Boatos deixam marcas de alimentos e bebidas em alerta
Ambev inicia campanha para desmentir vídeo que circula na internet sobre a forma como a companhia produz suas cervejas
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Luiz Gustavo Pacete
3 de abril de 2017 - 9h03
O fenômeno das notícias falsas não é um tema apenas das empresas produtoras de conteúdo ou das plataformas de tecnologia, mas passou a ser assunto relacionado a qualquer profissional que atue como guardião de uma marca. A velocidade da internet somada a ausência de verificação tem feito com que qualquer post nas redes sociais vire uma crise para grandes companhias. É o que ocorreu com a Ambev. Há quinze dias, um vídeo mostrando pombos caindo em uma máquina de misturar cevada circulou na internet e levou a empresa a reagir, neste fim de semana, respondendo aos boatos.
Em uma página inteira dos principais jornais brasileiros a empresa traz a imagem de um pombo e um texto com esclarecimentos “Num vídeo que circulou alguns dias atrás, vemos pombos sendo triturados por máquinas, no que seria uma das cervejarias da Ambev. Nestes tempos de notícias falsas, ele pousou nos ombros da Ambev. Foi comprovado que essa notícia era totalmente falsa. Informações falsas têm aparecido constantemente nas redes sociais no mundo inteiro. E muitas vezes as pessoas acabam curtindo e repassando. Não vamos deixar que isso afete nossa reputação, diz a empresa. Na TV, o vídeo de resposta da companhia mostra, inclusive, o conteúdo falso que circulou nas redes.
A crise da carne e o efeito no consumo
Em outra notícia falsa que apareceu em grupos de WhatsApp, na última semana, inclusive utilizando o antigo layout do portal G1, afirmava-se que uma operação da PF em instalações da Ambev e da Brasil Kirin detectaram presença de urina de cavalo e suco de milho nas amostras de produtos coletados. Em notícia publicada na última sexta-feira, 31, o G1 informou que o layout em que aparece a notícia não é mais usado desde 2010 e a notícia jamais foi publicada pelo portal.
Em uma falsa edição do jornal O Globo, que também circulou na última sexta-feira, 31, várias marcas foram satirizadas. De acordo com reportagem do Portal Comunique-se, Nestlé e Friboi foram alvos de piadas dentro do falso periódico. No anúncio falso, a Nestlé afirma que “concorda que a água é direito universal e, por isso, desiste de privatizar o Aquífero Guarani. ” Outra informação mostra um anúncio da Friboi com a foto de Tony Ramos com a frase: “se a carne é fraca, imagina o frango”.
Casos pontuais e reputação
Além de boatos, várias marcas estão gerenciando crises de casos de adulteração de alimentos. Recentemente, muitos casos vêm sendo noticiados inclui-se além da carne, alvo da Operação Carne Fraca, azeite, ovos de páscoa e paçoca. “Dependendo de como os fatos são retratados na mídia pode haver um impacto desproporcional a determinada indústria em casos de produtos pontuais envolvidos”, diz Raphael Moreau, Analista de Alimentos da Euromonitor International.
Gestão de crise protege a Itambé
Karina Milaré, presidente da consultoria REDS, explica que os impactos de uma eventual adulteração ou de um boato são diferentes dependendo do potencial da marca. “Uma coisa é pelo de rato em um catchup que é consumido por uma parcela pequena da população, outra coisa é a descoberta de adulteração da carne, uma categoria altamente apreciada e consumida pelos brasileiros”, diz Karina.
No ano passado, a Itambé teve seu nome envolvido em uma crise após um garoto morrer tendo sido envenenado pelo padrasto após ingerir Itambezinho, achocolatado da marca. Apesar de ter sido constatado que o produto estava regular, a marca teve de lidar com o boicote e a proliferação de notícias envolvendo sua reputação. Na ocasião, o então presidente da empresa, Alexandre Almeida, veio a público esclarecer o ocorrido.
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