Assinar

Por dentro da mente do novo consumidor

Buscar
Publicidade
Opinião

Por dentro da mente do novo consumidor

Cabe às empresas aprender a lidar com o empoderamento ímpar do comprador dos novos tempos. O caminho é um só, principalmente para as varejistas: adequar-se ao perfil mais maduro


8 de março de 2018 - 12h55

Créditos: AGCreativeLab/iStock

O novo cliente é vaidoso e sagaz porque ele sabe o que quer e sabe que tem um arsenal de possibilidades e informações ao seu dispor. Nesta realidade, cabe às empresas aprender a lidar com o empoderamento ímpar do comprador dos novos tempos. O caminho é um só, principalmente para as varejistas: adequar-se ao perfil mais maduro deste consumidor.

Entretanto, ajustar-se aos anseios do cliente 3.0 não é tarefa fácil. Como eu já disse: o poder está com ele! Neste jogo, não basta ser ou ter um bom vendedor no outro lado do balcão. Para encantar o consumidor, o vendedor precisa sair do pedestal sustentado pela velha máxima “tenho uma boa lábia e isso basta”.

Exigente, o atual consumidor busca uma experiência única no processo de compra. Por isso, para encantá-lo, o vendedor hábil é aquele que vai além de oferecer água ou cafezinho durante a compra. O bom consultor simplifica o diálogo, fala de igual para igual com o cliente e não força a amizade, avançando na intimidade. Ele entende o seu papel de intermediador de desejos existente na relação entre marca e cliente.

Às vésperas de mais um Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, comemorado em 15 de março, não é nada mal entender os anseios e afirmações que percorrem o DNA empoderado do novo consumidor. Garanto que ao saber sobre os fatores abaixo, você, vendedor ou empresa, será mais eficiente e diferenciado ao abordar o seu cliente 3.0. Vamos lá:

– Estou em mutação, mas prefiro que digam que é evolução.

– Tenho múltiplos chapéus: consumidor, cidadão, acionista, colaborador. Sou uma miríade de tons de cinza.

– Sou aberto à experimentação. Muitas vezes sou infiel, entro na onda do efeito viral, mas volto para você, meu porto seguro. Viva com isso!

– Me engajo em redes e comunidades para trocar informações sobre marcas e produtos e também sobre pessoas, tendências, fofocas. Quais são seus podres?

– Sou simpático ao conceito de gratuidade. Cuidado que me acostumo mal com a cauda longa. Vai perder dinheiro comigo!

– Aproveito todas as possibilidades da realidade mutimídia e multidevice que estão dentro de minhas possibilidades. Me ajude com isso!

– Não sou fixo à minha classe social e muito menos meus avatares.

– Não é exatamente vergonha. É que aprendi um pouco de engenharia social.

– “Conheço” meus “direitos” e “defendo” meu “ponto de vista”.

– Me acho inteligente. Só não dá mais para ser burro porque agora comparo os elementos racionais de consumo através das ferramentas disponíveis.

– Gero mídia e conteúdo. Amplio meu poder de atuação e influência. Às vezes, me chamam de celebridade. Afinal, quero meus 5Mb de fama!

– Não ligo para propaganda, porém valorizo a boa comunicação.

– Não tenho problema em elogiar, recomendar, criticar, processar. Tudo depende!

– Quero saber quais são seus valores e políticas, empresa. O que sua marca significa na sociedade. Preciso saber para ver se vou ser da sua comunidade, tribo ou rede. Ah, e quero saber, porque quero saber.

– Na maioria das vezes isso ainda não me impede de transacionar com você.

– Aliás, quem são seus embaixadores, intermediários, endossantes, hein!? A que time você pertence?

– Digo que sou sustentável e que exigirei sustentabilidade de você, mas na verdade preciso de um empurrãozinho.

– Mesmo sem necessariamente saber, me posiciono como seu principal acionista.

– Advogo pró-socialismo do cliente.

– Exijo qualidade e uma relação valor-preço que me pareça justa… para início de conversa.

– Interajo e exijo feedback qualificado e rápido. Atenda-me em todos os canais que eu quiser e você deixar.

 

*Créditos da imagem no topo: SergeyNivens/iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Marcas: a tênue linha entre memória e esquecimento

    Tudo o que esquecemos advém do fato de estarmos operando no modo automático da existência

  • Preço do sucesso

    Avanço da inteligência artificial encoraja multinacionais a mudarem políticas de remuneração de agências, mas adoção de success fee esbarra na falta de métricas e na baixa transparência das relações comerciais