CEO da Nestlé reforça a importância do legado ao inovar
Marcelo Melchior ressalta que o processo de transformação digital só faz sentido com envolvimento integral da alta gestão de uma empresa
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Luiz Gustavo Pacete
18 de novembro de 2019 - 6h00
Antes de assumir a operação da Nestlé no Brasil, em abril de 2018, Marcelo Melchior comandou por seis anos a companhia no México. Na empresa desde 1988, passou por doze mercados e reforça que a melhor vivência para um profissional não está somente dentro da empresa, mas na cultura e comportamento de seus consumidores. Na Nestlé Brasil seu foco, desde que chegou, foi iniciar um processo de transformação digital que vem rendendo alterações relevantes na dinâmica de lançamentos, desenvolvimento de produtos, plataformas e serviços.
Melchior acompanha os programas com startups e se envolve diretamente nos projetos conduzidos pela equipe de transformação digital. Ao Meio & Mensagem, ele reforça que inovação em alimentos só faz sentido se o produto tiver sabor.
“Sabemos que temos 42 milhões de consumidores fiéis às marcas da Nestlé, no entanto, isso não basta, é necessário conhecer a fundo cada um deles”, diz Melchior se referindo ao potencial dos dados e o desafio de transformá-los em inteligência.
“Quando falamos em inovação, gosto do termo renovar. Atualizar e renovar o produto de base é fundamental. Se você foca apenas na inovação no sentido de criar algo, e esquece do legado da sua marca, você perde o vínculo com o consumidor. Quando falamos de inovação ou disrupção na Nestlé, não posso fingir que sou um startup, eu não nasci em uma garagem. Eu tenho 25 fábricas no Brasil, 30 mil pessoas que trabalham para que essa empresa seja um sucesso. Esse legado e essa responsabilidade não podem me impedir de ser um explorador, mas não posso esquecer de novas formas de ver meus produtos”, reforça Melchior.
Em relação ao risco tomado em um processo de inovação, ele reforça a importância de tomá-lo, porém, em ambientes controlados. “É preciso o que você materialize o risco. Se isso der errado, o pior que pode acontecer é perdermos 50 mil reais e o tempo da minha equipe? Não tem problema, pode ir. Agora, se o seu erro afeta a marca, ou algum consumidor fica doente porque comeu um produto que está errado, esse tipo de coisa não pode acontecer. Eu sempre digo para minha equipe, cuidado com esse negócio de errar rápido e corrigir o erro. Nos trabalhamos com alimentos. Se você compra um sapato e ele está errado, vai te gerar um calo, mas com a comida é diferente. Se você engole algo errado pode acontecer um desastre. Então, é importante errar, ter ciência do erro, mas saber onde e como errar”, afirma.
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