Como fazer que uma viagem ao Vale do Silício seja útil aos negócios
Conhecer a sede do Google ou do Facebook pode não fazer sentido sem um propósito que gere resultados na volta
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Luiz Gustavo Pacete
31 de agosto de 2018 - 9h41
No início da semana, a CI&T, empresa especialista em transformação digital, anunciou a criação de um espaço de cocriação no Vale do Silício, batizado de Prisma, o local se propõe a fomentar discussões e metodologias sobre transformação digital e segue os moldes da unidade instalada na sede da empresa, em Campinas.
Além de atender aos clientes americanos, o Prisma de San Francisco terá como objetivo contribuir para que empresas brasileiras aproveitem melhor suas viagens à região. De acordo com Leonardo Mattiazzi, VP de inovação da CI&T, são cada vez mais comuns as comitivas de empresas para a região, no entanto, se não houver um planejamento que faça sentido no processo de transformação da companhia a viagem vira apenas turismo.
“O Vale do Silício, na Califórnia, se tornou o principal destino para as marcas que buscam mudar o mindset e serem mais inovadoras. Se o objetivo é gerar resultados de negócio, a recomendação é não tratar a viagem como uma simples ‘visita’, mas sim como parte de um processo de transformação digital consistente e sistemático”, afirma Mattiazzi.
Ainda de acordo com Mattiazzi, a empresa não deve deixar a iniciativa morrer como uma “visita”. “Quando voltamos ao dia a dia, na segunda-feira, vemos que não houve muita ‘transformação’. Para se obter resultados consistentes no negócio, o processo deve ser sistemático e integrado com um framework de trabalho que inclua a inovação dentro de casa”. A pedido de Meio & Mensagem, ele destacou alguns insights para empresas que pretendem enviar profissionais à região.
Áreas-chave: Defina quais segmentos de negócio você deseja priorizar. Isso pode mudar ao longo do ano, podendo ser feito em ciclos trimestrais.
Estrategista dedicado: Tenha pelo menos um estrategista do seu negócio dedicado e inserido no ecossistema de inovação do Vale do Silício, atuando de maneira contínua e não apenas pontual. Esse estrategista deverá acompanhar as tendências do setor, as novidades do mundo das startups e o processo sistemático de inovação da empresa para viabilizar onde há uma “ponte” com o território americano que possa ser promissora. O ideal é que esse estrategista esteja nos EUA, construindo relacionamentos para a marca.
Quando a criatividade encontra a disciplina
Busca por startups: Faça uma seleção de startups e entre em contato com elas com antecedência. Vá preparado para discutir como essa startup poderia, eventualmente, fazer parte do seu modelo de negócio. Importante: vá de mente aberta, preparado para experienciar. Essa conversa tem que ser exploratória e os fundadores das startups podem surpreendê-lo – o que, aliás, é ótimo!
Olho nas oportunidades: Prepare-se, pois algumas conversas podem não gerar nada. Mas se sentir que pode haver algo ali, não espere ter todas as evidências, planos, orçamento, etc. A dica é que todo esse processo, sendo sistemático, tenha um orçamento específico e inclua experimentações com algumas startups.
Experimente, experimente, experimente: Aplique a mentalidade de MVP (Produto Mínimo Viável), bem conhecida pelas startups para começar a validar suas hipóteses em conjunto, de forma mais rápida. Para isso, o ideal é que já tenha um pequeno time pronto para executar esses experimentos, do qual o estrategista que você definiu (mencionado no item 2), faça parte. Ao longo do ano, realize vários testes. A maioria irá servir “apenas” como aprendizado, enquanto uma ou outra ideia pode se tornar um belo diferencial de mercado. De qualquer maneira, você se tornará muito mais ágil em abraçar a inovação.
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