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Como a Puma pretende aproximar as mulheres do esporte

Fabio Kadow, diretor de marketing da marca, fala sobre lançamento da plataforma #SheMovesUs e das ações para atrair o público feminino


24 de setembro de 2021 - 6h00

Atletas do Palmeiras, Ary Borges, Thais e Katrine, estrelam shooting da Puma (Crédito: Divulgação)

Os jogos Olímpicos de Tóquio mostraram que as mulheres são grandes forças no âmbito esportivo. Com um dos maiores índices de representação feminina – em campo e no jornalismo – muitas atletas foram destaque durante a maior celebração esportiva do mundo. Apesar desse bom desempenho na Olimpíada, no entanto, 68% das mulheres brasileiras declararam nunca terem praticado um esporte, segundo o último levantamento do IBGE. Por isso, a Puma entendeu que seria importante mudar o cenário e começar a conversar mais com o público feminino e entender as barreiras que fazem com que as mulheres não pratiquem esportes.

Desde 2019, a empresa de equipamentos esportivos tem iniciativas que procuram apoiar as mulheres no ambiente. Em 2020, a Puma anunciou o patrocínio de 22 das 24 atletas do Palmeiras; no mesmo ano a empresa protagonizou, junto com a equipe Palestrina, uma ação que doou chuteiras e camisas para o Clube Atlético Taboão da Serra, que estava sem materiais esportivos para disputar a série A1 do campeonato Paulista. Anunciou o patrocínio da skatista Isa Pacheco e das jogadoras de futebol Ludmila Silva, Barbara Barbosa, Gabi Nunes e Tamires Britto. A marca também apoia categorias como skate, running e training.

Fabio Kadow, diretor de marketing da Puma, em entrevista ao Meio & Mensagem, afirma que o caminho não é fácil, mas que a empresa tem um compromisso firmado com as mulheres. “Não temos a pretensão de acertar em curto prazo, mas temos o compromisso de acertar no médio e longo prazo”.

Meio & Mensagem – Como vocês enxergam a questão da representatividade feminina no meio esportivo?

Fabio Kadow – Esse é um tema super importante para nós, não só na questão externa, mas interna também. A causa é tão grande que tivemos que focar em algumas ações para fazer mudanças estruturais práticas e verdadeiras, não necessariamente campanhas de conscientização, que são importantes também, mas foi preciso pôr a mão na massa. Paramos para entender o que conseguiríamos fazer, quais modalidades poderíamos atender, além das questões de consciência, representatividade e mensagem. Com mais mulheres praticando esportes, teremos mais representantes em cada uma das modalidades, e se temos mais representantes, o universo de pessoas que vão querer praticar, seja pela questão da saúde, diversão, mas também se tornar profissional, aumenta, e consequentemente temos mais chances ter novos ídolos, e a roda toda gira dentro do negócio. Mais patrocínio, mais investimentos. Nada começa com individual, por isso é o #SheMovesUs, uma movendo a outra. Temos que criar esse efeito de coletividade.

“A mudança tem que ocorrer de maneira sustentável e compromissada”, diz Fabio Kadow

M&M -Como vocês identificaram a necessidade de abrir essa conversa e trazer o apoio ao esporte feminino?

Fabio – Primeiro surge com essa discussão do projeto do #SheMovesUs. Quando fomos trazer isso para dentro, tivemos que escutar. Passamos por algumas rodadas de pesquisas (tanto quantitativa, quanto qualitativa) do que as mulheres pensavam sobre a Puma, o do que elas esperam de uma marca esportiva. Então, foi feito um trabalho de planejamento antes de começar esse ano. Desde 2019 estamos trabalhando para lançar isso em 2021.

M&M – Quais são as modalidades que vocês trabalham atualmente?

Fabio –Hoje trabalhamos com running e training, futebol e skate. Para cada uma delas temos um projeto específico que passa desde o profissional até o amador, porque se o profissional se desenvolver bem, o amador também vai se desenvolver. Quando falamos de crescimento, de investimento, ou de todas as outras situações, é preciso fazer mudanças estruturais de médio a longo prazo para que elas aconteçam.

M&M- A Puma tem metas de ampliar os negócios na categorias feminina? Quais são?

