Amazon amplia atuação no varejo com moda e esportes
Empresa lançou as lojas no marketplace com uma oferta de mais de 300 mil produtos
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Sergio Damasceno Silva
24 de agosto de 2018 - 15h12
Nesta semana, a Amazon deu mais um passo para ampliar sua participação no e-commerce brasileiro que, segundo dados da E-Consulting, deve faturar R$ 77,5 bilhões este ano, com expansão de 21% sobre o ano passado. A empresa de Jeff Bezos começou a operar no Brasil, via marketplace, as categorias de moda e esportes. Moda e acessórios é a segunda categoria mais vendida no comércio eletrônico do País. Conforme o e-Bit, o faturamento das vendas via marketplace, em 2017, chegou a R$ 73,4 bilhões, alta de 22% sobre o ano anterior.
A Amazon chegou ao Brasil em dezembro de 2012 e avança gradativamente. Inicialmente, chegou com a oferta de livros. Depois, em outubro do ano passado, começou a vender eletrônicos, e, em novembro do mesmo ano, entrou no setor de casa, cozinha e escritório. Agora, com moda e esportes, a oferta de produtos, segundo a própria empresa, chega a 15 milhões de itens, da própria Amazon e de empresas locais. No segmento de esportes, em que deve concorrer com e-commerces como Decathlon e Centauro, a Amazon estreou com marcas como Caloi, Penalty, Fila e Garmin. Em moda, em que enfrentará concorrentes como Netshoes, Dafiti, Marisa, Posthaus e outros, chegam marcas como Havaianas, Cia. Marítima, Reserva e Farm e estilistas do porte de Reinaldo Lourenço e Jack Vartanian.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, o gerente geral da Amazon Moda para o Brasil, Otávio Alves, afirmou que a Amazon criou o conceito de marketplace há 17 anos e as empresas locais podem contar com mais de 20 anos de experiência da empresa em e-commerce. A publicidade da Amazon para o lançamento de lojas dentro do marketplace, em geral, é discreta. A empresa comunica a chegada dessas lojas por e-mail. Alves diz que o foco está em oferecer a melhor experiência para os clientes. “Para que isso aconteça, trabalhamos sempre para construir o que chamamos de círculo virtuoso: quanto melhor for o catálogo, o preço e a conveniência, conseguiremos atrair mais visitas, ganhar escala e oferecer preços mais baixos. Temos ferramentas e algoritmos para garantir que as ofertas que o cliente vê quando entra em nosso site sejam assertivas e estejam relacionadas ao seu histórico e ao que procura. Também trabalhamos com comunicação por meio de nossas redes sociais, relações públicas e envio de e-mail à nossa base de clientes atuais”, afirma.
A oferta inicial de itens de moda e esportes parece reduzida. Marcas globais como Adidas e Nike, por exemplo, não estão à venda. O executivo explica que, a empresa tem “a cultura do Dia 1: todo dia é o primeiro dia, pois sempre podemos aprimorar e inovar em prol dos nossos clientes. Esse é o Dia 1 para Amazon Moda e Amazon Esportes e trabalharemos para oferecer o melhor catálogo com o melhor preço e conveniência. As novas categorias contam com mais de 300 mil produtos de centenas de marcas, de grandes grifes internacionais e nacionais a renomados estilistas brasileiros, e os clientes podem encontrar um catálogo variado com produtos de suas marcas favoritas e podem confiar na origem desses itens”, diz. O que significa que novas marcas devem ser adicionadas gradualmente conforme o interesse das próprias empresas em vender no marketplace da Amazon.
Compreensão do cliente
“A grande transformação que a Amazon traz para esses setores de moda e esportes, mais do que vender produtos novos, é a compreensão do cliente, baseada em big data, que nenhum dos players atuais no Brasil chegou perto ainda”, analisa o diretor-geral da Symphony EYC Brasil, Adriano Araújo, sobre essas incursões da empresa. “Essa é a grande batalha, mais do que o preço, e é o grande diferencial que tem sido o sucesso da Amazon”, completa.
Araújo diz que há players (estabelecidos) que investem muito em tecnologia, com sistemas legados que não são os ideais, e que estão pouco focados no consumidor. “Eles levam um tempo enorme para fazer a transformação digital e pegar esse (da Amazon) ritmo”, compara. E não adianta, diz: “não tem nada similar à Amazon no mundo, está todo mundo correndo atrás”. A diferença com os players brasileiros, por exemplo, é que os locais têm toda a operação voltada para o esporte ou moda para a loja física.
Sobre a reação do e-commerce local, Araújo afirma que não dá para saber ainda. Mas, sem dúvida, é motivo de preocupação, concorda. De qualquer forma, lembra que esses setores (e outros, que ainda estão por chegar, tiveram anos (desde a chegada da Amazon com livros, no final de 2012) para fazer o dever de casa. “Não é novidade. Mas não é por não ser novidade que não preocupa”, observa.
Sobre a entrada em outros segmentos, Alves, da Amazon, é sucinto: “Não especulamos sobre planos futuros, mas ressalto que estamos no primeiro dia, todos os dias, na Amazon. Hoje é só mais um primeiro dia para nós e, como trabalhamos com visão de longo prazo e somos obcecados pelos clientes, continuaremos a investir e trabalhar para melhor atender o consumidor e o vendedor brasileiros”.
(Crédito da foto do topo: Divulgação)
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