Adidas encerra contrato com Kanye West após comentários antissemitas
Grifes Balenciaga e Gap também romperam contratos, enquanto o estúdio MRC arquivou um documentário sobre o cantor e a agência de talentos CCA o retirou de seu portfólio
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A Adidas, marca alemã de tênis, roupas e materiais esportivos, anunciou nesta terça-feira, 25, o fim de sua parceria com o rapper Kanye West, após comentários ofensivos e antissemitas proferidos pelo cantor nos últimos meses.
Em comunicado enviado à imprensa, a multinacional afirmou que após uma revisão completa, tomou a decisão de encerrar a parceria com o rapper imediatamente. A empresa informou, inclusive, está parando a produção dos produtos da marca Yeezy e interrompendo todos os pagamentos ao artista e suas empresas.
“A Adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro discurso de ódio. Os recentes comentários e ações de Ye (como Kanye se autodenomina atualmente) foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam diretamente os valores de diversidade e inclusão, respeito mútuo e igualdade da empresa”, enfatizou a marca, em nota.
No início deste mês, a empresa já havia informado que estava reavaliando a sua parceria com o cantor, após ele ter a criticado por estar, segundo ele, usando indevidamente seus designs. Porém, nos últimos dias, a Adidas enfrentou uma pressão dos usuários nas redes sociais para colocar um fim em seu contrato com o cantor após falas ofensivas e antissemitas.
A parceria entre a Adidas e Kanye começou em 2014, pouco tempo depois de o rapper encerrar a sua colaboração com a Nike. O contrato com a marca alemã era válido até 2026. De acordo com a empresa, o fim da parceria terá um impacto negativo de curto prazo de até 250 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão) no lucro líquido da empresa em 2022, visto a alta sazonalidade do quarto trimestre do ano.
“A Adidas é a única proprietária de todos os direitos de design de produtos existentes, bem como cores anteriores e novas sob a parceria. Mais informações serão fornecidas como parte do próximo anúncio de ganhos do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022”, completou.
Nos últimos meses, Kanye West, que já é conhecido na indústria da música por ter opiniões controversas, protagonizou uma série de polêmicas, devido a comentários antissemitas.
Tudo começou quando o rapper usou uma camisa com a estampa “White Lives Matter” (vidas brancas importam) em um desfile, em Paris. A ação fez referência direta ao movimento antirracista “Black Lives Matter” (vidas negras importam). O tema ganhou ainda mais força nos Estados Unidos e no mundo quando George Floyd foi morto por um policial nos EUA, em 2020.
Inclusive, o rapper despertou revolta nas pessoas após dizer, durante sua participação no podcast Drink Champs, que Floyd não morreu asfixiado e, sim, devido ao Fentanil. O medicamento de uso controlado foi encontrado em pequena quantidade no seu organismo. A própria família de Floyd abriu um processo contra o rapper, o acusando de assédio, difamação, apropriação indébita e inflição de sofrimento emocional. Eles pedem uma indenização de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) pelos danos causados.
Grandes nomes da indústria da moda e da música criticaram as atitudes de Ye. Uma delas foi a editora colaboradora da Vogue, Gabriela Karefa-Johnson, que ainda recebeu insultos de Kanye. Outro que não aprovou as falas e atitudes de Kanye foi o rapper Diddy.
Ao rebater as críticas, Ye foi acusado de antissemitismo pela comunidade judaica. Kanye compartilhou no Twitter prints de conversas com Diddy nas quais fala que o artista era “controlado por judeus”, além de ofender essa população. “Estou um pouco sonolento hoje, mas quando eu acordar, eu vou [death con 3] no povo judaico. O engraçado é que, na verdade, eu não posso ser antissemita porque as pessoas pretas também são judias. Vocês brincaram comigo e tentaram boicotar qualquer um que tenha se oposto à sua agenda”, disse.
Ao citar ‘death con 3’, a imprensa internacional afirmou que a intenção de Kanye era referir-se a ‘defcon’. O termo militar significa um sistema de escala de ameaças do Pentágono dos Estados Unidos, ou seja, uma suposta ameaça ao povo judeu. Kanye, então, veio a público para se retratar. Ele disse: “Eu vou dizer que sinto muito pelas pessoas que eu machuquei com a confusão de ‘death con’. Eu sinto que eu causei dor e confusão. E eu sinto muito pelas famílias das pessoas que não tinham nada a ver com o trauma que eu passei, e que eu usei a minha plataforma, em que você diz que pessoas feridas machucam outras pessoas, e eu me machuquei”.
Toda essa polêmica, fez tanto o Twitter quanto o Instagram bloquearem as contas do rapper nessas redes sociais. Inclusive, como uma resposta a isso, na semana passada, Ye anunciou a compra da Parler, uma plataforma de mídia social que foi adotada por conservadores que deixaram o Twitter por alegações de censura política. “Em um mundo onde as opiniões conservadoras são consideradas controversas, temos que garantir o direito de nos expressarmos livremente”, disse Ye, em comunicado, na segunda-feira, 17.
Na categoria de moda e vestuário, a Adidas não é a única marca que cortou laços com o rapper. Na semana passada, a grife Balenciaga e a Gap também informaram o fim do contrato com Ye, enquanto que o estúdio MRC decidiu arquivar um documentário sobre o cantor. Já a agência de talentos CCA o retirou de seu portfólio.
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