Fabio – As mudanças são de médio e longo prazo. Temos metas de curto prazo que as vezes não são tão perceptíveis. Achamos que nessas quatro modalidades ainda tem muito o que fazer. No futebol feminino, existe o projeto com o time do Palmeiras, onde grande parte do elenco é atleta Puma. Até dois anos atrás, as meninas tinham que usar uma chuteira de segunda ou terceira mão (vale ressaltar que os contratos de chuteiras são individuais). Estamos falando de um time profissional, que hoje está disputando uma final de Brasileiro, e que ano que vem estará na Libertadores. A tendência é que os outros contratos passem a crescer e que elas tenham um material de trabalho para fazer isso se desenvolver. Tralhamos no projeto Meninas em Campo, de futebol amador, fizemos a parceria com o Guaraná na ação para apoiar o futebol feminino no Brasil. Na Olímpiada tinham seis atletas Puma. Trabalhamos em várias camadas para que isso vá acontecendo. No skat,e temos uma atleta olímpica, que é a Isa Pacheco; o coletivo Running, que também escutamos, e assinamos agora com atletas, como a Djenyfer Arnold, atleta da seleção brasileira de triathlon, promessa para Paris 2024.

M&M -Quando falamos de futebol, aqui no Brasil, a Puma tem um conteúdo bem direcionado à torcida. Como vocês pretendem direcionar a comunicação para essa linha esportiva feminina?

Fabio – Globalmente foi lançada a plataforma #SheMovesUs, e trouxemos para uma realidade brasileira. Lançamos em março um manifesto local, feito com um time 100% feminino. Com relação ao futebol feminino, acabamos de colocar no ar um shooting com as meninas do Palmeiras para Woman Training. Quisemos trazê-las para um outro universo. Na questão de running e training, acabamos tendo que postergar as ações, por causa da pandemia. Com o skate, já fizemos alguns trabalhos com a Isa Pacheco. Para 2022 todas essas ações já estão no calendário em outras fases. Já para woman training, que já tinha a Bruna Marquezine e a Maisa,  agora assinamos com a Isis Valverde, e outras creators como Bruna Vieira, Dupla Carioca, Mirian Bottan, Marina Pumar, Gabriela Loran, Isabela Bragança, Bruna Bali, Gisela Saback, Flávia Lima, Lara D’Avila e Gabb Cabo Verde.

M&M-Quais serão os desdobramentos da campanha #SheMovesUs para a linha esportiva feminina?

Fabio – Em termos de futebol, além de continuarmos com o projeto do Palmeiras, que é o nosso time profissional, há todo o apoio às meninas que estão na seleção e aos projetos amadores que vamos continuar fazendo. Globalmente, teremos a Euro feminina e algumas outras parcerias, que não posso adiantar, mas que são específicas para #SheMovesUs, tanto em treino quanto em futebol. Traremos novamente, no mês da mulher, a renovação do nosso manifesto, porque é um mês importante e temos que falar, e reforçar tudo isso. E para o woman training também vamos ter collabs e parcerias específicas para running, aumentando a nossa gama de produtos focados em mulher.

M&M -Quais são os produtos que ficarão disponíveis?

Fabio – Mês passado lançamos a Ultra feminina, que é a primeira chuteira focada para mulheres. Teremos mais produtos desenhados especificamente para o pé feminino e para a categoria running também. No segmento de calçados, essa oferta vai aumentar cada vez mais, levando em consideração quais são as características das mulheres. Temos que ouvir, errar e acertar. A ideia foi mostrar que, independentemente do seu perfil ou modalidade, nós conseguimos atender e queremos aumentar essa gama de ofertas. Seja para yoga, caminhada, corrida ou para o futebol, conseguimos oferecer produtos de treino com uma variedade de tamanhos, porque isso também é importante.

M&M- A marca tem alguma outra ação de apoio ao esporte feminino? Pode falar um pouco sobre?

Fabio –Temos uma parceria global com o Woman Win, que é uma organização que ajuda e fomenta a prática esportiva, entre as mulheres, além de outras quebras de barreiras e preconceitos. As ações são realizadas por região, então, por exemplo, nos Estados Unidos temos um foco maior em basquete. Por aqui tentamos trazer mais o futebol.

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