Como o AliExpress pretende competir no marketplace brasileiro
Para atrair sellers locais, plataforma promete política de vantagens nas comissões e planeja abrir centro de distribuição no País
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Bárbara Sacchitiello
23 de agosto de 2021 - 16h01
Nesta segunda-feira, o AliExpress, plataforma de e-commerce do grupo chinês Alibaba, oficializou sua abertura aos sellers brasileiros. Já há três semanas, o grupo vem aceitando a inclusão de lojistas e vendedores nacionais em sua plataforma que, até então, comercializava apenas itens e mercadorias internacionais – em sua maioria de origem chinesa.
O País é o primeiro das Américas em que o grupo inicia uma operação local, para a qual promete ampliar, sobretudo, os esforços de logística a fim de garantir que os compradores tenham uma entrega mais rápida dos produtos comprados e uma melhoria geral da experiência. “Esse é um momento histórico para o AliExpress pois todo o grupo está investindo bastante no brasil, com todos os nossos parceiros. Iniciamos a operação há três anos e observamos uma boa reação do mercado. Sabemos que um e-commerce só será bem-sucedido com uma infraestrutura local”, afirma Yaman Alpata, líder de marketplace do AliExpress na América Latina.
O executivo afirma que, desde que abriu as portas aos sellers brasileros, já registrou “milhares” de cadastros de vendedores interessados em negociar seus produtos pela plataforma, mas não detalhou a quantidade de sellers nacionais que a plataforma já possui. A empresa deixou claro, no entanto, sua intenção de atrair mais vendedores ao e-commerce e, para isso, promete uma política agressiva de descontos e incentivos aos parceiros. Entre essas vantagens estão a cobrança de taxas de comissão que variam de 5% (para as vendas de itens como celulares, eletrodomésticos, acessórios de computadores e móveis) a 8% (para laptops e notebooks, itens de casas e jardinagem, produtos de vestuários, calçados e acessórios, games, itens esportivos e outros).
Com a abertura aos sellers brasileiros, o AliExpress pretende fazer frente à concorrência de outros marketplaces já estabelecidos no mercado nacional, como Magazine Luiza, Mercado Livre, Americanas.com e outros que já negociam produtos de vendedores locais. De acordo com Alpata, as maiores partes dos investimentos do grupo chinês no País serão direcionados para os pilares de logística e de marketing.
Sobre a operação lógística, o grupo contará, no País, com o apoio da Cainiao, empresa de logística do Alibaba que, agora, atuará no mercado brasileiro. De acordo com o grupo, a empresa trará maior agilidade para as operações dos sellers, que poderão contar com a estrutura do AliExpress para a entrega e devolução de produtos, como também terão a missão de atuar de forma independente nessas etapas do processo. Além da Cainiao, a plataforma também trabalhará junto aos Correios nas entregas realizadas no Brasil.
Mais adiante, no entanto, a proposta é construir no Brasil um centro de de distribuição para agilizar as entregas e operações, assim como é feito pelos grandes concorrentes do segmento de marketplaces. “Temos planos de fazer esse lançamento, o que nos trará muito mais flexibilidade. Ainda não temos uma data para isso, mas posso garantir que será em breve”, prometeu Alpata, na apresentação feita à imprensa.
Trabalho na Mídia
Com a missão de atrair vendedores brasileiros para sua plataforma – e também de mostrar aos consumidores que, dentro do AliExpress, não há apenas itens chineses – o AliExpress dará continuidade a uma ofensiva na mídia que já vem fazendo nos últimos meses. Viviane Almeida, gerente comercial da marca no Brasil, cita o patrocínio ao reality-show The Masked Singer, na Globo, como exemplo da maneira pela qual a plataforma vem trabalhando para tentar alcançar um número maior de pessoas. “Já estamos com iniciativas tanto na TV como em plataformas digitais para destacar nossa presença e procuraremos usar essa exposição para colocar a nova modalidade de vendedores brasileiros. Investimos muito para abrasileirar nossa imagem e seguiremos com esses esforços”, resumiu a executiva.
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