Brasileiros se ressentem com a mídia e governo, mas confiam nas empresas
Edição de 25 anos do Edelman Trust Barometer revela como a sociedade está lidando com as consequências da frustação e do ressentimento
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Valeria Contado
13 de março de 2025 - 6h01
Estudo aponta que falhas institucionais levam ao recorde de desconfiança entre as pessoas (Crédito: Fizkes / Shutterstock)
A edição de 25 anos do estudo de confiança da Edelman Trust Barometer aprofundou o olhar para as quatro principais instituições da sociedade: empresariais, Organizações Não Governamentais (ONGs), governo e mídia.
A sondagem online ouviu mais de 33 mil pessoas em 28 países, incluindo o Brasil, com o objetivo de relevar e entender como os medos pessoais, as falhas institucionais, a ascensão da globalização e os desafios do mundo polarizado contribuem para perda de otimismo entre as pessoas.
Com a pesquisa, a empresa chegou ao teor do relatório que leva o nome de Edelman Trust Barometer 2025: Confiança e a Crise do Ressentimento, que apontou que as falhas institucionais são um dos principais agentes para a mudança do índice de confiança. Existe a percepção de que a sociedade é injusta, de que governos defendem interesses restritos e de que riscos se beneficiam do sistema. Como resultado disso, algumas instituições entraram em nível de desconfiança.
No Brasil, apenas 39% dos respondentes e 46%, respectivamente, entendem o governo e a mídia como confiáveis, deixando essas instituições em um perímetro de desconfiança. Já as empresas são tidas como as únicas instituições confiáveis no país, enquanto as Organizações Não Governamentais (ONGs) estão como neutras.
O nível de desconfiança nos líderes governamentais atingiu 76% no Brasil e 69% no âmbito global, enquanto a relação com os jornalistas atingiu os 72% em solo nacional e 70% mundialmente.
Segundo Ana Julião, gerente geral da Edelman e da Zeno no Brasil, dois fatores intensificam essa percepção de desconfiança: o crescimento da polarização e as fake News, que foram objeto de estudo da pesquisa no ano passado. Para a executiva, essas razões aumentam a desconfiança sobre o governo e a mídia. “a imprensa é vítima da polarização e impulsiona isso. Já no caso das notícias falsas, elas se transformaram em um grande vírus da sociedade moderna”, afirma.
Além disso, 62% dos brasileiros acreditam que os ricos não pagam o quanto deveriam de impostos, enquanto 67% deles afirmam que o egoísmo do público de alta renda causa muitos problemas.
“Quando comparamos esses dois públicos notamos como o bem-estar também está associado a confiança no futuro. Isso traz uma série de consequências, como o aumento da violência social, e fica tudo bem, segundo os respondentes, o ativismo hostil”, avalia a executiva.
Embora a figura do empregador ainda esteja no perímetro de confiabilidade, houve uma queda de cinco pontos percentuais na confiabilidade dos brasileiros em relação a esses líderes. No ano passado 82% acreditavam que seus patrões eram confiáveis, neste ano o número está em 77%.
Ana Julião explica que isso acontece, por que durante a pandemia de Covid-19 acentuou questões relacionadas à desinformação, fake News e até mesmo a falta de notícias concretas sobre a situação do País. Então os empregadores, em 2021, foram apontados como mais confiáveis, a frente de líderes do governo (27%), CEOs (45%) e jornalistas (45%), que apareciam no patamar de desconfiança.
Esse índice foi subindo devido, também, ao sentimento de vulnerabilidade. “A confiança no empregador veio subindo e ele ganhou relevância, justamente porque no meio de medo e vulnerabilidade, são o lado oposto de confiança, não sabíamos no que confiar. A ciência e as empresas trabalharam de forma importante para serem locais críveis para os colaboradores”, diz.
No entanto, a queda demonstra que essa confiança está diminuindo com o passar do tempo. Do segundo ano da pandemia para cá cresceu entre os brasileiros o receio de que líderes estejam mentindo, de 68% para 72%. Globalmente, esse índice é de 68%, com um crescimento de 12 pontos percentuais, atingindo o maior nível da história. “As empresas não podem se descuidar da sua responsabilidade na relação de confiabilidade com os seus empregados. Não descuidem da expectativa que os eles depositam”, afirma a gerente.
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