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Opinião

O que você precisa saber sobre metaverso

Aplicação no metaverso é a economia virtual: grande parte das transações nesses espaços é feita via criptomoedas descentralizadas


31 de maio de 2022 - 6h00

Quando pensamos em inovação e renovação virtual, eventualmente esbarramos nas mesmas perguntas: “O que elas representam? Qual é a melhor forma de abordar este tema? Essa transformação é para mim ou para minha empresa? Essa nova tecnologia vende?”. Nos últimos tempos, temos visto palavras como Metaverso, NFTs, Digital Wallets, Blockchain e Criptomoedas. Por incrível que pareça, essas palavras podem soar abstratas para executivos e gestores de marketing, mas segundo a Bloomberg, esse universo, assim como seus produtos, deve atingir cerca de U$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em valor de mercado até 2024, um crescimento estimado de 13% ao ano.

À primeira vista, o valor pode parecer desproporcional àquilo que vemos no dia a dia, dentro do ambiente corporativo ou em nossa volta e nas redes sociais. No entanto, de acordo com relatório da Gartner, até 2026, 25% de todo o globo vai passar ao menos uma hora por dia dentro do metaverso se divertindo, trabalhando, ou quem sabe, unindo o útil ao agradável. Parece uma previsão otimista demais? Nada disso. Durante a Ad World Conference deste semestre, realizada no início de maio, vimos um pouco mais de como surfar essa onda e aproveitar essa tendência junto com nossas estratégias de Growth Marketing. Termos esse assunto como uma das principais pautas deste evento, demonstra que esse tema é bem atual e não mero exercício de futurologia.

(Crédito: CKA-shutterstock)

Mas afinal, o que é metaverso?

Para especialistas ouvidos pelo relatório do Bank of America, As 14 Tecnologias que revolucionarão o mundo, o metaverso será um ambiente onde vamos passar a maior parte do nosso em tempo até 2030, um lugar que trairá investimentos tanto do mundo “tradicional” quanto das novidades nascidas na era digital.

O estudo não explica como esse universo funciona nem quais serão as dificuldades para implementá-lo, no entanto, ele dá uma boa ideia de qual será o objetivo desse espaço nos próximos anos: conectar pessoas, unir realidades, criar um lugar público onde poderemos compartilhar o que gostamos, temos e achamos a um simples toque.

Simplificando, o metaverso é uma interação entre os humanos e experiências digitais imersivas de realidade aumentada (AR), realidade mista (MR), NFTs, wallet apps, browser apps, mobile apps e realidade virtual (VR). Metaverso é uma ponte na qual atravessamos levando nossa personalidade, nossas vontades e nossas posses.

A principal característica de uma aplicação no metaverso é a economia virtual e isso significa que grande parte das transações nesses espaços é feita via criptomoedas descentralizadas. Ou seja, você pode comprar um quadro virtual e imediatamente terá a posse do objeto, podendo comercializá-lo posteriormente. Como se isso fosse pouco, esses ativos são conhecidos popularmente como NTFs (non-fungible token), tokens não fungíveis, e nada mais são do que códigos únicos de rastreamento que se tornaram propriedade de alguém. Dizendo de outra maneira, é como se alguns tipos de dados reunidos no metaverso fossem tratados como uma obra musical: são feitos por artistas, têm dono, empresário e podem ser emprestados ou cedidos de acordo com a vontade do proprietário. E haja interesse por essa sinfonia! Segundo um levantamento da Crypto.com, plataforma de criptomoedas, um a cada três brasileiros deseja possuir seu próprio NFT.

O que garante a segurança disso tudo é a blockchain. Ou seja, para que o metaverso funcione, ele segue normas rígidas de segurança o que o torna um dos ambientes mais confiáveis, senão, o mais seguro de todo o planeta. Tanto é assim que segundo um estudo publicado pela Medical Informatics and Decison Making já coloca essa tecnologia como uma ferramenta revolucionária para a troca de mensagens sensíveis entre empresas.

Para entender melhor que tipo de oportunidades podem surgir com a chegada do metaverso, separei três pontos que devem ser observados, conforme nos aproximamos da convergência digital e atravessamos a ponte entre esses dois mundos.

1. Educação a distância com maior interação dentro do Metaverso

Durante a pandemia, não faltaram problemas para alunos e educadores dos dois lados da tela. O maior obstáculo para esse modelo de educação a distância não eram as longas horas em frente ao computador ou a falta de familiaridade dos docentes com as novas ferramentas, mas sim a avaliação equivocada das escolas sobre o ambiente. Essa é a análise de Helena Poças Leitão, fundadora da Escola Ideal e autora do artigo Metaverso e os possíveis impactos na educação.

Segundo a gestora, a união entre atividades lúdicas juntamente com um ensino individualizado, encaixado nas particularidades dos alunos, terá um grande impacto na maneira como os estudantes enxergam o mundo e, consequentemente, como nós entendemos a educação cívica, escolar e dentro de nossos lares.

O Metaverso deve proporcionar ao aluno um ambiente virtual mais dinâmico e interativo, o que pode melhorar a velocidade de aprendizado do estudante e trazer uma taxa maior de retenção do aluno, por meio de LTV (Life Time Value) mais alto, para negócios do ramo da educação.

2. NFTs para aumentar a velocidade de venda de Eventos/Shows

Festas populares, campanhas promocionais e até mesmo shows e festivais de música têm feito uso de NFTs para atrair um novo público e criar momentos inesquecíveis para os fãs, seja nos palcos e ruas tradicionais, seja nas novas arenas do metaverso.

Tanto é assim que Fernando Gabriel, CEO e cofundador da empresa STRM (Stream), em entrevista ao portal Money Times, acredita que no futuro o Brasil irá estruturar um mercado de investimentos baseado em três pilares do ativo: expansão, retração e retenção.

Imagine que você é um dos primeiros a comprar ingresso da sua banda favorita e ganha uma NFT exclusiva. Na prática, o que isso significa? Conforme os anos passarem, esse token pode aumentar de valor e ser uma excelente oportunidade de ganhar dinheiro vivendo novas experiências. Para empresas, o ativo é uma boa maneira de criar tração nos espetáculos, shows e festivais e, assim, aumentar a velocidade na venda de ingressos.

3. E-commerce e experimentação digital

Atualmente, um dos maiores problemas para o comércio digital é a falta de transparência de aquilo que é anunciado no site e aquilo que é entregue ao consumidor final. Não faltam páginas e páginas de clientes furiosos com a “propaganda enganosa” na qual caíram.

No metaverso isso pode ser diferente. De acordo com uma pesquisa da Invesp, de abril deste ano, cerca de 61% dos entrevistados disseram que preferem consumir por meio da realidade aumentada e 35% dizem que têm mais chances de comprar um produto quando o observam diante de seus olhos.

Em outras palavras, que tal fazer uma venda e replicar esse item, dentro do seu e-commerce no metaverso? A princípio estaríamos fazendo a “venda casada” desses produtos, no entanto, conforme esse espaço virtual se viabilizar como uma janela de negócios, essa estratégia seria muito benéfica ao segmento, porque entregaria uma experiência única, fortificando a ponte que liga os dois mundos: o conhecimento tradicional e as novas práticas do metaverso.

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