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Brasil recebe primeiro Instituto Heineken do mundo

Iniciativa tem investimento inicial de R$ 10 milhões e pretende impactar 10 mil vendedores ambulantes e catadores e um milhão de jovens até 2025


7 de abril de 2022 - 6h00

(Crédito: Divulgação)

A Heineken lançou, nesta quarta-feira, 6, o Instituto Heineken Brasil, o primeiro da companhia no mundo. A organização tem o objetivo de reforçar o compromisso com a agenda ESG e começa com um investimento de R$ 10 milhões. Os projetos serão destinados a catadores de materiais recicláveis, vendedores ambulantes e jovens em situação de vulnerabilidade social, através de capacitação, visibilidade e consumo responsável. Como resultado, o grupo quer impactar 10 mil vendedores ambulantes e catadores e um milhão de jovens até 2025. 

“Entendemos que faltava algo a mais, uma agenda mais propositiva para gerar valor para a sociedade como um todo. O ponto principal da estratégia era endereçar uma agenda mais propositiva e transformacional dentro da plataforma social que já temos. Olhando para o social, tínhamos menos iniciativas cascateadas do que comparado ao consumo equilibrado e a questão ambiental. Optamos pelo instituto para que essas várias ações tivessem uma centralização, uma força maior e um impacto que pudesse ser compartilhado com outros parceiros, seja governo, seja fundos de investimentos, ONGs, etc.”, comenta Mauro Homem, vice-presidente de corporate affairs do Grupo Heineken.

Apesar dos jovens serem um dos focos no lançamento, a companhia já possui, desde 2019, o WeLab, programa voltado à promoção do consumo responsável entre jovens de 18 e 24 anos. O instituto será responsável não só por expandi-lo, como por impactar jovens em situações de vulnerabilidade na perspectiva da empregabilidade, por meio de projetos feitos em rede ou ecossistemas.

“Desde o ano passado estamos fazendo um estudo de como escalar o WeLab por meio de um ecossistema em que possamos fazer uma transferência de conhecimento da metodologia autoral e continuar fazendo a mensuração dos resultados. Entendemos que essa é uma forma de escalar”, conta Bia de Sá, diretora do Instituto Heineken.

Ponto de partida
“O Brasil é o grande pioneiro dessa agenda para Heineken, nós somos a maior operação do grupo no mundo. Além disso, estamos em um país que tem isso como necessidade, tem uma desigualdade social muito grande, muito latente. Então, fazer tudo que estávamos fazendo nas outras frentes e não olhar para o social, parecia um olhar um pouco míope”, comenta. 

O executivo revela que foi a partir desse olhar que o time brasileiro percebeu a importância de desenvolver o lado social do País e levaram a proposta para o time global, que acreditou e aceitou o projeto. A diretora do instituto conta que para pensar nos pontos de ação, a equipe olhou para seu público e buscou os pontos mais vulneráveis socialmente da cadeia para, assim, não trazer uma organização descolada da estratégia da Heineken no Brasil.

“Nós sabemos que catadores são os grandes responsáveis pela coleta seletiva e a reciclagem dos materiais no nosso País, mas ainda existe uma imagem, de certa forma, depreciativa desse tipo de trabalho. Queremos trazer capacitação técnica para que eles desempenhem melhor o trabalho, tragam mais resultados e que tenham uma dignificação à vista da sociedade do trabalho tão importante que fazem”, comenta Bia. 

Metodologia
A diretora revela que os projetos para os catadores ainda estão em fase de modelagem, já para ambulantes, a companhia está desenvolvendo uma proposta com uma organização de empreendedorismo. As duas ações contarão com capacitação técnica e de potencialização de soft skills.

Mauro Homem comenta que existe a expectativa de, por meio do instituto, gerar um valor compartilhado, onde a sociedade também ganha. “Temos um desafio com as embalagens de vidro, gostaríamos que fossem recicladas cada vez mais. Naturalmente, se você orienta e capacita esse catador, ele terá mais chance de fazer isso de uma maneira melhor, seja organizando em cooperativa ou individualmente. E se você consegue aportar conhecimento e ao mesmo tempo uma nova oportunidade de negócio, seja no caso do catador com mais material para trabalhar. Isso naturalmente vai gerar uma renda adicional , o deixando mais preparado para fazer esse tipo de trabalho. Você tem um ganha ganha. Nós sabemos como, no Brasil, geração de renda é transformacional, como isso, de fato, muda a realidade da vida daquela pessoa, daquela família. É aí é onde queremos medir cada vez mais os impactos sociais no longo prazo”, afirma. 

O instituto contará com a autopercepção dos participantes como indicadores para a mensuração, avaliando se enxergam melhores perspectivas de futuro após terem passado pelos programas e projetos, se houve progresso educacional entre os participantes após o envolvimento nos projetos e se conseguiram contribuir para algum incremento de renda.

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