Avon divulga pesquisa sobre maquiagem e peles negras
Em evento online, comandado por Thelma Assis, divulgação do estudo apontou que 95% das mulheres pretas e pardas sentem falta de informação na hora de comprar produtos da categoria
Avon divulga pesquisa sobre maquiagem e peles negras
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Roseani Rocha
18 de novembro de 2020 - 14h00
Em um evento online realizado no fim do dia na 3ª-feira, 17, a Avon, que acaba de lançar uma linha de produtos para os diferentes tons de peles pretas e pardas das brasileiras, revelou dados de um estudo, em parceria com a consultoria Grimpa, sobre a representação cromática desses tons nas maquiagens.
A pesquisa ouviu mil mulheres, de 18 a 61 anos, e de todas as regiões do Brasil e classes sociais, entre os meses de setembro/outubro e foi apresentada pela pesquisadora Winnie Bueno, que ressaltou inicialmente que até 2023, 70% dos brasileiros vão se declarar negros (hoje, são 56%). Segundo os dados do “Black Paper”, a beleza negra ainda é de certa forma invisível para a sociedade e 70% das mulheres negras não estão satisfeitas com os produtos específicos de maquiagem para elas disponíveis hoje no mercado. Além disso, 46% disseram desistir de uma compra por não encontrar sua cor.
A ausência de informação sobre produtos adequados a seus tipos e tom de pele também é outra queixa grande: 95% sentem falta de informações na hora de comprar maquiagem e 79% não conhecem o sub tom de suas peles. Isso leva 57% das mulheres ouvidas a “criar” suas próprias cores, misturando tons de base, por exemplo. Elas também se queixam do atendimento no varejo: 67% dizem faltar conhecimento para o atendimento de clientes pretas e pardas; e 61% buscam diversidade em acabamentos e fórmulas multifuncionais, ao pesquisar uma base.
A percepção de 80% das entrevistadas é de que a indústria internacional é mais interessante, e possui gama de tons mais ampla (vale notar que a cantora Rihanna, que lançou a Fenty Beauty em 2017 fez uma grande comunicação em torno dos muitos tons de base para peles negras).
O evento da Avon, em que foi divulgado o estudo também contou com discussões sobre a presença – ou ausência – das mulheres negras no mundo dos cosméticos até então e seus desafios de afirmação de identidade. Além de Winnie, que trouxe os dados, participaram também as cantoras Ludmilla e Larissa Luz (esta a voz da campanha para a nova linha, criada pela Wunderman Thompson – assista ao vídeo abaixo), a influencer Magá Moura, as atrizes Zezé Motta e Cris Viana, a empresária Ana Paula Xongani e a executiva Carolina Gomes, da Avon.
“Este é um movimento necessário, porque assume que a beleza negra não é um nicho. O Brasil é o país que mais tem gente negra fora da África e é um passo que a indústria de cosmético precisava dar”, disse Winnie. Ela também disse ser possível que a indústria nacional como um todo ainda faça muito mais, indo além dos discursos inclusivos no catálogo de produtos ou na publicidade, “o que é maravilhoso, mas precisa ter produtos acessíveis”. Cris Viana, lembrou que a empresa também ganha com essa representatividade, que se torna uma troca muito honesta.
Já a veterana Zezé Motta, relembrou a luta interna de aceitação, por conta dos preconceitos externos que recebia. Quando jovem, chegou, por exemplo, a pensar em fazer cirurgia no nariz e redução de quadril. Somente em 1969, quando foi aos EUA, para eventos em torno da peça “Arena conta Zumbi”, em universidades de lá (o país vivia o movimento “black is beautiful”) foi que começou a descobrir que se sentia feia porque ouvia isso no Brasil e acabava acreditando. “Fico feliz em participar de uma campanha como ‘Essa é minha cor’ e ter a Avon como aliada, porque sou de um tempo em que a nossa luta era muito solitária”, disse Zezé.
Como resposta aos dados da pesquisa e de estudos feitos anteriormente, já no mês de novembro, a Avon mudou sua paleta de cores de bases, pós e corretivos, incluindo cores personalizadas para as peles pardas e pretas brasileiras: sete tons da base líquida Power Stay e da Base Compacta, dez novos tons de corretivo Power Stay, dois tons de pós compactos, um tom de blush e um iluminador Face Drops. Os produtos foram desenvolvidos em colaboração com a maquiadora Daniele Da Mata, expert em pele negra no Brasil e com a cientista norte-americana Candice Deleo-Novack, chefe de desenvolvimento de produtos para olhos, rosto e design técnico de produtos da Avon.
A companhia também anunciou que em 2021 lançará mais 25 produtos com as novas cores para a consumidora negra: dez novos tons das bases Real Matte, três novos tons dos pós Real Matte, uma nova cor de corretivo, quatro bases Ultramatte, cinco bases líquidas Matte Efeito Segunda Pele e dois pós soltos com efeito matte.
No total, serão 53 produtos com as novas cores e toda a paleta de bases, pós e corretivos ganha novos nomes, sinalizando tom e sub tom em uma combinação de letra e número: o número faz referência ao tom (1 para o tom claro, 2 para o médio-claro, 3 para o médio, 4 para o médio-escuro e 5 para o escuro) e a letra faz referência ao sub tom: “F” (frio), “N” (neutro) e “Q” (quente).
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