeo on demand) e nas parcerias de coprodução outros caminhos para continuar marcando presença nas telas de todo o mundo. Exemplos bem sucedidos de parceria – como as mantidas com a emissora SIC, de Portugal (que rendeu um Emmy Internacional pela produção Laços de Sangue) e com a mexicana Telemundo (com a qual prepara um remake de Fina Estampa) são prova de que a adaptação das tramas consagradas no Brasil sob a interpretação de atores locais podem, também, agradar ao público espectador.
Oi, Oi, Oi
Mesmo preparada para a nova realidade do mercado internacional, a Globo não deixa de apostar no grande poder de venda de suas obras. Para essa edição do Natpe, o destaque do estande da emissora será Avenida Brasil, uma das tramas de maior repercussão no País nos últimos anos. “Apostamos muito que a história agradará o público de vários países”, prevê Scalamandré. As novelas Cheias de Charme e Gabriela, o seriado A Mulher Invisível (que também conquistou um Emmy Internacional) e documentários são as outras apostas para atrair a atenção das demais nações.
Para celebrar os 40 anos de exportação das novelas, a Globo prepara um encontro com dirigentes de diversas emissoras estrangeiras, na abertura do Natpe. Lá será apresentado um resumo das novelas produzidas nessas últimas quatro décadas, destacando cases como Da Cor do Pecado (que já foi exportada para mais de 100 países) e o Clone (que também foi exibida em centenas de nações e que, até hoje, é um dos produtos mais vendidos da casa).
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