Com holding, Gol e Avianca buscam evitar volatilidade
Formação do Grupo Abra, que envolve ainda Viva e Sky Airline, prevê investimentos de US$ 350 milhões e marcas independentes
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Caio Fulgêncio
12 de maio de 2022 - 17h17
A criação do Grupo Abra, holding fruto de acordo entre os maiores acionistas da empresa brasileira Gol e da colombiana Avianca, anunciada na quarta-feira, 11, torna as duas marcas menos voláteis diante de possíveis instabilidades num único mercado aéreo. Essa é a análise de Beto Almeida, CEO da Interbrand, consultoria global de branding.
Segundo o anúncio oficial, as duas companhias manterão independentes as marcas, equipes e culturas. Para Almeida, por não serem competidoras diretas no mesmo mercado, as empresas devem se beneficiar também na complementaridade das rotas. Atualmente, a Avianca opera na Colômbia, Equador e El Salvador, com rotas para a América do Norte, América Central e Europa.
A holding, cuja sede será no País de Gales, no Reino Unido, também terá uma participação não controladora de 100% das operações da empresa Viva, que atende Colômbia e Peru, e uma participação minoritária na Sky Airline, no Chile. O acordo ainda está sujeito a aprovações regulatórias, com finalização prevista para o segundo semestre deste ano. O grupo contará com um aporte de novos investimentos de US$ 350 milhões.
Apesar dos possíveis benefícios, o analista de transportes e co-head de equity research da XP Inc., Pedro Bruno, acredita que, no primeiro momento, a união das empresas não deve ter grandes impactos nos negócios. “Nos parece ainda uma medida neutra, no sentido de que nada vai interferir na operação delas. Foi uma transação exclusivamente entre os controladores. Eventualmente, pode ser uma parceria positiva tendo em vista a criação de sinergias, mas é algo que, em termos de qualidade, deve ser medido no futuro”, diz.
Ainda no anúncio, a holding informou que os gestores terão como foco “a obtenção de sinergias para garantir a estrutura de menor custo unitário nos respectivos mercados, na expansão de rotas, na oferta de produtos, de serviços e nos programas de fidelidade”.
O grau dessa sinergia, conforme Almeida, dependerá do modelo de gestão de marcas que será adotado. Uma possibilidade seria concentrar a união apenas no poder de negociação com seus fornecedores, por exemplo. Outro modelo possível seria o de marca única, como o da Latam – fusão da chilena Lan com a brasileira Tam.
“Pode ser um modelo com múltiplas marcas – a exemplo do grupo IAG, controlador da British Airways e Ibéria – com pouca ou nenhuma sinergia no marketing, com cada marca construindo a conexão com seus próprios públicos ou o modelo de marca única, em que a captura de sinergia é maior, pois acaba criando liberdade para troca de aeronaves, de tripulação, uniformes, treinamentos unificados, entre tantas outras possibilidades”, explica.
Já do ponto de vista de investimentos em marketing, o CEO da Interbrand acredita que o momento é de agregar valor ao Grupo Abra. “É uma excelente oportunidade para se mostrar forte, mais conectado com seus diversos públicos, para atrair mais e melhores parceiros. Na verdade, é o momento ideal para alçar novos voos”, acrescenta.
A holding Abra terá como CEO o empresário Constantino de Oliveira Júnior, da Gol. Robert Kriete, da Avianca, ocupará o cargo de presidente do conselho de administração. Além deles, o atual presidente e CEO da empresa colombiana, Adrian Neuhauser, e o atual CFO da brasileira, Richard Lark, serão co-presidentes do novo grupo.
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