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O que faz a Associação Latina de Futuros (ALAF)?

Idealizada pela estrategista de futuros, Lydia Caldana, a ONG sem fins lucrativos chegou ao mercado para democratizar a disciplina de estudos de futuros na América Latina


20 de dezembro de 2024 - 6h01

Foi com o objetivo de transformar a percepção que o mundo tem da América Latina em relação ao protagonismo na liderança de futuros que nasceu a Associação Latina de Futuros (ALAF).

Idealizada por Lydia Caldana, estrategista de futuros que há dez anos trabalha globalmente com empresas e entidades, como UN-Habitat, The New School, Unilever e Câmara Municipal de Lisboa, a ONG sem fins lucrativos chegou ao mercado para democratizar a disciplina de estudos de futuros na América Latina.

ALAF

Da esq. para a dir.: Cynthia Hansen, diretora de operação, Lydia Caldana, presidente, Jimena Califa, membro fundadora, Laura Maceira, membro fundadora, Lucas Mirabella, primeiro secretário e tesoureiro, Maria Beatriz Gonçalves, diretora de parcerias e Estefania Simon-Sasyk, membro fundadora(Crédito: Divulgação)

“O que nós queremos e acreditamos é que o pensamento a longo prazo que vem dessa disciplina de futuros, essa habilidade ensinada, exercida, aperfeiçoada, serve para todos os tipos de pessoas, independente de profissão, independente de nível de escolaridade”, revela Lydia.

A então presidente da ALAF, que ajudou a compor o grupo de mais de 30 membros-fundadores espalhados por países da América do Norte, Central, do Sul e Caribe, ressalta que, por anos, o estudo de futuros se manteve focado em uma visão eurocentrada e estadunidense.

“Sempre foi um pouco mais natural que nós tivéssemos que nos adaptar a falar de futuros com esse olhar, essa perspectiva europeia ou estado-unidense, mesmo trabalhando em mercados latinos”, complementa.

Futuras gerações

Além de Lydia, outra veterana no mercado de estudos de futuros, nascida na Amazônia e pesquisadora de narrativas regenerativas de futuro, Lua Couto lidera a diretoria de futuras gerações da entidade. Com isso, seu trabalho é trazer uma outra visão temporal para dentro da ALAF, ou seja, trazer cosmovisões e sensações ancestrais para os estudos de futuros, onde não há a divisão moderno-colonial entre passado presente e futuro.

“Quando convidamos outros saberes, como os saberes ancestrais latino-americanos para nos ensinarem sobre como olhar para o futuro, estamos convidando nós mesmo a pensar a partir da nossa territorialidade, estamos sendo convidados a pensar nossa relação com o tempo e o futuro de uma outra forma”, enfatiza Lua.

A diretora enfatiza ainda que tem o trabalho de relembrar a associação o tempo todo do que chama de responsabilidade intergeracional – ou seja, pensar no legado que pretende deixar no mundo – e de ajudar a organização a construir a sua filosofia a partir desse lugar. “Como é que construímos uma filosofia apoiada em saberes ancestrais e que, ao mesmo tempo, nutra essa responsabilidade intergeracional?”, indaga.

Trabalhando e sendo consultora de grandes empresas há 20 anos, Lua destaca que as empresas estão desenhadas a partir de uma lógica curto prazista, têm metas de curto prazo para todos os funcionários, para as lideranças, o que faz com que a visão temporal delas seja muito encurtada. Consequentemente, isso cria um segundo problema que é: elas não consideram nas suas partes econômicas, financeiras, contábeis os impactos negativos que a produção e o serviço delas coloca no mundo. “Então, ter uma alfabetização de futuros é importante não só para ganhar uma temporalidade um pouco maior, para assumir a própria responsabilidade e o impacto do que elas já estão fazendo, não é do que elas vão fazer”, complementa.

Além da temática centrada no bem-estar das futuras gerações, outros três eixos orientam as ações da ALAF. Um são os saberes ancestrais, que reconhecem o protagonismo e incorporam práticas inovadoras de povos ancestrais no planejamento de futuros. Outro é o “mais-que-humanos”, que diz respeito a uma coexistência harmônica com a natureza, baseada na ideia de colaboração e respeito em oposição à exploração. E o terceiro é a própria exploração da identidade latina, que cria conexões para desenvolver uma agenda comum de inovações sociais que valorize a perspectiva de povos historicamente marginalizados nas discussões.

Oferta de serviços

Apesar de ser uma ONG sem fins lucrativos, a ALAF é capaz de ofertas alguns serviços a empresas parceiras, assim como, criar soluções e parcerias que integrem inovação, justiça social e responsabilidade ambiental.

Com o objetivo de capacitar e aumentar a qualidade da formação em alfabetização em futuros, a área educacional e de consultoria são as duas ofertas principais da associação, no momento. “A ALAF trabalha com essa parte de educação e capacitação, também trabalha com a parte de pesquisa e produção de conhecimento, às vezes, não só produção, mas talvez exposição de conhecimentos que foram esquecidos e apagados”, frisa Lydia.

A presidente ressalta ainda que toda a renda que vem a partir dos serviços prestados é reinvestida 100% na própria associação. “Nós precisamos inclusive de renda, porque custos já existem, mesmo sendo uma associação, uma ONG sem fins lucrativos tem alguns cursos para existir para operar”, pontua.

A agenda oficial da ALAF começou com a sua participação na 3ª edição do Dubai Future Fórum, evento que reúne grandes nomes globais de pensadores e fazedores de futuros dos setores público e privado, que aconteceu em 19 de novembro.

Uma semana antes, em 12 de novembro, a associação promoveu, de forma gratuita, a primeira de uma sequência de seis Masterclasses em que Joice Preira, vice-presidente da ALAF e expert em Foresight Social, realizou uma introdução ao letramento e alfabetização de futuros no contexto latino-americano.

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