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Marketing

Coca-Cola usa lean e prototipagem para acelerar lançamentos

Metodologias ágeis impulsionam o ritmo de criação de novos produtos da empresa; e-commerce vira importante ferramenta de testes


10 de outubro de 2018 - 8h00

 

Renato Shiratsu, diretor de inovação da Coca-Cola Brasil (Crédito: Divulgação)

Para uma empresa de consumo como a Coca-Cola, lançamento é palavra-chave na garantia de resultados e na manutenção ou crescimento da participação de mercado. Apresentar novidades, reinventar um produto ou dar nova roupagem a um clássico são fundamentais para manter marcas no topo. Atualmente, a aplicação de metodologias ágeis, expressão comum a startups, pode fazer a diferença em um ciclo de criação, prototipagem, lançamento e pivotagem de um produto. E é bebendo nessa fonte, do ecossistema de inovação, que a Coca-Cola vem fazendo de sua dinâmica de lançamentos algo cada vez mais alinhado ao ritmo de trabalho de empresas digitais.

Em um mesmo período, no mês de setembro, a Coca-Cola Brasil anunciou a bebida gaseificada Yas, a Água de Coco Del Valle e a Sprite Lemon Fresh. De acordo com Renato Shiratsu, diretor de inovação da empresa, essa nova fase é fruto de uma reestruturação que inclui times montados e direcionados por metodologias ágeis frutos de um processo de transformação digital que inclui uma vice-presidência dedicada ao tema e foco na jornada do consumidor. “A observação de hábitos mostrou que há espaço e potencial de evolução em muitos segmentos”, explica Renato ressaltando que a inovação neste contexto está direcionada em buscar produtos que atendam necessidades: seja por meio de novas fórmulas, embalagens ou produtos.

Sprite Lemon Fresh, lançamento recente da Coca-Cola Brasil (Crédito: Reprodução)

Atualmente, a Coca-Cola Brasil tem 213 produtos no portfólio entre refrigerantes, água, café, chás, néctares, sucos, lácteos, água de coco, bebidas esportivas e bebidas vegetais. “Nossa área de Transformação Digital foi criada no ano passado e o mais importante é pensar e trabalhar com conceitos digitais na empresa como um todo. Um ótimo exemplo é a criação da ‘Esteira de Refrigerantes’ que trabalha numa metodologia Lean/Agile que é comum no mundo digital, ou seja, com interações mais frequentes com o consumidor, decisões com base em hipóteses testadas e entendendo que mais do que a versão final, estamos sempre em busca da evolução, da próxima versão (v1.0, v2.0, v3.0)”, diz Shiratsu.

MVP: O produto mínimo viável é um novo produto ou serviço com o menor investimento possível que serve como forma de testar a aceitação do público.

No final de setembro, a Coca-Cola inaugurou um centro de inovação que, segundo Shiratsu, trará agilidade para o desenvolvimento de novos produtos. “Nossos pesquisadores estarão em contato direto com diversas áreas da empresa, como marketing, inovação e técnica. A proximidade com os parceiros de negócios locais entre o Brasil e a América do Sul, incluindo os fornecedores, também influenciam nesse ganho de agilidade. Outra vantagem é estar em contato com os comportamentos e desejos dos nossos consumidores locais”, afirma.

 

Centro de inovação recém-inaugurado pela Coca-Cola no Rio de Janeiro (Crédito: Stella Ribeiro)

Como outra parte dessa estratégia, a Coca-Cola vem apostando no e-commerce como forma de prototipar, ou seja, testar a aceitação de seus produtos. “O e-commerce está crescendo e, com cada vez mais pessoas optado por este canal, estamos aprendendo a servir melhor e tirando diversos insights desse contato direto que abrimos com nossos clientes. Quanto mais perto deles, mais chance temos de acertar, de ter um melhor entendimento do que buscam e, consequentemente, de trazer ao mercado cada vez mais inovação e engajamento”, explica Shiratsu.

Lean Digital: É um método que propõe a mudança cultural e de processos de forma gradativa e estruturada em um uma jornada que tem como propósito a melhoria do produto.

Fernando Ostanelli, diretor de Transformação Lean da CI&T, parceira da Coca-Cola, afirma que a empresa utiliza a combinação do pensamento Lean e de Design aplicando dinâmicas chamadas de camp, com a duração de 3 meses. “São estabelecidos objetivos que nos desafiam a criar formas não convencionais para resolver problemas e aprender rápido. Aqui, o diferencial está em trazer o consumidor da Coca-Cola Brasil para o centro dessa jornada, o que tem nos ajudado a mudar a cultura e os processos da marca, através a adoção de práticas e princípios da filosofia”, explica.

Thiago Colares, CTO da Agilize Contabilidade Online e especialista em métodos ágeis, conta que o maior desafio da implantação de métodos ágeis é adotar os valores e princípios descritos no Manifesto Ágil. “Sem eles, as práticas ágeis perdem propósito, viram rotina e são vistas como interrupções. É possível começar com um time pequeno, mas a mudança de paradigma geralmente vem com o apoio de tomadores de decisão. O processo de mudança leva tempo, estudo, esforço e experimentação. A evolução é contínua”, afirma.

Colares reforça que a cultura ágil do Spotify, por exemplo, tem inspirado grandes empresas nos últimos anos já que ela chama atenção por diversas práticas baseadas em princípios como: times menores e autônomos; ciclos rápidos de entrega e testes; foco em inovação; propósitos claros; ambiente colaborativo. “Mas a palavra chave no mundo ágil é adaptação. Você deve moldar as práticas ágeis à sua realidade. E a maturidade ágil lhe permitirá adaptar-se rapidamente às mudanças, sejam elas imprevistas indesejáveis ou novas ideias, explica.

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