Banco Central pretende criar marketplace de crédito
Diogo Silva, chefe de regulação financeira do Banco Central, afirma que medida ampliaria concorrência e presença de novas instituições
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Salvador Strano
5 de março de 2020 - 14h35
O Banco Central vislumbra a criação de uma plataforma de marketplace de crédito que se alimente de informações transacionadas pelo open banking. Assim, ao mesmo tempo que a concorrência entre instituições se tornará acirrada, nenhuma delas estará munida com mais informações do que a outra, podendo aplicar taxas direcionadas para certos tipos de clientes.
“O open banking pode trazer ganhos práticos, como a redução do spread bancário [a diferença entre o quanto o banco gasta para captar recursos e as taxas de empréstimo]. Isso, junto com uma série de outras soluções, como a portabilidade de crédito”, afirmou nesta quinta-feira, 5, Diogo José Souza da Silva, chefe de Subunidade do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central.
Bancos digitais investem em cesta completa
A plataforma seria apenas parte da ampla mudança no setor de crédito que viria junto ao grupo de regulamentações do open banking. De forma concisa, elas partem do princípio de que o cliente de uma instituição financeira pode transferir seus dados de histórico de uso e pagamentos para outra instituição. Atualmente, isso pode ser considerado quebra de sigilo bancário.
A plataforma em questão poderia, em última instância, fazer com que vertentes de negócios de instituições financeiras especializadas nesse setor se tornassem obsoletas. O prazo para que isso vá ao ar, entretanto, pode exceder um ano.
Entre as opções que existem atualmente no segmento estão GuiaBolso e Serasa eCred – onde diversas instituições oferecem empréstimos baseados nas pontuações e informações que as próprias plataformas mantêm.
Com o open banking, entretanto, todas as instituições que quiserem fazer parte do pregão poderão ter acesso aos dados bancários que o consumidor escolher compartilhar. Para Amanda Rapouso, gerente do Serasa Consumidor, a novidade não deve alterar a forma com que a empresa atua. Segundo a executiva, quanto mais empresas fazendo essa movimentação, melhor.
Já Fátima Rios, head de novos produtos e do Guiabolso Connect, afirma que “toda iniciativa que surja para dar mais transparência aos produtos de crédito hoje existentes no mercado é benéfica para o consumidor”.
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