CCXP 2018 desafia ativações de marcas
Anunciantes incrementam experiências e aproveitam o evento para obter insights sobre cultura pop
Anunciantes incrementam experiências e aproveitam o evento para obter insights sobre cultura pop
Karina Balan Julio
7 de dezembro de 2018 - 13h11
Ao longo dos últimos cinco anos, a CCXP se consolidou como um ponto de encontro cobiçado para os amantes de cultura pop, mostrando que o universo dos quadrinhos, séries e cinema ultrapassa e muito o que era considerado o nicho geek. Se marcas embarcavam no evento de forma experimental durante as primeiras edições, agora expandem cada vez mais suas ativações.
O evento, que no ano passado recebeu 227 mil pessoas, abriu as portas ao público nessa quinta, 7, e vai até domingo, 9 de dezembro. O evento recebe este ano cerca de 500 personalidades nacionais e internacionais de diferentes áreas — games, televisão, cinema e quadrinhos.
Para Julia Medeiros, gerente de licenciamentos da Riachuelo, o evento se tornou uma data importante para a marca em termos de vendas e branding. “Hoje a CCXP nos traz um volume considerável de vendas, mas temos ampliado nossa estratégia aqui por uma questão de posicionamento”, diz Julia.
Na edição de 2018, a marca dobrou o tamanho de seu estande, onde oferece linhas de produtos licenciados de games, séries e franquias de cinema. Entre 2017 e 2018, o número de itens oferecidos pela marca foi de cerca de 350 para mais de 850, incluindo linhas já lançadas e edições especiais. Além da Riachuelo, participam da feira dezenas de marcas que trabalham com licenciamentos, entre elas Imaginarium, Lupo e Jandaia.
Luiz Henrique Ferreira, gerente de comunicação da Fini, explica que marcas de bens de consumo têm sido compelidas a trazer experiências cada vez maiores, capazes de competir com os estandes de grandes players de conteúdo.
“A barra está mais elevada a cada ano. É claro que comprar produtos faz parte da rotina da CCXP, já que é um momento em que as pessoas dispõem do 13º salário e querem fazer compras. Sabemos que não somos o destino principal, pois as pessoas não compram o ingresso para ir a estandes de marcas de consumo, mas, no fim do dia, o público quer ser impressionado”, diz Luiz.
A Fini está na CCXP há três anos e este ano aumentou em 35% seu espaço na feira — que conta com um desafio interativo, uma loja e um espaço de jogos em VR, oferecido em parceria com a Itambé.
Relacionar a cultura pop ao design e à criatividade foi a aposta da Ford, que pela primeira vez patrocina a área de artistas independentes (Atist’s Alley) e a Batalha de Cosplays da CCXP. “O público jovem, ligado em tecnologia, criatividade e cultura pop é também um dos principais perfis dos consumidores do Ford Ka, por isso enxergamos a sinergia entre o carro e o evento”, diz Mauricio Greco, diretor de Marketing da Ford. A montadora também firmou uma parceria com o Cartoon Network para produzir vinhetas temáticas da CCXP, com personagens de desenhos do canal.
A participação no evento é praticamente indispensável produtores de conteúdo nacionais como a Mauricio de Sousa Produções e Rede Globo, que querem se posicionar à altura de competidores internacionais.
Em um esforço conjunto para promover suas marcas, a Globo reúne pela primeira vez todas as suas unidades na CCXP — GloboPlay, Globo, Globosat e Som Livre —, em espaços com cenários personalizados, meet & greet’s com atores e produtores e experiências imersivas.
Diante da presença de gigantes do VOD, como a Netflix e a Amazon Prime — que participa da CCXP pela primeira vez —, o grupo aproveita o evento para reforçar os conteúdos originais da GloboPlay e para apresentar duas novas séries originais Aruanas e Shippados.
“Costumávamos ser uma plataforma que apenas acompanhava a TV Globo e agora queremos ter componentes sólidos de conteúdo que valham uma assinatura, na visão do consumidor. Se o foco do SVOD são as séries e a relação do assinante com as histórias, este é o lugar mais natural para fazermos os lançamentos”, afirmou o CEO do GloboPlay, João Mesquita.
Insights da cultura pop
Mais do que um exercício de branding, a CCXP oferece às marcas a oportunidade de obter insights visíveis sobre o comportamento do público. “Precisamos respeitar e conversar com os fãs para entender a idolatria, para compreender o que faz uma pessoa mergulhar no universo de um personagem ou se vestir de cosplay. Anoto muitas ideias sobre o que podemos fazer nos próximos anos e gerar mais conexão com os nossos personagens”, conta Sergio Valente, diretor de comunicação da Globo.
A Riachuelo usa o evento como um espaço de pesquisa, onde mapeia os potenciais licenciamentos para o ano seguinte. “O cliente geek que vai em uma de nossas 300 lojas está disperso, mais difícil de mapear. Na CCXP eles estão muito abertos a participar, sempre opinam sobre produtos e nos dão sugestões sobre o que deveríamos lançar”, afirma Julia Medeiros.
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