Carro elétrico para dividir? Tem no Recife

Meio & Mensagem
9 de dezembro de 2014 - 4h06

O Porto Digital, no Recife, lança na segunda-feira 15 um serviço de compartilhamento de carros elétricos que faz parte do projeto Porto Leve, de desenvolvimento de tecnologias para a melhoria das cidades, que envolve as áreas de mobilidade, sustentabilidade e segurança. Esse sistema de car sharing, o primeiro no País feito com modelos elétricos, funcionará primeiro em caráter de teste. Por enquanto, serão disponibilizados apenas três veículos. Vinte pessoas foram selecionadas para poder utilizar os modelos que contam com três estações montadas no próprio Porto Digital. As unidades têm de ser devolvidas dentro de um prazo (meia hora; depois desse período é cobrado R$ 0,75 por minuto excedente), conforme o sistema já adotado para as cem bicicletas que integram o programa – no caso, são 70 as estações que fazem parte do bike sharing do Porto Leve.

Em março, o serviço terá mais três estações de compartilhamento para os carros elétricos, que são importados e foram produzidos pela chinesa Zhidou (os modelos têm capacidade para dois passageiros, são 100% elétricos e possuem autonomia para rodar até 100 Km). “Esperamos que, com a consolidação da ideia, o poder público veja seu valor e resolva expandi-la, como aconteceu com o aluguel de bicicletas”, declarou Francisco Saboya, presidente do Porto Digital.

A tecnologia de car sharing empregada nos veículos é da empresa Serttel, incubada no Porto Digital. "Nosso sistema de compartilhamento de carros elétricos insere o Recife no cenário das grandes cidades mundiais. Nosso propósito é testar um serviço inovador e ecologicamente sustentável, que venha a contribuir para a mobilidade urbana, e, consequentemente, proporcionar melhor qualidade de vida, de forma a deixá-lo apto a ser replicável para o restante da cidade”, comentou Saboya.

Como funciona

É preciso de baixar no celular o aplicativo do projeto Projeto Leve e se cadastrar – o interessado deve informar seus dados de cartão de crédito, com o qual se faz o pagamento pela utilização do carro (o plano mensal sai por R$ 30, o que não inclui a taxa cobrada a cada corrida). Ao se conectar ao app, o usuário seleciona a opção “car sharing”. O aplicativo mostra as estações e indica se há unidades disponíveis. Deve-se informar o destino também. Cada estação tem duas vagas exclusivas para os carros. 

Feita a reserva, o usuário pode oferecer carona. “Caroneiros” também devem ser cadastrados. O motorista tem 15 minutos de espera. Um relógio surge sinalizando o período de espera. Conseguindo o carona, ele paga metade da taxa do uso do carro (R$ 20). Se depois dessa espera, ninguém se manifestar, ele ainda assim poderá pagar a metade por ter se disposto a dividir o transporte. Esgotado o tempo de 15 minutos, o chaveiro do carro aparece para que a porta seja desbloqueada. "É uma forma de incentivar o compartilhamento do veículo para diminuir a quantidade de carros nas ruas e, assim, contribuir com a preservação ambiental", explicou Leonardo Guimarães, diretor executivo do Porto Digital. Na Europa, cada unidade de sistemas de car sharing retira entre seis e nove veículos tradicionais das ruas.