“Competir faz menos sentido do que trabalhar com Google e Facebook”
Britânico Neil Patel falou ao Meio & Mensagem sobre competitividade no ambiente digital
“Competir faz menos sentido do que trabalhar com Google e Facebook”
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BuscarBritânico Neil Patel falou ao Meio & Mensagem sobre competitividade no ambiente digital
Karina Balan Julio
30 de maio de 2017 - 14h30
Ter um olhar realista sobre a publicidade é difícil em um contexto onde os holofotes são direcionados a grandes anunciantes e plataformas de mídia. Um dos destaques do Prêmio Gala Latam Founders, que acontece em parceria com o evento de varejo VTEX Day, nesta terça-feira, 30, Neil Patel começou sua carreira como um pequeno empreendedor digital até conquistar clientes como Amazon, Google, General Motors, NBC e Viacom. De ascendência indiana, o especialista britânico foi responsável por criar três empresas de análise e monitoramento de marketing digital, Crazy Egg, Hello Bar e KISSmetrics. Ele acredita que, em um contexto onde há poucas forças capazes de fazer frente a gigantes de tecnologia, o melhor a se fazer é se apropriar das ferramentas disponíveis.
Neil Patel (crédito: divulgação)
Em entrevista ao Meio & Mensagem, ele dividiu sua visão sobre conteúdo digital, tecnologia e competitividade no ambiente digital, falando também sobre como pequenas e médias empresas podem otimizar sua publicidade online.
Personalização
Acredito que não há mal nenhum na personalização. É preciso mais tempo para criar conteúdo? Sim, mas o retorno será maior. Isto porque é possível entender o cliente e seu comportamento, seus problemas, suas dores, etc. Será mais fácil criar conteúdo que ofereça soluções e torne sua marca a principal voz em um nicho. Comecei no mundo do marketing digital quando era muito novo, na verdade ainda estava no ensino médio. Era 2001, não havia Facebook, YouTube, Instagram… o Google ainda lutava por popularidade em meio a mecanismos de busca como Yahoo, Lycos, Ask Jeeves, Dogpile, etc. A publicidade online consistia em banners incrivelmente irritantes e pop ups que faziam com que a experiência do usuário fosse quase intolerável. Não havia marketing baseado em mídias sociais e direcionamento de consumidores com base em dados, demografia e interesses. Hoje, já há uma quantidade incrível de recursos disponíveis para ajudar companhias a realmente entender sua audiência.
Dominância do Google e Facebook
São empresas que controlam toda a informação e têm milhões de usuários diários. Competir com eles faz muito menos sentido do que trabalhar em conjunto. Eu prefiro estudar e aprender o máximo possível sobre cada pequena mudança e atualização de algoritmo destas empresas porque é super necessário trabalhar, no cenário atual, ao lado e não contra elas. Contudo, a única maneira de fazer com que o cenário seja mais diverso será com a entrada de novas empresas e plataformas que compitam com Facebook e Google (até que elas sejam compradas por elas em último caso!). Já as empresas precisam focar em resultados orgânicos. É simplesmente muito caro para a maioria das empresas, pequenas e médias, competir com grandes marcas e em nichos disputados, então focar na busca local e processos de cauda longa faz uma enorme diferença.
Brand safety
Quanto mais for possível rastrear o progresso e analisar os dados, entendendo de que forma o conteúdo está impactando as pessoas, melhor. Acredito que as plataformas digitais deveriam dar aos anunciantes recursos para realmente entender seu progresso, e só assim a experiência será melhor para todos.
Futuro da publicidade com os adblockers
Acredito que o conteúdo (vídeos, artigos, podcasts, etc) terá um papel crucial daqui em diante. As pessoas sempre odiarão ver marcas tentando “comprá-las”, sempre vão querer ver o conteúdo que as interessam e não o que os publicitários empurram. Mesmo quando ferramentas como Google AdWords e Facebook Ads atuam no direcionamento de anúncios com base em interesses, as pessoas ainda serão mais relutantes em clicar em anúncios patrocinados. As pessoas preferem ver ou ler conteúdo que é apresentado pela própria marca ou amigos via recomendação. O foco deve estar em produzir conteúdo “top” que realmente ajude os leitores, sem necessariamente pagar o Google ou Facebook para promover o conteúdo. Estar ranqueado na primeira página do Google não tem preço quando é algo feito sem investimentos em Google Ads, por exemplo.
Algoritmos e machine learning
Algoritmos e machine learning nos ajudarão a entender melhor nossos clientes. Ao incorporar essas tecnologias em e-mail marketing, por exemplo, teremos segmentação altamente sofisticada dos nossos consumidores e visitantes. Assim, poderemos continuar o processo de targeting com base em informações que o público realmente precisa. Quanto mais tecnologia temos para entender o comportamento do consumidor, mais fácil poderemos resolver problemas em um nível individual, em vez de jogar somente um tipo de conteúdo nas redes — queiram as pessoas ver ou não.
Conteúdo para pequenos negócios
Algo que eu digo o tempo todo e ainda acredito 100% é: crie conteúdo de qualidade, sem pensar na publicação em si, mas em algo que realmente ajude a sua audiência. Foque em SEO on-page e off-page e analise as palavras-chave que têm o melhor efeito na cauda longa, de forma a otimizar a experiência. Se você souber o que está produzindo e o que sua audiência quer, já estará à frente. Criar conteúdo que é otimizado para busca é o melhor investimento a longo prazo. Os resultados não virão imediatamente, mas o marketing digital é uma estratégia a longo prazo que traz ótimos resultados quando feito de maneira correta.
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