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Bancos digitais investem em cesta completa

Chegada do C6 ao grupo das instituições com mais de um milhão de correntistas aponta caminho para fintechs


23 de janeiro de 2020 - 6h00

Cinco meses após chegar ao mercado, o C6 Bank contabiliza um milhão de clientes. Agora, o banco passa a fazer parte do grupo de instituições financeiras digitais que atingiu os sete dígitos em sua carteira de usuários. Se antes operações online conquistavam clientes ao oferecer um serviço específico, sem as fricções tradicionais, agora, o grupo está se aproximando cada vez mais da oferta de uma cesta de serviços completa.

C6 celebra 1 milhão de clientes com alfinetada aos bancos tradicionais em ação criada pela Tech and Soul (Crédito: divulgação)

Essa foi, inclusive, a estratégia de expansão do C6. Com um grupo de serviços gratuitos, o banco passa a cobrar taxas apenas em produtos premium. “É pouco provável que o cliente tenha vários aplicativos para fazer a gestão de sua vida financeira. Isso ele não quer”, afirma Alexandra Pain, diretora de marketing do C6 Bank.

Parte do plano de ampliação, afirma a executiva, foi ao ar neste início de ano. A instituição lançou sua Conta Global. Nela, o cliente pode manter conta corrente em dólares e, inclusive, ter cartão de débito na moeda estadunidense. A novidade é paga.

Assim como a Conta Global, o banco possui serviços como o programa de fidelidade Átomos; o C6 Taggy, onde o cliente passa em pedágios sem precisar para no guichê de pagamento; e o C6 Kick, que realiza transferências por Whatsapp ou SMS.

Outro que atingiu – e superou – a marca de um milhão de clientes foi o Banco Original. No início de 2019, havia 700 mil correntistas. Atualmente, são 3,1 milhões. Além de conta gratuita, a instituição oferece a seus clientes serviços que vão de cartão de crédito à corretagem de seguros.

“O diferencial do Original é nosso time de quase dois mil gerentes e agentes espalhados ao redor do país. O programa Cashback Original também é uma das estratégias que usamos no banco para atração de clientes. Em 2019, nossos clientes receberam mais de R$ 20 milhões em cashback”, afirma Luciano Formozo de Almeida, diretor de marketing, CRM e Experiência de Cliente do Original.

O planejamento de marketing é um dos pilares de expansão, explica Luciano, e comporta diversos canais de mídia, mas foca em performance. Seu parceiro de publicidade atual é a Heads.

Já o Banco Inter, por sua vez, conta com mais de quatro milhões de clientes. A instituição obteve 807 mil novos clientes apenas no último trimestre do ano passado, segundo dados da própria instituição.

Parte desse crescimento foi baseado na parceria estratégica com operações de outros segmentos, como o mercado do varejo, por exemplo. Dentro de seu aplicativo, é possível fazer compras em marketplaces de operações como Ali Express, Submarino e Netshoes.

Isso faz parte da trajetória do banco para criar um super app, aos moldes do que vem sendo feito na China.

“Com o crescimento do mercado de fintechs, de bancos e carteiras digitais, percebemos a chegada de muitos players com uma proposta de valor muito próxima à nossa”, afirma Priscila Salles, diretora de marketing e CRM do Banco Inter. “Entendemos que era a hora de começar um novo modelo”, explica.

Aliado ao aplicativo, há também a estratégia de construção de marca e ampliação de clientes via patrocínios esportivos. O Banco Inter é um dos principais patrocinadores do São Paulo Futebol Clube.

Com essa cota, a empresa criou o Cartão Morumbi, que conta com 445 mil exemplares em circulação. Com funções normais de pagamento eletrônico, o plástico também dá direito à participação de sorteios de camisetas, ingressos e visitas ao Centro de Treinamento do time. “Isso foi um projeto inédito no Brasil”, finaliza a executiva.

Conquista de terreno

Segundo estudo do Instituto Locomotiva, o Brasil possuía, em agosto de 2019, 45 milhões de desbancarizados. Esse grupo é formado por pessoas que não movimentaram suas contas nos últimos seis meses ou, então, não possuem uma.

Ainda de acordo com o estudo, essa parcela movimenta cerca de R$ 800 milhões por ano em dinheiro.

Dentro da operação do Banco Inter, por exemplo, 11,5% dos correntistas faziam parte do grupo de desbancarizados antes de entrar na plataforma.

Já para o C6, explica Pain, “buscamos nossos clientes entre os que já têm conta em bancos, mas também os desbancarizados. A ideia é irmos atrás de pessoas que buscam um serviço financeiro simples. Temos uma proposta que é muito forte em experiencia do cliente, inclusive na abertura de conta, que pode ser feita via chat”.

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