5 soft skills essenciais para profissionais de marketing e propaganda
Especialistas em recrutamento e mercado enumeram habilidades comportamentais necessárias na área
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Renato Rogenski
1 de fevereiro de 2019 - 7h20
A formação acadêmica é importante, assim como é essencial a técnica adquirida com a experiência prática. Mas em um ambiente que precisa ser tão diversificado quanto criativo, há aptidões e competências sociais e comportamentais que não podem ser forjadas nas cadeiras de universidade ou nos escritórios de uma agência. Habilidades como resiliência, empatia e colaboração são baseadas na Inteligência emocional de cada pessoa e podem separar profissionais medianos daqueles fora de série. São as chamadas soft skills.
Abaixo uma seleção de competências do gênero feita por Genis Fidelis, gerente da Michael Page e especialista em recrutamento para as áreas de marketing e digital. Cada uma delas foi comentada por Fernanda Antonelli e André Troster, respectivamente managing diretor e head of planning da Wieden+Kennedy São Paulo.
Resiliência
Na visão de Fidelis, o mercado de propaganda é extremamente competitivo, o que exige uma dose generosa de resiliência. “É preciso, por exemplo, lidar com a capacidade de perder um cliente e começar com outro. Não há outra opção a não ser aprender a enfrentar frustrações e até mesmo as opiniões diversas, já que todo mundo acha que entende o negócio”, afirma.
Fernanda acrescenta outro fator importante ao debate: a constante transformação do segmento gera a necessidade de adaptação aos novos recursos que a tecnologia dispõe. “A mudança na forma de enxergar um problema e as suas possíveis soluções leva os profissionais do nosso mercado a serem testados o tempo todo. É necessária a humildade em aceitar que não se sabe tudo, mas que se pode aprender se existir vontade e ambiente favorável à troca de experiências”, explica.
Criatividade
O executivo da Michael Page escolheu a criatividade, mas não aquela do ponto de vista técnico, que se limita ao departamento de criação. Para ele, essa soft skill deve estar em todos os departamentos das agências. Fernanda compartilha da mesma opinião. “Não acredito que criatividade esteja restrita a um único andar. Em um mundo em que tudo parece que já foi feito, a capacidade de ver as coisas sob um outro ângulo tem imenso valor. E isso pode vir de pessoas de qualquer área, trabalhar em equipe é fundamental”, analisa.
Por essas e outras, a managing diretor da Wieden+Kennedy São Paulo acredita na multiplicidade. “Os profissionais mais criativos que conheço são os que têm referências da vida, experiências distintas, cultura geral e uma boa dose de curiosidade. Eles fazem conexões diferentes justamente porque não fazem da propaganda ou do marketing as suas referências”.
Empatia
Na opinião de Fidelis, essa é uma habilidade que tem inúmeras potencialidades. “Muitas vezes é preciso se colocar no lugar do diretor financeiro, do cliente, entender como eles pensam. Além disso, na era das redes sociais e uma comunicação horizontalizada, antes de colocar qualquer trabalho na rua, é preciso se posicionar no lugar da audiência. Isso reduz a reatividade das pessoas com relação as campanhas”, acredita.
“Como profissionais de comunicação, se queremos gerar algo realmente relevante para um público específico, precisamos saber nos colocar no lugar dele. A empatia nos leva a pensar em possíveis consequências da sua mensagem. Como líder, ao levar em consideração as principais motivações do time, ela ajuda traçar estratégias para alcançar determinado objetivo”, complementa Fernanda.
Entendimento de métricas e KPIs
Se performance é o nome do jogo no mercado, as empresas hoje não querem apenas candidatos que sejam “abraçadores de árvores”, nas palavras de Fidelis. “Não dá para se preocupar apenas com o nível de criatividade. Ainda mais no cenário de hoje, com o marketing digital, que é baseado em performance. Então você começa a eliminar profissionais que não pensam nos resultados”, diz.
Para André Troster, o marketing é uma disciplina relativamente nova e o conhecimento científico a respeito ainda está dando os primeiros passos. “Justamente por isso, o maior desafio para os profissionais é não confundir dados com ciência, ou achar que apenas porque tudo pode ser mensurado, tudo pode ser controlado”. Em sua concepção, visão estratégica, entendimento integral do contexto da marca, aprendizado constante sobre o conhecimento científico de marketing e equilíbrio entre racionalidade e subjetividade são características indispensáveis, sem as quais os dados são apenas mais um convite para fazer trabalhos medíocres.
Capacidade de engajamento
O profissional de hoje precisa ter influência interna e externa. Pelo menos é o que acredita Fidelis. “É preciso ter habilidade para influenciar uma equipe, um cliente ou o presidente de uma empresa. Capacidade de engajar é tão fundamental em recursos humanos como em áreas de marketing. Na propaganda, também é preciso colocar na cabeça das pessoas que essas ideias tem validade, que a campanha faz sentido. Isso se reflete nos influenciadores, que usam o engajamento como força motora de suas ações”, diz.
Na visão de André, a informação já foi poder um dia. Agora é tempo de acordar para a realidade de que os dados se tornaram commodity e é fundamental para entender que o poder de realização das organizações é o que passa a ser o fator determinante para o sucesso ou fracasso das suas estratégias. “E isso tem implicações profundas para os profissionais, já que o modelo de liderança pelo conhecimento está dando lugar ao de liderança pelo engajamento. O engajamento eficaz, assertivo e integrado de equipes é a verdadeira força de mobilização das empresas para adequar-se a um contexto de mercado que pede agilidade, experimentação e, principalmente, ação”, finaliza.
*Crédito da foto no topo: RawPixel/Unsplash
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