Barbie lança bonecas cadeirantes e com próteses
Desde 2015 a Mattel se esforça para ampliar a diversidade de modelos; iniciativa já reflete nas vendas
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Renato Rogenski
14 de fevereiro de 2019 - 10h37
Se por muitas décadas a Barbie representou um sonho de consumo das mais diversas crianças ao redor do mundo, consolidando a força da marca criada pela Mattel, nos últimos anos o público começou a torcer o nariz para a limitação da representatividade estética das bonecas: altas, magras, loiras e de olhos azuis. Em 2015, esse “padrão” começou a mudar, quando a fabricante lançou a linha Fashionista, que trazia 23 bonecas com diferentes cores de pele, cabelos, olhos e formatos de rosto e silhueta. A novidade para 2019, em que a marca completa 60 anos, é o anúncio de novos modelos, incluindo a Barbie cadeirante e uma outra com perna protética.
Para não construir uma iniciativa de discurso vazio e com falhas no projeto final, a fabricante trabalhou com uma equipe da Universidade da Califórnia (LA) para criar a cadeira de rodas. Além disso, para desenvolver a Barbie com prótese, a Mattel contou no processo com a ajuda do garoto Jordan Reeves, de 12 anos, que tem um braço protético. Jordan ajudou a equipe de design com detalhes sobre as próteses de membros, incluindo o fato de que ela seja removível, para soar mais realista.
A medida é importante levando em conta que a empresa tem um histórico nada agradável de iniciativas do gênero. Em 1997, a Mattel lançou uma boneca cadeirante chamada Becky, que seria amiga da Barbie. O problema é que a boneca não cabia na casa dos sonhos da Barbie. Na verdade, não passava nem da porta. Como não poderia deixar de ser, o produto saiu de linha pouco tempo depois.
Como grande parte dos brinquedos analógicos, a Barbie viu suas vendas cairem vertiginosamente nos últimos anos. A falta de multiplicidade física das bonecas parece não ter ajudado muito, em uma era em que o mundo todo discute uma sociedade mais inclusiva. A própria Mattel admitiu a queda em 2015, quando demitiu o presidente-executivo e presidente do Conselho, Bryan Stockton.
Desde então, a companhia faz esforços para introjetar modelos mais diversos em sua linha de produtos. Em seu mais recente relatório, a empresa apontou que a venda das bonecas subiu 14% nos Estados Unidos, no terceiro trimestre de 2018, acima dos 12% do trimestre anterior. Em contrapartida, outras marcas do grupo apresentaram queda, como American Girl, Fisher-Price e Hot Wheels.
Imagem de topo: Євгенія Височина/ Unsplash
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