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“O Web Summit é onde o futuro nascerá”

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“O Web Summit é onde o futuro nascerá”

Segundo Artur Pereira, vice-presidente e country manager do evento, as pessoas participam para descobrir o futuro e conviver com pessoas que ainda não conhecem, mas que serão os grandes nomes de amanhã


31 de outubro de 2022 - 9h49

A primeira edição do Web Summit, em Dublin, na Irlanda, em 2009, reuniu 150 pessoas. Já a atual, que será realizada de terça-feira, 1º, a sexta-feira, 4, em Lisboa, terá 70 mil participantes, 2.630 startups e empresas expositoras, além de 1.120 investidores e 1.040 palestrantes. A edição esgotou os tickets em tempo recorde e atingiu o maior número de inscrições de startups da sua história: 2,3 mil. O salto nos números exemplifica como em pouco mais de uma década o evento se tornou um dos maiores de tecnologia e inovação do mundo, como explica, nesta entrevista, o vice-presidente e country manager do Web Summit, Artur Pereira. O porta-voz também fala sobre a expectativa para o evento deste ano e para a primeira edição do Web Summit Rio, no Brasil, em 2023, e os destaques da programação

Meio & Mensagem – Os ingressos para o Web Summit 2022 foram vendidos no ritmo mais rápido de todos os tempos e o evento atingiu um número recorde de startups presentes. O que esses dados representam para o evento?
Artur Pereira – Em pouco mais de uma década, o Web Summit tornou-se um dos maiores eventos de tecnologia – e o maior encontro de empreendedores – do mundo, conectando a próxima geração de pessoas com ideias que estão mudando o mundo. Na sua essência, o Web Summit é “onde o futuro nascerá”. Não é sobre os grandes nomes de hoje. O Web Summit fornece uma plataforma para a próxima geração. As pessoas participam para descobrir o futuro e conviver com pessoas que ainda não conhecem, mas que serão os grandes nomes de amanhã.

M&M – O programa de startup receberá 2,3 mil startups de mais de 100 países. O Web Summit colaborou na transformação de Lisboa num hub global de inovação. Qual é a contribuição do evento para o ecossistema e quais são os próximos passos nesta jornada?
Artur – O Web Summit tem contribuído para elevar o perfil de Portugal como hub tecnológico internacional. Quando decidimos vir para Lisboa, muitas pessoas questionaram essa decisão e tivemos muitas empresas a perguntar o porquê de Lisboa. Agora, já ninguém pensa assim. Lisboa é uma cidade muito acolhedora para os negócios, com ótimas condições tanto para startups como para empresas estabelecidas. O impacto a longo prazo do Web Summit também pode ser visto pela decisão de empresas como Mercedes, BMW, Google, Cisco, Revolut, Nokia, Uber, Zalando e Pipedrive que recentemente abriram escritórios em Portugal, demonstrando o apelo que o país tem junto dos negócios internacionais.

Artur Pereira, vice-presidente e country manager do Web Summit (crédito: Cody Glenn/Sportsfile for The Gathering via Getty Images)

M&M – Em relação aos palestrantes e trilhas de conteúdo, quais são os principais destaques e os objetivos da curadoria?
Artur – O Web Summit é o maior encontro de empreendedores do mundo. Mais de 2,3 mil startups e fundadores de empresas de tecnologias de todos os níveis terão algo a dizer sobre as dificuldades de crescer durante uma crise econômica. Além de startups, ouviremos gigantes da tecnologia, líderes empresariais globais e venture capitals em meio a um cenário econômico sério. O denunciante do Uber, Mark MacGann, conversará com o chefe de investigações do The Guardian, Paul Lewis. Ele falará em uma entrevista ao vivo pela primeira vez desde que acusou o Uber de enganar as pessoas sobre as vantagens da economia gig e de desafiar conscientemente as leis em dezenas de países.

Influenciadores que impulsionam a creators economy— Lottie Moss, Michelle Phan, Michael Le, Hyram Yaboro, Brad Mondo, Daniel Markham, Reid Hailey – se juntarão à CEO da OnlyFans (Amrapali Gan) para discutir a melhor forma para o influenciador monetizar seu próprio conteúdo fora do popular modelo de sites user-generated content (UGC) como o TikTok.

