COI confirma novas datas de Tóquio 2020
Competição será de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Entidades e patrocinadores agora buscam ajustar seus calendários e estratégias
Competição será de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Entidades e patrocinadores agora buscam ajustar seus calendários e estratégias
Fernando Murad
30 de março de 2020 - 14h37
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020 foram remarcados, respectivamente, para os dias 23 de julho a 8 de agosto, e 24 de agosto a 5 de setembro de 2021. “Com este anúncio, estou confiante de que, trabalhando em conjunto com o Comitê Organizador de Tóquio 2020, o Governo Metropolitano de Tóquio, o Governo japonês e todos os nossos parceiros, podemos superar esse desafio sem precedentes. Atualmente, a humanidade se encontra em um túnel escuro. Estes Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 podem ser uma luz no fim deste túnel”, afirmou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), no comunicado oficial.
Com a nova data definida, o comitê olímpico foca a resolução de questões de infraestrutura e operação dos Jogos, como ajustes em contratos com fornecedores e patrocinadores. Também nesta segunda-feira, 30, o Comitê Organizador dos Jogos suspendeu 32 licitações que estavam em andamento, entre obras de infraestrutura na capital japonesa e em locais de competição, de instalação de transporte a compra de equipamentos. A lista de processos interrompidos inclui, ainda, aluguel de barcos e toalhas para locais de competição e instalação de placas de orientação.
A mudança nas datas de Tóquio 2020 pode gerar um custo adicional de US$ 2,7 bilhões ao Japão, segundo estimativa do jornal nipônico Nikkei. Para se ter uma ideia, os Jogos registraram receita de US$ 3,3 bilhões apenas com os 66 patrocinadores locais, o triplo do recorde anterior: US$ 1,1 bilhão em Londres 2012. Isso sem contar os 14 patrocinadores globais – Coca-Cola, Airbnb, Alibaba, Atos, Bridgestone, Dow, GE, Intel, Omega, Panasonic, P&G, Samsung, Toyota e Visa – que investiram cerca de US$ 500 milhões em 2020 e têm contratos plurianuais que se aproximam dos US$ 4 bilhões.Os acordos de GE, P&G e Dow, no entanto, se encerram no final do ano, o que poderia representar um problema na entrega. Mas Thomas Bach, do COI, minimizou a questão. “Entramos em contato com todos os patrocinadores. Temos todo o seu apoio a essa decisão. Os Jogos são chamados de Tóquio 2020. Portanto, para mim, é uma consequência lógica que os patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 mantenham seus direitos, mesmo que sejam organizados em 2021”, afirmou. Por outro lado, os contratos com Allianz e o laticínio chinês Mengniu têm início no próximo ano – os próximos Jogos acontecem em Beijing 2022 (inverno) e Paris 2024 (verão).
“Trata-se de um imbróglio enorme a ser resolvido. Lembrando que este problema provavelmente se estenderá às confederações nacionais de modalidades específicas, clubes esportivos e aos próprios atletas, com seus contratos pessoais. É torcer também para que os estragos econômicos desta pandemia não acarretem empresas que não tenham fôlego financeiro para manter seus contratos até 2021”, analisa Eduardo Muniz, professor e especialista em Marketing Esportivo.
Crédito da imagem do alto: reprodução
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