Assinar

Adidas encerra contrato com Kanye West após comentários antissemitas

Buscar

Adidas encerra contrato com Kanye West após comentários antissemitas

Buscar
Publicidade
Marketing

Adidas encerra contrato com Kanye West após comentários antissemitas

Grifes Balenciaga e Gap também romperam contratos, enquanto o estúdio MRC arquivou um documentário sobre o cantor e a agência de talentos CCA o retirou de seu portfólio


25 de outubro de 2022 - 17h06

A Adidas, marca alemã de tênis, roupas e materiais esportivos, anunciou nesta terça-feira, 25, o fim de sua parceria com o rapper Kanye West, após comentários ofensivos e antissemitas proferidos pelo cantor nos últimos meses.

 

Adidas encerra parceria com Kanye West

Comentários polêmicos de Kanye West motivaram a decisão da empresa (crédito: Jonathan Leibson/GettyImages)

Em comunicado enviado à imprensa, a multinacional afirmou que após uma revisão completa, tomou a decisão de encerrar a parceria com o rapper imediatamente. A empresa informou, inclusive, está parando a produção dos produtos da marca Yeezy e interrompendo todos os pagamentos ao artista e suas empresas.

“A Adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro discurso de ódio. Os recentes comentários e ações de Ye (como Kanye se autodenomina atualmente) foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam diretamente os valores de diversidade e inclusão, respeito mútuo e igualdade da empresa”, enfatizou a marca, em nota.

No início deste mês, a empresa já havia informado que estava reavaliando a sua parceria com o cantor, após ele ter a criticado por estar, segundo ele, usando indevidamente seus designs. Porém, nos últimos dias, a Adidas enfrentou uma pressão dos usuários nas redes sociais para colocar um fim em seu contrato com o cantor após falas ofensivas e antissemitas.

A parceria entre a Adidas e Kanye começou em 2014, pouco tempo depois de o rapper encerrar a sua colaboração com a Nike. O contrato com a marca alemã era válido até 2026. De acordo com a empresa, o fim da parceria terá um impacto negativo de curto prazo de até 250 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão) no lucro líquido da empresa em 2022, visto a alta sazonalidade do quarto trimestre do ano.

“A Adidas é a única proprietária de todos os direitos de design de produtos existentes, bem como cores anteriores e novas sob a parceria. Mais informações serão fornecidas como parte do próximo anúncio de ganhos do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022”, completou.

Falas polêmicas de Kanye West

Nos últimos meses, Kanye West, que já é conhecido na indústria da música por ter opiniões controversas, protagonizou uma série de polêmicas, devido a comentários antissemitas.

Tudo começou quando o rapper usou uma camisa com a estampa “White Lives Matter” (vidas brancas importam) em um desfile, em Paris. A ação fez referência direta ao movimento antirracista “Black Lives Matter” (vidas negras importam). O tema ganhou ainda mais força nos Estados Unidos e no mundo quando George Floyd foi morto por um policial nos EUA, em 2020.

Inclusive, o rapper despertou revolta nas pessoas após dizer, durante sua participação no podcast Drink Champs, que Floyd não morreu asfixiado e, sim, devido ao Fentanil. O medicamento de uso controlado foi  encontrado em pequena quantidade no seu organismo. A própria família de Floyd abriu um processo contra o rapper, o acusando de assédio, difamação, apropriação indébita e inflição de sofrimento emocional. Eles pedem uma indenização de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) pelos danos causados.

Polêmicas no entretenimento

Grandes nomes da indústria da moda e da música criticaram as atitudes de Ye. Uma delas foi a editora colaboradora da Vogue, Gabriela Karefa-Johnson, que ainda recebeu insultos de Kanye. Outro que não aprovou as falas e atitudes de Kanye foi o rapper Diddy.

Ao rebater as críticas, Ye foi acusado de antissemitismo pela comunidade judaica. Kanye compartilhou no Twitter prints de conversas com Diddy nas quais fala que o artista era “controlado por judeus”, além de ofender essa população. “Estou um pouco sonolento hoje, mas quando eu acordar, eu vou [death con 3] no povo judaico. O engraçado é que, na verdade, eu não posso ser antissemita porque as pessoas pretas também são judias. Vocês brincaram comigo e tentaram boicotar qualquer um que tenha se oposto à sua agenda”, disse.

Ao citar ‘death con 3’, a imprensa  internacional afirmou que a intenção de Kanye era referir-se a ‘defcon’. O termo militar significa um sistema de escala de ameaças do Pentágono dos Estados Unidos, ou seja, uma suposta ameaça ao povo judeu. Kanye, então, veio a público para se retratar. Ele disse: “Eu vou dizer que sinto muito pelas pessoas que eu machuquei com a confusão de ‘death con’. Eu sinto que eu causei dor e confusão. E eu sinto muito pelas famílias das pessoas que não tinham nada a ver com o trauma que eu passei, e que eu usei a minha plataforma, em que você diz que pessoas feridas machucam outras pessoas, e eu me machuquei”.

Adidas não é a única

Toda essa polêmica, fez tanto o Twitter quanto o Instagram bloquearem as contas do rapper nessas redes sociais.  Inclusive, como uma resposta a isso,  na semana passada, Ye anunciou a compra da Parler, uma plataforma de mídia social que foi adotada por conservadores que deixaram o Twitter por alegações de censura política. “Em um mundo onde as opiniões conservadoras são consideradas controversas, temos que garantir o direito de nos expressarmos livremente”, disse Ye, em comunicado, na segunda-feira, 17.

Na categoria de moda e vestuário, a Adidas não é a única marca que cortou laços com o rapper. Na semana passada, a grife Balenciaga e a Gap também informaram o fim do contrato com Ye, enquanto que o estúdio MRC decidiu arquivar um documentário sobre o cantor. Já a agência de talentos CCA o retirou de seu portfólio.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Tigre transforma tubos e conexões em peças de design

    Tigre transforma tubos e conexões em peças de design

    Marca promove collab com o estúdio Fahrer, que desenvolve mesas, cadeiras e outros itens produzidos com suas peças

  • Mari Maria e Burger King: a estratégia por trás da collab

    Mari Maria e Burger King: a estratégia por trás da collab

    Empresária visa explorar experiências sensoriais para se conectar com o público e entrar no mercado global