Americanas aponta antiga diretoria como responsável por fraude
Relatório divulgado nesta terça-feira, 13, afirmou que liderança anterior tentou ocultar situação patrimonial
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Caio Fulgêncio
13 de junho de 2023 - 15h10
Em recuperação judicial, a Americanas S.A. apontou a diretoria anterior como responsável pelas fraudes contábeis identificadas no início deste ano. A empresa divulgou novo fato relevante nesta terça-feira,13, resultado do relatório feito por assessores jurídicos e apresentado ao conselho da companhia. A investigação demonstrou, ainda, que houve esforços da liderança para ocultar “a real situação de resultado e patrimonial” da empresa.
Os assessores identificaram “diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais, como redutores de custo”. Esses lançamentos, “feitos durante um significativo período”, chegaram, em números preliminares, a R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022.
Além disso, as contrapartidas contábeis em balanço patrimonial desses contratos se deram, de acordo com a Americanas, majoritariamente na forma de lançamentos redutores da conta de fornecedores. Em valores também preliminares, o montante é de R$ 17,7 bilhões. “A diferença de R$ 4 bilhões teve como contrapartidas lançamentos em outras contas do ativo da companhia”, apontou.
Juntamente com os contratos de verba de propaganda e como forma de gerar caixa para a continuidade das operações, “a diretoria anterior contratou uma série de financiamentos nos quais a companhia é devedora perante instituições financeiras”. No entanto, os financiamentos ocorreram sem as aprovações societárias, sendo “inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial” de setembro do ano passado.
Essas movimentações incluem financiamentos de compras, de R$ 18,4 bilhões, e de capital de giro, no valor de 2,2 bilhões. Dessa maneira, “a indevida contabilização dessas operações nos demonstrativos financeiros não permitiu a correta determinação do grau de endividamento ao longo do tempo”, diz o relatório.
Os ajustes contábeis ainda estão sujeitos a alterações e a equipe deve apresentar soluções definitivas no fim dos trabalhos. “Da mesma forma, o efeito desses ajustes nos resultados ainda está sendo apurado, mas a expectativa é de que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo”, acrescenta.
Na fraude, o relatório apontou a participação do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles. Além disso, os ex-executivos Fábio da Silva Abate, Flávio Carneiro e Marcelo da Silva Nunes também foram citados.
Gutierrez se desligou da companhia no dia 31 de dezembro de 2022. Ao passo que a Americanas afastou Barros das funções executivas em fevereiro de 2023 e ele comunicou a renúncia em maio. Os desligamentos definitivos dos demais citados já foram determinados pela administração da companhia.
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