CEO da Alpargatas fala sobre marcas globais e disrupção
Roberto Funari, que lidera a dona da Havaianas desde janeiro de 2019, destaca também como pretende exportar os aprendizados com lives do Brasil para a China
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Luiz Gustavo Pacete
14 de maio de 2020 - 6h00
O atual CEO da Alpargatas, dona das marcas Havaianas, Mizuno e Osklen, assumiu o cargo em janeiro de 2019. Dentre seus principais objetivos, estava a aceleração do processo de transformação digital da empresa. Em alguns meses, a companhia já trabalhava organizada em squads, viu sua sede em São Paulo se transformar em um coworking e começava a aplicar as mais diversas metodologias ágeis. Em função da pandemia de Covid-19, esse processo ganhou ainda mais velocidade.
Diante de um contexto de complexidade, pela qual várias empresas precisaram se digitalizar à força, Funari destaca um dos principais aprendizados: a experiência global. Considerando o alcance da marca Havaianas, presente em mais de 12o países, se utilizar da experiência de outros mercados tem ajudado a entender o momento de complexidade.
Funari conta em detalhes como o processo de transformação digital da companhia foi acelerado na entrevista publicada na edição 1910 de Meio & Mensagem, que circula com data de 11 de maio de 2020 (disponível na íntegra e gratuitamente no Acervo do jornal). Funari destacou ao Meio & Mensagem que, além do aprendizado tirado dos exemplos internacionais, a empresa também pretende exportar práticas e aprendizados vividas neste período aqui no Brasil.
Meio & Mensagem – A Havaianas foi uma das primeiras marcar a investir em live, no caso, da cantora Marília Mendonça, assim que elas começaram a se popularizar, no final de março e início de abril, quais aprendizados vocês tiraram deste novo formato?
Roberto Funari – Foi uma iniciativa completa em vários aspectos. Primeiro, pela oportunidade de conectar com o público em um momento importante e que as pessoas estavam atentas e segundo pelo fato de que foi uma oportunidade de viabilizar doações e conectar com o propósito da empresa em contribuir neste momento sob outras frentes. O fato de ter sido um recorde mundial com mais de 3 milhões de acessos simultâneos e de ter tido uma ressonância muito grande fez com que nós levamos essa experiência para a China. Foi um país que começou a sair do isolamento antes de nós e que teve um contato muito intenso com essas novas formas de conteúdo. E a experiência do Brasil fará com que por lá a gente também atue com live´s e influenciadores de Havaianas com base do aprendizado aqui no Brasil. Em resumo, essa experiência nos mostrou que é necessário estar atento às inovações que foram e serão aceleradas neste momento.
M&M – Qual o desafio e a responsabilidade de uma marca global como Havaianas em um momento que vivemos uma crise que é transversal a vários países e culturas?
Funari – Além de ser a maior marca global brasileira, a Havaianas se tornou um ícone por compor o que chamamos da cesta básica do brasileiro e ter sido, até hoje, um produto que não está restrito a perfil social, ou seja, ela está em todas classes e isso se reflete no mundo também. E tudo isso traz uma conexão emocional muito forte para marca que tem relação com a alma do brasileiro. E o desafio, neste momento, é ressaltar esses valores, não só pelas ações institucionais da Alpargatas ou de marca da Havaianas, mas também pela maneira como estamos posicionando a narrativa aqui e no mundo, respeitando a especificidade de cada país e o momento que cada povo está vivendo.
M&M – A Alpargatas vive um processo de transformação digital que foi intensificado no ano passado, como ele tem sido colocado à prova neste momento?
Funari – Nosso objetivo quando começamos a falar de forma mais intensa de transformação digital foi em nos tornarmos uma empresa global, digital, inovadora e sustentável. Já tínhamos uma marca global, que era Havaianas, tínhamos marcas icônicas com o Osklen, que é influenciadora na moda, e como Mizuno, ligada a atividades esportivas e bem-estar. E a junção das fortalezas dessas marcas e, principalmente a atuação global nos ajudou bastante. Do ponto de vista estrutural já tínhamos mudado para um escritório inovador, os colaboradores já estavam atuando adaptados ao home office e, mais importante, culturalmente adaptados. Além disso, tínhamos criado uma área de business experience que tinha como foco ampliar ainda mais a conexão dos consumidores e isso vem sendo feito de forma gradual. Criamos uma área de data analytcs, aceleramos o projeto do nosso e-commerce com app´s e outras plataformas e ampliamos parcerias com a Amazon e outros players na China, Europa e Estados Unidos. Toda essa combinação de tecnologia, experiência e foco no usuário e o impacto que essa pandemia vem causando acelerou tudo que discutíamos relacionado a transformação.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição semanal de Meio & Mensagem, que até o fim de maio pode ser acessada gratuitamente pela plataforma Acervo (www.meioemensagem.com.br/acervo), onde também está disponível a consulta a todas as edições anteriores que circularam nos 42 anos de história da publicação. Também está aberto a todo o público, gratuitamente, o acesso à versão digital das edições semanais de Meio & Mensagem, no aplicativo para tablets, disponível nos aparelhos com sistema iOS e Android.
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