Com cocriação de marcas, Feira Preta chega aos 20
Evento idealizado por Adriana Barbosa, da PretaHub, chega à 20ª edição com participação de marcas como C&A, Facebook e Mercado Livre no conteúdo
Com cocriação de marcas, Feira Preta chega aos 20
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Isabella Lessa
22 de novembro de 2021 - 10h50
Há 20 anos, Adriana Preta realizava a primeira Feira Preta na Praça Benedito Calixto, em São Paulo, já com a ideia de promover os negócios de pessoas negras e, ao mesmo tempo, celebrar a cultura afro-brasileira. De lá para cá, a iniciativa movimentou mais de R$ 6,5 milhões, atraiu mais de 200 mil pessoas e 1,8 mil empreendedores. No sábado, não por acaso, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, aconteceu a estreia da vigésima edição, que terá duração de 20 dias.
Se nos primeiros anos o evento não conseguia apoio consistente das marcas, que tinham pouco interesse em abordar a questão racial, hoje a feira – que está mais para um festival, dada a amplitude da programação – reúne patrocínio de empresas de diferentes segmentos. Ao longo dos anos, o projeto conseguiu apoios de Unilever, Petrobras e Bradesco, mas, de dois anos para cá, vem conseguindo um envolvimento mais consistente de anunciantes de diversos segmentos.
Neste ano, o Facebook entra não apenas como patrocinador, mas como co-realizador: todos os debates, shows e workshops poderão ser acompanhados pela rede social e pelo Instagram. Casas Bahia C&A, Mercado Livre, Converse, British Council, iFood são algumas das outras parceiras. Para Adriana, CEO da PretaHub, o envolvimento dessas marcas com a Feira Preta vai além do patrocínio e produz um efeito sistêmico, pois o evento estabelece uma conversa com cada uma das marcas sobre como, por exemplo, fomentar o empreendedorismo negro. “As marcas se aprofundam nesse tema, buscam referências. Se não tem pessoas pretas dentro de casa, trazem pessoas para participar. Isso faz a empresa olhar para os processos internos”, diz. Além disso, ela ressalta que acontece uma circulação monetária significativa entre profissionais negros envolvidos no evento, da produção à direção artística dos shows.
Raphaella Martins, gerente do Creative X da Meta no Brasil, e membro do Black@, grupo de afinidade para pessoas negras e aliados na empresa, conta que a companhia ajudou a dar continuidade ao storytelling da feira, que tem como mote a frase “Existe um futuro preto e ele não se constrói sozinho”, criado por Adriana em 2019. O Facebook e agências como a Gana e a Suno United Creators ajudaram a desenvolver o conceito que celebra o passado negro, o presente ligado ao afrofuturismo e ressalta que a evolução do empreendedorismo negro precisa do apoio de diversas partes da indústria e da sociedade.
A parceria do Facebook com a Feira Preta deu origem a ações já em curso, como a Aceleração de Negócios de Empreendedoras Negras, que selecionará 50 empresas que atuam em regiões periféricas de todo o País, e a Sexta Preta, lives que contam a história de empreendedores negros e trazem shows de artistas como Ludmilla e Teresa Cristina.
Já com o Mercado Livre, a Preta Hub lançou, neste ano, a loja oficial da feira no marketplace, que traz uma curadoria de marcas de empreendedores negros. Na semana passada, a marca lançou o clipe da música “Ostentação da Cultura”, composição de Djonga e Tássia Reis que exalta o poder e a originalidade da cultura negra. O vídeo foi criado pela Gut São Paulo.
“O Mercado Livre é uma companhia que nasceu para democratizar o comércio eletrônico. Queremos que seja cada vez mais inclusivo e chegue a cada vez mais pessoas e um dos desafios para os empreendedores negros mapeados pela Feira Preta é decodificar a questão da tecnologia. Então, para o Mercado Livre é importante entregar esse propósito por meio de soluções online”, explica Laura Motta, gerente de sustentabilidade do Mercado Livre. Além da loja virtual, a companhia é parceira de conteúdo do Afrolab Digital, que capacita empreendedores brasileiros e colombianos.
Este é o segundo ano consecutivo que o festival é realizado de forma remota. Se em 2019, o evento presencial atraiu 45 mil pessoas, no ano passado, a transmissão online pôde chegar a um público de 1,7 milhões. No ano que vem, a edição será híbrida.
*Crédito da imagem no topo: Divulgação
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