Como pensar a transformação digital além da tecnologia?
Ricardo Ribeiro, head de inovação da Rapp Brasil, fala sobre os desafios de transição e coexistência entre o mundo físico e digital
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Luiz Gustavo Pacete
13 de setembro de 2018 - 7h38
Transformação digital está na pauta das empresas. Encontrar maneiras de absorver inovação, ou até mesmo se reinventar, são demandas cada vez mais urgentes. No entanto, a discussão em torno da transformação digital vai além de plataformas, APIs ou devices, ela toca em questões muito mais profundas de comportamento e olhar geracional.
O papel de “humanas” em um mundo de robôs
De acordo com Ricardo Ribeiro, head de inovação da Rapp Brasil, presente no Social Media Week, as questões são muito mais profundas ao tratar realidade e virtual. “Quando tratamos de transformação digital, falamos sempre de tecnologia, mas é muito mais do que isso, é sobre mudança de mindset de entender que transformação digital vai além”, afirma.
Fronteiras geracionais
“O mindset de uma criança já é direcionado a essa nova forma de pensar. E, neste contexto, existe um choque entre gerações sobre a diferença entre o mundo digital e o analógico. Crianças não vão diferenciar o futebol de rua de um jogo de futebol no videogame. por que para elas, não faz sentido essa diferenciação. O digital já veio embarcado nessa nova era geração e distinguir diversão real do virtual não muda nada. O que precisamos é nos adaptar para compreender a conexão que deve ser construída agora. Como estamos lidando com os pequenos que nos surpreendem e aprendem mais rápido o que sofremos para entender. Estamos preparados para para a nova era? Não é mais ser digital first, mobile first ou AI first? A onda agora é a voice first, que acontece sem as mãos e que vai gerar interações ainda mais personalizadas. Você viu tudo isso acontecer? Cada dia que passa, tudo fica mais rápido, tem sempre algo novo e você já esta desatualizado. Agora você precisa pelo menos, aceitar as mudanças e tentar acompanhar como puder as transformações digitais.”
Zumbi mode
“Sempre que descobrimos uma tecnologia, desprendemos de um esforço para compreender o real valor que ela vai nos proporcionar. Ainda não entendemos que, o que precisamos é reconfigurar nossa mente e estar aberto ao novo. Quando o processo de evolução chega ao seu entendimento completo, o ponto critico da virada causa o efeito bola de neve, suas experiências com as novas tecnologias passam a ser compreendidas com mais facilidade e seu conhecimento torna-se mais abrangente e aceitável. É necessário sair da zona de conforto e praticar a mudança, afinal você também pode aprender o novo. O problema agora é que depois de se transformar, você passa a virar refém desta mesma tecnologia. Seu comportamento muda, você passa a ter novos hábitos e necessidades, mas não começa compreender o que esta acontecendo de verdade. Entramos no universo de singularidade, buscando conexões mais virtuais que não são necessariamente reais. Entramos em modo automático, agindo por um impulsos determinados pela nova experiência tecnológica. Passamos a andar como pessoas desconectadas das relações humanas.”
Relações
“O comportamento nas relações humanas é questionável quando a tecnologia interfere nos novos hábitos. Não percebemos a diferença entre um bom papo real e outro no celular. No mundo virtual não temos vergonha de falar o que pensamos, então fica difícil estar exposto sem se esconder atras de uma tela. Estamos buscando o celular nos momentos de micro tédio e com isso causando o isolamento digital. Precisamos ter um mindset de questionar nossas novas necessidades humanas e não as tecnológicas. Cada vez mais as assistentes de voz têm dado o suporte para as pessoas que buscam qualquer coisa, a informação agora é creditada a uma máquina mas que pode ser transformada em algo híbrido entre máquinas mais humanas e consequentemente, humanos mais tecnológicos.”
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