Com alta de 12,5%, turismo em SP é impulsionado por eventos presenciais
Passagens aéreas mais caras devem fomentar viagens para o interior do estado, diz FecomercioSP
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Caio Fulgêncio
31 de maio de 2022 - 6h00
A volta de grandes eventos presenciais – como o Festival Lollapalooza e os dias de carnaval – impulsionou o crescimento do turismo na cidade de São Paulo em março, conforme estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FecomercioSP). O Índice Mensal de Atividade do Turismo (Imat), calculado em parceria com a SPTuris, apontou alta de 12,5% no setor em comparação com fevereiro.
Após quedas consecutivas no primeiro bimestre, foi a primeira vez no ano em que houve elevação no indicador. Em relação ao mesmo período de 2021, quando o país enfrentava os impactos da segunda onda da Covid-19, o crescimento do turismo chegou a 88%. O levantamento é o mais recente divulgado pela federação.
No índice de março, a ocupação hoteleira foi o destaque, com salto de 67,1% no mês pesquisado, seguida pela movimentação das rodoviárias (alta de 24,1%). Mais de 1 milhão de passageiros passaram pelos terminais da cidade – quase 600 mil a mais do que março do ano passado.
De acordo com os dados, os aeroportos de São Paulo receberam 3,9 milhões de passageiros, um aumento de 16,3% em relação a fevereiro deste ano. Além dos eventos, de acordo com o assessor técnico do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o turismo de negócios, que ganhou força em março com a flexibilização das restrições sanitárias, é uma característica importante na cidade.
“O turismo está se recuperando em todo o Brasil. Lazer ou negócios, há uma gama de pessoas que usufruem dos aeroportos e, com isso, fomentam a gastronomia, a hotelaria, sem esquecer do chamado turismo de saúde – das pessoas fazem tratamentos. Por São Paulo já ter estrutura, a retomada acaba sendo mais fácil. Malha aérea, rodoviária intermunicipal e estadual já foram retomadas”, avalia.
Para o especialista, como no contexto nacional, existe demanda reprimida de pessoas que esperaram a redução no número de casos de Covid-19 para planejarem viagens. No entanto, neste momento, a alta dos preços das passagens aéreas deve direcionar muita gente a escolher outras opções destinos, como o interior do estado, favorecendo o turismo local. Dietze acredita que, com a chegada das férias do meio e do final do ano, as famílias não vão desistir de viajar.
“Ao invés de viajar de avião, muitas pessoas estão optando por ir para o interior, seja em São Paulo ou Minas Gerais. Há uma demanda reprimida de pessoas que guardaram dinheiro ao longo da pandemia e que querem viajar. Muitos devem manter o tempo de viagem, mas indo para destinos mais próximos e existem aqueles vão para os lugares mais caros e passarão menos dias”, explica.
No estado todo, ainda conforme o assessor técnico, a estimativa é que o turismo alcance os patamares econômicos pré-pandêmicos ainda no segundo semestre do ano. No interior, grandes eventos, como a Festa do Peão de Barretos, já estão exigindo 100% da indústria hoteleira.
“Os eventos no interior estão com demanda total e a tendência é que a taxa de ocupação de hotéis e o faturamento já voltem para o que era antes da pandemia. Chegou o momento de recuperação, por mais que existam problemas, como a inflação e o crédito mais caro. Acho que precisamos olhar o lado positivo. Tem espaço para crescimento, as pessoas querem sair de casa”, finaliza.
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