Embora os mercados de criptomoedas e NFTs não consigam se recuperar, existem algumas empresas como a Doodles que estão desafiando esse momento de queda e agora valem US$ 704 milhões. O cofundador da OpenSea, Devin Finzer, responderá algumas perguntas sobre o recente crash e questões de exploração. A cofundadora da Tezos, Kathleen Brightman, o cofundador da Binance, He Yi, e a CEO da Yuga Labs, Nicole Muniz, também falarão sobre o novo palco de criptomoedas. O CPO da Figma, Yuhki Yamashita, falará enquanto o mercado aguarda a confirmação da aquisição da empresa pela Adobe por US$ 20 bilhões, a maior do gênero.

CEOs de alguns dos maiores fornecedores de energia – OVO, GALP e EDP – falarão sobre a sua transição energética de combustíveis fósseis e como será o mercado energético nos próximos anos. Ativistas climáticos como a estrela em ascensão e consultora da Nações Unidas, Sophia Kianni, certamente desafiarão essas empresas de energia, enquanto mais de 200 startups de impacto que estão usando tecnologia para lidar com as mudanças climáticas apresentarão soluções tecnológicas altamente promissoras para salvar o planeta. Os fundos estão agora mais inclinados a fazer investimentos nesta categoria em crescimento com a crise energética em curso e a devastação gerada com as alterações climáticas. Além disso, os espaços para exposição foram comercializados mais rápido do que nunca e mais de 300 empresas se apresentarão no Web Summit, incluindo Google, Accenture, Figma, Stripe, PitchBook, AWS, Binance, Siemens, Twilio, L’Oreal e Microsoft, Daimler, Intercomunicador, Wayflyer.

M&M – O Web Summit está lançando quatro novos palcos: Verified, Book Summit, Security Summit e Crypto. Qual é o objetivo desas frentes?
Artur – A trilha Crypto se concentrará no futuro da criptomoeda. Web3 como a próxima grande evolução da Internet, a mudança global para DeFi (conjunto de serviços e produtos financeiros que rodam em uma blockchain). E o que o metaverso significa para o futuro dos games e da realidade virtual. O lançamento do Book Summit verá os principais pensadores, escritores e acadêmicos olharem para dentro do mundo editorial, da ficçãocrítica literária e nova não-ficção. Os palestrantes incluem o editor da Harper’s Bazaar, Omid Scobie, a presidente da ACLU (American Civil Liberties Union), Deborah Archer, e o cofundador e CEO da Improbable, Herman Narula.

Verified olha para a economia do criador, unindo influenciadores e empreendedores digitais para discutir o negócio da criação online. Sobre o Security Summit: à medida que o hacking e a proteção de dados se tornam uma preocupação ainda maior para as empresas e seus clientes, o CEO da 1Password, Jeff Shiner, a cofundadora e CEO da LaunchDarkly, Edith Harbaugh, e o fundador da Anduril, Palmer Luckey, estarão entre os muitos palestrantes discutindo regulamentação e conformidade, dados online e segurança, Web3 e o metaverso, e guerra cibernética global no novo palco de segurança do Web.

M&M – O Web Summit receberá mais de 70 mil pessoas. O que pode nos dizer da participação brasileira?
Artur – Em relação ao número de participantes brasileiros, não temos um detalhamento completo por nacionalidade. No entanto, desde o anúncio do Web Summit Rio houve aumento do interesse pelo Web Summit Lisboa, em termos de participantes em geral e startups do Brasil. Receberemos o maior número de participantes do Brasil de todos os tempos. Estamos ansiosos para ouvir o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e outros palestrantes brasileiros como, KondZilla, Christian Rôças, Gilberto Silva (campeão da Copa do Mundo de 2002), Viviane Martins (CEO da Falconi), Rafael Stark (cofundador e CEO do Stark Bank), Felipe Matos (presidente da Associação Brasileira de Startups), Jean Sigrist (cofundador e presidente do Neon) e André Stein (CEO da Eve Air Mobility). Teremos também a participação de expositores brasileiros como Invest Rio e Apex.

M&M – No próximo ano, o Web Summit fará sua estreia no Rio de Janeiro. Quais são os planos para a primeira edição na cidade?
Artur – O Web Summit Rio será o maior evento de tecnologia do Brasil, nona maior economia do mundo. E o País é  a única nação latino-americana listada entre os 10 principais mercados globais de unicórnios. O Brasil tem uma economia de tecnologia e startups em rápida expansão. É o lar de 21 empresas unicórnios, e a reputação do Rio de Janeiro como hub de startups está ganhando reconhecimento internacional. O primeiro ano do evento receberá mais de 15 mil participantes de todo o mundo. Acontecerá no Riocentro, que é um dos centros de convenções mais versáteis do Brasil, com quase 87 mil metros quadrados de espaço interno.

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