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Beauty Fair aponta macrotendências do setor de beleza

Segunda maior feira do segmento no mundo, evento completa 15 anos e estreia publicação de trends da área em parceria com a Beautystreams


5 de setembro de 2019 - 6h00

Objetivo é que a pesquisa Trends Beauty Fair seja um projeto perene (Crédito: Reprodução)

Em 2019, a Beauty Fair celebra 15 anos do evento, maior feira do setor de beleza no Brasil e uma das maiores do mundo, e publica pela primeira vez o Trends Beauty Fair, estudo encomendado à consultoria Beautystreams. César Tsukuda, superintendente da Beauty Fair, conta que o objetivo é que o estudo seja permanente e faz parte de um trabalho de apoio à internacionalização de marcas brasileiras, uma vez que ao trazer tendências globais do segmento, a pesquisa acaba orientando processos de desenvolvimento de produtos.

As cinco grandes tendências detectadas nesta primeira edição foram: Invisible Friends, Safe & Skiful, Next Gen Glow, Vegan Manes e Beauty’licious. A primeira diz respeito ao uso de cuidados pró-bióticos nos produtos, reforçando a defesa da pele, num sistema de estímulo da beleza “de dentro para fora”; a segunda trata da química inteligente, que protege os cabelos com eficácia e segurança, por meio de fórmulas mais sofisticadas nesses aspectos; Next Gen Glow preconiza uma radiância saudável em todas as categorias de beleza por meio de produtos que estimulem a relação entre saúde, beleza e bem-estar; a quarta mostra que formulações veganas se ampliam aos cuidados dos cabelos, num contexto em que as consumidoras valorizam um mercado mais natural e limpo (inclusive de práticas como os testes em animais); e, por fim, como sugere o nome da última tendência, a aposta é que ingredientes inspirados em alimentos continuarão a influenciar, em 2020, o mundo da beleza e a aguçar os sentidos das pessoas que consomem os produtos formulados a partir desses ingredientes.

“É difícil dizer o que irá prevalecer, mas a questão dos produtos mais naturais tenho visto bastante indústrias apostarem. Creio que seja uma tendência mais perene”, responde Cesar ao ser questionado sobre o que a indústria deve abraçar mais fortemente.

Para Cesar Tsukuda, superintendente da Beauty Fair, setor de beleza mostra ao mercado internacional que Brasil pode ir além das commodities (Crédito: Divulgação)

A edição deste ano da Beauty Fair terá um aumento de 3% em sua área expositiva, com 500 estandes e duas mil marcas, e o objetivo é que em número de visitantes ela fique entre o mesmo público de 2018 – 192 mil pessoas – ou tenha um crescimento de até 5%. Embora sábado e domingo sejam dias tradicionalmente com alta movimentação de lojistas, os organizadores da feira querem estimular a visitação na segunda e terça-feiras, dias em que os profissionais que atuam em salões nos fins de semana costumam dedicar ao evento. E o último dia também costuma ter abertura para estudantes.

Em termos de realização de negócios, a estimativa é de que ano passado a Beauty Fair tenha movimentado R$ 680 milhões e este ano chegue aos R$ 700 milhões, com reforço na visitação de lojistas e, em especial, de varejistas do canal farma. Neste caso, a expectativa é de dobrar o número atual de visitantes, que gira entre 1,5 mil e 1,6 mil para 3 mil. Os esforços são necessários. Embora o setor seja um dos mais resilientes em tempos de crise, não deixa de estar conectado à realidade brasileira. “Posso dizer que este é um ano difícil, em função do cenário do País. Estamos investindo 10% a mais na feira, para assegurar qualidade e visitação qualificada”, pontua Cesar Tsukuda. A previsão é de que o setor cresça 4% em 2019 e, ano que vem, se não houver algum novo sobressalto, que volte a registrar um crescimento perto do duplo dígito.

Sobre o projeto de internacionalização de marcas brasileiras, o executivo se vale do fato de sermos o quarto maior mercado para o setor no mundo e uma nação multirracial, o que demanda da indústria nacional jogo de cintura e conhecimento para desenvolver diferentes tipos de produtos. E isso, diz ele, capacita o Brasil para ir além de um fornecedor de commodities. “Além disso, os ativos naturais brasileiros são reconhecidos lá fora e o Brasil é o terceiro maior país em desenvolvimento de insumos para o setor de cosméticos. Tudo isso, mais a questão de o País ser reconhecido e relacionado à beleza, moda e alegria, compõem uma atmosfera positiva para desenvolvermos a marca Brasil”, analisa o superintendente da Beauty Fair.

O trabalho, na prática, envolve a realização de palestras para players locais sobre a realidade do mercado externo e como adequar os produtos nacionais a regulações de mercados como o europeu, por exemplo. Especialistas internacionais também são chamados com recorrência para compartilhar suas experiências e compradores de outros países são trazidos para participar de rodadas de negócio. E este ano, a Trends Beauty Fair é outro novo esforço. Paralelamente, a Beauty Fair tem feito acordos com revistas e sites de outros países desenvolver o posicionamento da marca Brasil, a comunicação das empresas nacionais e seus produtos.

A Beauty Fair acontece no Expo Center Norte, de 7 a 10 de setembro.

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