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Opinião

Covid-19 e transformação digital nos negócios

Se, antes, para algumas empresas e indústrias, a digitalização era uma vantagem, agora ela é essencial


6 de maio de 2020 - 17h26

(Crédito: Stockcam/iStock)

De repente, estamos vivendo um novo normal. No Brasil e no mundo, a pandemia do coronavírus nos colocou diante de uma realidade diferente, nos forçando a adaptar hábitos do cotidiano e buscar outras formas de trabalhar, de se comunicar e até mesmo de se divertir.

Cada vez mais a tecnologia tem sido fundamental na vida das pessoas, as auxiliando na adaptação a essa nova situação. Afinal, é por meio de soluções tecnológicas que as pessoas têm conseguido manter contato com amigos e familiares, acessar conteúdos de seu interesse, fazer pedidos de entregas de restaurantes e supermercados etc. Por exemplo, nos países mais afetados pelo vírus, as chamadas de voz e vídeo no WhatsApp e no Facebook Messenger mais do que dobraram. No Brasil, a audiência de lives no Instagram dobraram no último mês.

As pessoas também estão mudando seus comportamentos. Uma pesquisa encomendada pelo Facebook IQ ao Ibope Inteligência nos mostrou que 28% das pessoas no Brasil já estão fazendo mais compras online desde o início da pandemia. Ou seja, os planejamentos das empresas, que foram pensados antes da Covid-19, já não são apropriados no contexto atual e nem serão para o cenário pós-crise, com consolidação de comportamentos.

Essa mudança brusca trouxe, portanto, um impacto significativo para os negócios. Se, antes, para algumas empresas e indústrias, a digitalização era uma vantagem, agora ela é essencial. Muitas empresas ainda estão no início da jornada de digitalização e agora se veem forçadas a acelerar esse processo e a testar ideias. Todos estamos aprendendo e ainda construindo as melhores práticas. O que já era verdade antes da pandemia e continua a valer é que quanto mais prestarmos atenção aos motivos que as pessoas estão mudando seu comportamento, mais condições teremos de atendê-las.

Para citar dois exemplos de setores que historicamente têm um negócio mais centrado no mundo off-line, temos visto montadoras de veículos e academias de ginástica buscando soluções criativas para se aproximar de consumidores e alunos, respectivamente, durante a quarentena. No primeiro caso, conectando potenciais compradores de carros a vendedores de concessionárias mais próximas de sua localidade a partir do WhatsApp. No segundo caso, com o uso de transmissões ao vivo de aulas de dança, spinning e outras atividades físicas.

Essas experiências digitais vão fortalecer os negócios não só em tempos de crise, mas também quando a pandemia passar. Eu tenho conversado, por chamadas de áudio e videoconferência, com executivos e empresários com muito mais frequência do que antes. Temos debatido como melhor navegar em um ambiente ainda repleto de incertezas, mas com alguns claros imperativos como o de definir e executar planos de aceleração digital.

**Crédito da imagem no topo: Koto feja/iStock

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